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Random Memories From The Metal Circus

por Uli Kusch

Ex-baterista das bandas Helloween e Masterplan.

histórias de uma Lenda
do Heavy Metal

13 de Setembro de 2017

Aldaria - Land Of Light

     Eu gostaria de apresentar um álbum que foi lançado recentemente, em março deste ano. Eu toquei bateria em 4 faixas dele, e sua gravação foi feita em 2015, em Trondheim, na Noruega. O engraçado é que a mixagem foi feita por Roland Grapow sem a minha influência direta, e acho que ele fez um ótimo trabalho!

     Esta é uma das 4 músicas que eu gravei:

     O criador da Aldaria, Frode Hovd, me pediu para enviar uma foto minha com o álbum para ser usada no Facebook, e eu enviei esta aqui:

     A legenda dela é a seguinte: "Trinta anos de bateria no Power Metal em uma única imagem, com a mesma velha mão. Ainda cru, como era, e como pode ser. 1987 - 2017. Saudações orgulhosas para o álbum Aldaria e aleluia, Uli Kusch".

06 de Setembro de 2017

Com vocês: "Into The Light"

     Eu encontrei uma antiga demo minha disponível na Internet:

     Há uma história engraçada em torno dela. Eu a compus originalmente em 1998 para o álbum "The Dark Ride", do Helloween. Eu gravei a bateria, que depois acabou sendo usada no primeiro álbum do Masterplan.

     Henning Basse é quem canta nessa demo, e eu toco todos os instrumentos dela, menos o baixo.

     Quando nosso manager e os caras da gravadora nos visitaram durante a produção de Dark Ride, em Tenerife, mostramos a demo para eles, essa mesma com Henne nos vocais.

     Eles se olharam e disseram: "Uau, como Andi está cantando bem". Hehehe... Deris estava junto nesse dia e não gostou muito de ouvir isso.

     Então, com o Masterplan nós pegamos essa música novamente, e ela se tornou "Into The Light". Acabamos usando as mesmas guitarras da demo original também no Masterplan.

     Ao final, todos nós precisamos rir de tudo isso...    

19 de Maio de 2017

Minha obra-prima no Metal

     A inspiração musical para compor os fundamentos instrumentais de “Spirit Never Die” veio originalmente de um hit do Pop sueco dos anos 90.

     

     Eu apresentei uma versão demo na época do disco "The Dark Ride", mas ela não entrou bem nos ouvidos dos demais membros do Helloween.

 

     Bem, então ele se tornou a música de abertura de um dos álbuns mais fortes que já participei. Isso foi sorte, porque as linhas vocais e a letra lapidaram a música existente, deixando-a muito melhor.

     

     Aqui podemos conferir uma versão sem o vocalista original, e já sem eu na bateria, mas que é tão forte, poderosa e bem executada como a música merece. Eu a adoro porque ela tem todos os ingredientes que uma música de Metal precisa para ter sucesso.

     

     A música fala por si...

     Provavelmente esta é a minha obra-prima no Metal. O arranjo é meu, as guitarras rítmicas e todas as sinfonias, toda a bateria e o andamento da canção. Mas, sem Jørn Lande, ou digamos, sem a sua entrada, a música nunca teria se tornado o que ela é: completa, embora inspirada por um hit do Pop.

     

     Demorou cerca de 5 anos para que esta canção ficasse pronta para ser lançada. A música precisa crescer antes de tornar-se grande, e então ecoar para sempre. Roland Grapow compreendeu o seu potencial e Andy Sneap a produziu. Eles não poderiam ter feito algo melhor!!!

     

     Infelizmente a formação original do Masterplan foi separada em pedaços pela desordem...

17 de Abril de 2017

Michael Jackson

     Eu acho que Michael Jackson não foi apenas uma estrela do Pop bem sucedida e um grande músico, mas também um quase que esquecido mensageiro, um ícone com consciência sobre o nosso planeta e a nossa sociedade. Além disso tudo, ele utilizava ingredientes do Metal em seu trabalho.     

     Nós precisamos sempre olhar todo o contexto e apoiar aqueles seres humanos que agem fiéis as suas convicções. Mas o extremismo é uma coisa perigosa, tanto no Metal quanto na música Pop. Criticar algo extraordinário não é a coisa certa a se fazer.

     Michel Jackson transpareceu tudo visual e musicalmente, de uma forma claramente audível e de fácil compreensão.

03 de Abril de 2017

Holy Moses

     Meu primeiro disco foi "Finished With The Dogs", com a banda Holy Moses, em 1987. Meus amigos, olhando para a capa, ouvindo essa música, parece que foi ontem... 

     Uma história real: fui atacado por um "cão de guarda" enquanto pegava meu kit de bateria para levá-lo ao estúdio de ensaio da Holy Moses. O baixista Ramon Brüssler estava prestes a matar o cachorro com os próprios punhos para me salvar, mas tive sorte de sair com apenas um arranhão em minha perna, tive muita sorte... Nós todos ficamos bem, assim como o cão!

23 de Março de 2017

Last Union

     Eu ganhei uma fita demo do Cristiano (guitarrista e principal compositor da banda) há alguns anos, com cerca de 23 músicas. Então fui convidado a ajudar a escolher as músicas e tocar bateria.

     

     Bem, um dia eu estava dirigindo por uma cordilheira norueguesa e ouvindo atentamente o material, com uma natureza incrível ao meu redor. De algum modo, eu me senti muito confortável com a maioria das canções, embora fosse apenas uma demo. Havia um gatilho que disse: “Uli, isso é legal, eu me sinto musicalmente em casa, e isso precisa de atenção”.

     

     Detalhe que o Cristiano nasceu no mesmo dia que eu (11 de Março)! Nossa união e produção foi muito harmônica e emocionante. Estou feliz por ter conhecido Mike LePond em um álbum. E também não posso esquecer de agradecer por ter James LaBrie como vocalista em algumas faixas do disco.

     

     Uma fantástica experiência de vida!

21 de Março de 2017

Spirit Never Die

     Eu evoluo tendo a música como terapia, e procuro ajudar as pessoas com necessidades, porque como Platão disse, e como eu vivi isso:

     “A música é uma lei moral. Ela dá uma alma ao Universo, dá asas ao pensamento, e um impulso à imaginação, um encanto à tristeza, dá a alegria e a vida a todas as coisas. Ela é a essência da ordem e nos eleva em direção a tudo o que é bom, justo e belo, do qual ela é a forma invisível, porém surpreendente, apaixonada e eterna”.

     Além do pensamento de Platão, a melhor mensagem que eu poderia deixar para o Rock Mania é a música do Masterplan, Spirit Never Die.

     Saudações ao Metal e ao espírito de tudo isso, Uli!

O Espírito Nunca Morre

Existia um lugar - uma pequena cidade
Onde costumávamos brincar e rir por aí
Fomos muito longe - procurando aquela estrela
E a luz foi para longe de mim

Mas o espírito nunca morre - o mundo me pertence
Foi então que me foi dado tempo pra viver e ver

 

Nunca desistirei - nunca me entregarei
Não irei parar de acreditar, porque irei vencer
Canto com minha alma antes que eu envelheça
Pois talvez não haja amanha
Não há limites para o que pode ser feito
Subindo cada montanha com poder tão forte
Estradas empoeiradas - pelo caminho
Deixando o futuro atrás de mim

 

Eu peguei um carro rápido - como um astro do rock
Venha e aproveite o passeio comigo
Dê um pulo no centro
Vejá quem está por lá
Eu lhe mostrarei onde você quer estar

E o espírito nunca morre - deixe a música te levar mais alto
Eu sei o que significa se queimar
Foi assim que eu comecei a aprender

 

Nunca desista, nunca se entregue
Nasça do fogo se você irá vencer
Cante com sua alma - logo você será velho
Lute contra os demônios dentro de você
Não há limite para o que pode ser feito
Suba cada montanha com poder tão forte
Estradas empoeiradas no caminho - deixando o passado atrás de você

 

Eu tenho visto amor em vão
Eu senti a dor
Rasgado em desejo
Guiado pelo fogo
E enquanto vivi tudo isso o mundo se tornou tão pequeno
E minhas cores se tornaram mais frias

O espírito me leva muito acima

Nunca se entregue - nunca desista
Não irei parar de acreditar porque vencerei
Canto com minha alma antes que eu seja velho
E se não haver mais amanha?
Não há limite para o que pode ser feito
Subindo a montanha com poder tão forte
Estrada empoeiradas - ao longo da estrada
Deixando as memórias atrás de mim

 

Use o espírito

18 de Março de 2017

Moshi Moshi - Shiki No Uta

     Eu posso contar um pouco sobre a fantástica experiência musical que tive com Roland Grapow e o tecladista Jørn Ellerbrok, em uma de nossas turnês no Japão, durante a passagem de som.

     Nós sempre tocávamos sem banda de suporte no Japão, e por isso tínhamos bastante tempo para passar o som, e usávamos esse tempo disponível para ficar tocando livremente, fazendo jams. É uma pena que praticamente nada disso tenha sido gravado.

     Na minha cabeça foram grandiosas músicas instrumentais e com liberdade de criação que nós produzimos, improvisando em enormes palcos, em grandes teatros, sem plateia, enquanto os técnicos ajustavam luzes e som.

     Bem, o que saiu disso tudo foi “Moshi Moshi - Shiki No Uta” durante uma performance ao vivo, e eu sou grato que pelo menos isso tenha sido capturado para a eternidade.     

     “Moshi Moshi” é uma expressão utilizada no Japão para atender a uma chamada de telefone.

 

     Entre 3m15s e 3m28s da música, você ouve uma seqüência especial: essa parte simboliza uma reverência que é feita no Japão quando as pessoas vão a um grande jantar, elas batem palmas três vezes.

     E a partir de 6m04s entra uma das canções favoritas no Japão: "Shiki No Uta", ou traduzindo, "A Canção das Estações".

     A música não precisa de palavras, mas ela cria palavras.

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