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Ipsis Litteris

Entrevista com Jeff Scott Soto

Realizada em 27/04/19

1- Olá, Jeff Scott Soto! É um prazer realizar esta entrevista, seja bem-vindo ao Rock Mania!

 

- Obrigado, o prazer é meu!

 

2- Você está prestes a vir ao Brasil com a “Origami World Tour 2019”. O que você espera desses shows?

 

- Eu espero sempre um público entusiasmado, louco, pessoas apaixonadas pelas músicas e pelos artistas!

 

3- Seu disco mais recente é o Origami. Fale-nos a respeito desse álbum, e também sobre a atual formação da banda.

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- Origami é o nosso terceiro disco, mas o primeiro com a nova gravadora, a “InsideOut Music”, a mesma da Sons Of Apollo. O álbum apresenta músicas compostas por todos os membros da banda, assim como algumas com os músicos brasileiros Leo Mancini e Luiz Portinari. Ele foi mixado e masterizado no Brasil pelo Adriano Daga. Então você pode ver que tem uma influência muito grande do Brasil, além de termos dois membros brasileiros, o BJ e o Edu Cominato. Temos o Jorge Salan, da Espanha, e nosso novo baixista é o Tony Dickinson. O álbum é muito pesado, moderno, às vezes Prog, tem ótimas variações, cantando e tocando!

4- Você gosta de tocar no Brasil? O que você mais gosta por aqui?

 

- Eu amo o Brasil! Amo as pessoas, a comida, a cultura… Tem muita coisa para amar… Especialmente as churrascarias e a “caipiroska”! O Brasil é um dos lugares do mundo que eu mais gosto de tocar.

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5- Quais foram os momentos mais importantes em sua carreira? Você que já trabalhou com Malmsteen, Rudi Pell, Talisman e tantos outros…

 

- Todos esses são muito importantes para eu chegar onde estou hoje. Eu penso que agora é o momento mais importante da minha carreira… Entre a Sons Of Apollo e a SOTO, este é o momento mais empolgante pra mim. Eu continuo criando e colhendo os frutos do árduo trabalho que eu já fiz com todos esses que você mencionou.

6- Seus primeiros passos na música foram nos anos 80. Daqueles tempos até os dias de hoje, como você vê a evolução (ou não) do Rock?

- Claro, sempre há evolução, porque a música influencia e transcende gerações... Do mesmo modo quando eu era jovem e queria fazer música com meus colegas, vejo novas bandas e músicos fazendo o mesmo que a minha geração. É claro que o Rock não é tão mainstream nas rádios e televisões como era em outras épocas, mas esses meios não são mais indispensáveis para mantê-lo vivo. Isso significa que temos de usar todos os recursos para mantê-lo vivo e empolgante.

 

7- Como você mantém sua voz tão bela e poderosa ao longo dos anos?

 

- Wow, muito obrigado! Bem, eu acho que sorte seria a primeira resposta. (risos) Eu tenho sorte que alguém lá em cima esteja olhando por mim. Mas outra coisa é que eu realmente cuido de minha voz e de meu corpo, porque eu quero continuar fazendo isso até que eu não consiga mais caminhar. (risos)

8- O que você não gosta no meio musical?

 

- Eu tento não pensar muito em coisas negativas, há tantas coisas boas para se manter na mente. Tudo na vida tem seus altos e baixos, as coisas evoluem e retornam, mas no final o mundo continua girando e a vida encontra uma maneira de continuar.

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9- Se você pudesse fazer parte de qualquer banda da história, qual seria ela e por quê?

 

- Eu costumava sempre ter uma resposta para essa pergunta, mas se eu dissesse algo como Queen ou Van Halen, essas bandas não seriam o que elas representam pra mim, porque precisariam dos cantores que as tornam incríveis e bem-sucedidas… Se eu entrasse em uma dessas bandas agora eu seria apenas um cantor de covers... Eu estou nas bandas que eu quero estar e fazendo minha própria história. (risos)

10- Após essa turnê, quias serão seus próximos passos?

 

- Nós estaremos promovendo o álbum com entrevistas e videos, tirando o verão pra descansar da turnê, e então retomar a Europa em setembro. Enquanto isso, estou terminando o novo álbum da Sons Of Apollo e gravando videos, antes de me juntar a Trans-Siberian Orchestra no final de outubro.

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11- O que você gostaria de dizer aos seus fãs que ouvem o Rock Mania agora? Você pode convidá-los para os shows…

 

- Bem, como eu sempre espero por grandes shows no Brasil, eu quero lembrar a todos que as apresentações serão tanto da SOTO quanto de Jeff Scott Soto. Isso significa que vocês terão um grande apanhado de músicas dos três primeiros discos da SOTO, assim como algumas que vocês esperam do meu passado.

 

12- Jeff Scott Soto, muito obrigado pela entrevista! O Rock Mania ficar sempre à disposição!

 

- Obrigado! Eu estou muito animado de voltar, gostaria de poder fazer uma turnê no Brasil por um mês inteiro!

Entrevista com Roland Grapow

Realizada em 12/12/18

1- Olá, Roland Grapow! É um prazer ter você novamente aqui no Rock Mania, seja bem-vindo!

- Muito obrigado por me receber novamente, é sempre bom falar com você!

2- Você continua morando na Eslováquia?

- Sim, continuo! Nós temos muitos planos, eu, minha esposa e meu cachorro. Talvez nos mudemos, mas nós ainda não sabemos exatamente o que faremos. Talvez este ano algo aconteça… Mas nós temos uma grande casa aqui, e teríamos de vendê-la primeiro. Vamos ver para onde vamos.

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3- O mais recente álbum do Masterplan é o “PumpKings”, com regravações de músicas de seus tempos de Helloween. Como você vê a repercussão desse trabalho?

- Eu acho que está bem legal. É claro que tem muitas opiniões controversas, principalmente de alguns fãs do Helloween que ficam perguntando por que nós fizemos isso, por que gravamos músicas do Helloween, blá blá blá... Eu gravei somente minhas músicas, minhas próprias composições. Até algumas delas vêm dos tempos de Rampage, 10 anos antes de eu entrar no Helloween. Para mim foi mais um lance de sentimento, nada muito sério e aprofundado, ou como uma vingança, nada disso! Apenas trouxe meu bebê de volta para o papai. Nós já tocávamos algumas músicas dessas algumas vezes, como a “The Chance”, há uns quatro ou cinco anos atrás. E desde o ano passado temos tocado a “The Time Of The Oath” em nossos shows, o que é muito legal, muito divertido!

4- E existem também fãs que gostaram muito do “PumpKings”...

- Oh, isso é legal! Especialmente quando você não está pensando muito nisso hoje em dia. E as pessoas dizem: “Eu gostei muito, são realmente ótimas músicas e a produção está muito boa. Eu ainda adoro sua guitarra”. Eu ainda sou capaz de tocar minhas antigas partes de solo, e muito bem, para ser sincero. Algumas das músicas eu não tocava há 20 anos. Então, é legal quando você consegue chegar ao nível dos velhos tempos, quando era jovem e tocava guitarra de 6 a 8 horas por dia. Algo que eu não estou mais fazendo há muitos anos. É como dirigir um carro ou andar de bicicleta, você não esquece como se faz. Está no cérebro, não precisa pensar muito.

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5- Tem alguma música que você gosta mais no “PumpKings”?

- É difícil dizer... Eu acho que é apenas um tipo diferente de feeling. Algumas das antigas produções do Helloween, eu não gosto muito, porque não são perfeitas para o meu gosto, comparando com o gosto da banda naquela época. Como por exemplo, em 1993, quando gravamos “Music”. Eu acho que uma banda pode soar mais forte com um produtor diferente, com um estúdio diferente. Eu gosto muito da “Music”. Ela talvez não seja uma típica música Metal, mas eu a compus quando tinha uns 19 anos de idade, para o Rampage. Então, ela continua sendo uma das músicas que eu gosto muito, porque ela tem muito Feeling. É mais um Rock Blues do que uma canção de Metal. Mas, todavia, eu gosto do oposto também, como “Escalation 666” e “The Dark Ride”. Eu gosto dessa nova atualização, mesmo que não haja uma diferença tão drástica no som, porque o álbum “The Dark Ride” já soa muito bem.

6- Falando agora de seu trabalho como produtor musical, quais são as maiores dificuldades, que você observa, enfrentadas pelo músicos atualmente?

- Antigamente, quando as bandas estavam em estúdio, podiam tocar todos juntos, como se estivessem ao vivo. Eu me lembro quando gravei meu primeiro disco com o Helloween, nós tocávamos a banda toda, com a bateria tocando junto. E hoje em dia, todos tocam separadamente no estúdio, o que dá um feeling totalmente diferente. A maioria dos músicos não sabe a sua parte no estúdio, eles não estudam, são mais preguiçosos. Todos estão acostumados a tocar no computador, fazendo parte por parte. Para ser sincero, às vezes eu faço o mesmo como guitarrista. No fim, tudo fica ótimo, mas a progressão era totalmente diferente há uns 20 ou 30 anos atrás. Todos sabiam exatamente o que fazer, todos sabiam a sua parte do solo, a sua parte do vocal... Hoje em dia é como se fosse um quebra-cabeça, e o produtor, como eu, tem de juntar todas as peças para no final ficar bom. E por outro lado, algumas bandas não tocam bem, não se preparam como deveriam, mas o produtor vai deixar tudo legal (risos). É algo como: “Por que nós não soamos como o Metallica?”. “É porque vocês não tocam como o Metallica”, talvez essa seja a diferença (risos). Mas, em geral, eu tento ajudar todas as bandas, não importa em que nível elas estejam, esse é o meu trabalho.

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7- Você trabalha com bandas de diferentes estilos musicais?

 

- Sim, sim! Às vezes progressivo, outras vezes como Dimmu Borgir, Behemot, esse tipo de som, realmente “dark”, brutal. Eu gosto desse estilo, porque é mais voltado a bateria, guitarra e vocal. Mas outras bandas têm muito teclado, coros e “overdubs”, o que, para ser honesto, é muito mais difícil de mixar. Eu gosto desse tipo de guitarras Thrash Metal, desse tipo de som, é mais fácil de mixá-lo. Eu gosto da brutalidade. Algumas bandas perguntam por que eu faço as músicas soarem tão brutais, tendo eu vindo do Helloween, e do estilo do Helloween, que é o Metal melódico. Eu amo isso! Eu gosto do som de guitarras extremas, eu gosto do som de baterias extremas. Esse é o meu estilo. Muitas pessoas que acompanham a minha carreira sabem que eu sou um grande fã de Rammstein. Eu gosto do som das guitarras, e da bateria também. É uma produção muito boa!

8- Como você faz para se manter atualizado na área de produção musical?

- Eu não posso parar. Preciso estar sempre pesquisando as novidades na Internet, os novos produtos. Eu também estou sempre me atualizando com sons de outras bandas, especialmente quando músicos de 20, 24 anos de idade, ou até mesmo de 18, 16 anos, vêm ao meu estúdio e dizem: “nós queremos soar como essa banda”. Mas eu nunca a ouvi, e então eu preciso pesquisar. Mas a maioria das bandas que eu pesquiso, não fico procurando pelos seus músicos, mas sim quem fez a mixagem, quem é o produtor da banda. Tem uns caras realmente famosos que eu gosto muito, como Jens Bogren, ou meu amigo Andy Sneap. Esses caras talvez sejam minhas maiores influências, mas também outros caras mais velhos, como Martin Birch ou Randy Staub, que já fizeram excelentes trabalhos.  

9- E qual é a sensação que você tem quando finaliza uma música e a escuta?

- Eu acho que o básico é: eu nunca estou satisfeito, para ser honesto. Eu tento fazer o melhor possível durante o processo de mixagem da música. Quando a banda diz: “nós estamos felizes, adoramos isso”, eu continuo pensando: “poderia estar melhor, eu não estou realmente feliz”. Mas, daí quando eu escuto a música depois de uns dois meses sem ter contato com ela, eu penso: “Oh, meu Deus, isso é bom!”

10- O que você gosta de fazer quando não está tocando ou trabalhando em seu estúdio? Você tem algum hobby?

- Isso pode soar como coisa de um cara velho, mas eu adoro passear com meu cachorro todos os dias quando eu saio do estúdio. Quando tenho clientes, é claro que daí não posso fazer isso, porque eles ficam das 10h até às 8h da noite. Mas normalmente, todos os dias, quando não tem bandas aqui, eu passeio com meu cachorro, por cerca de uma hora. Então, é uma coisa simples, apenas para sair do estúdio. Se você fica dentro de casa o tempo todo, você precisa de um pouco de ar fresco, precisa de um pouco de inspiração. Eu moro na Eslováquia, no interior, cercado por montanhas e uma natureza muito bonita. Pra ser sincero, eu sinto muita falta da cidade grande. Eu sou de Hamburgo, eu adoro praias! Nós não temos isso aqui, mas o interior da Eslováquia é lindo e é bom de se passear.

11- E você costuma visitar seu país de origem, a Alemanha?

- Eu estive lá em novembro, porque o Masterplan fez dois shows na Suécia. Eu fui com meu carro visitar meu irmão e resolver algumas coisas em Hamburgo. Então eu voei até a Suécia para as duas apresentações e depois voltei para Hamburgo. Fiquei 6 dias com meu irmão, foi bem legal! Mas, basicamente eu não vou mais muito para lá. Era diferente quando meus pais estavam lá, mas não estão mais.  

12- Você segue tocando com a banda Kreyson?

 

- Não, não! Eles continuam divulgando fotos comigo nos cartazes de shows, mas eu saí da banda no Natal de 2017. Eu estava sempre muito ocupado, mas continuamos sendo bons amigos. Mike Terrana continua na banda. Mas, quando eles tocavam no Norte, na República Checa, eu tinha de dirigir 6 horas em uma direção, fazer o show e no dia seguinte novamente 6 horas de carro para voltar pra

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casa. Isso tudo por uma pequena quantia de dinheiro. Se eu ficasse em casa eu ganharia mais dinheiro (risos), e seria menos estressante. Pra ser sincero, ficar 12 horas na estrada não é mais uma coisa boa para mim. Mas com o Masterplan é diferente, eu dirijo até Viena, vou para o aeroporto e vôo para algum lugar… Duas bandas ao mesmo tempo não é possível.

13- Roland, voltando no tempo agora, que momentos você poderia dizer que foram mais marcantes em sua carreira?

- Eu não sei, são tantas recordações importantes que eu tenho. Eu penso que ter entrado no Helloween foi uma parte importante, porque senão eu acho que hoje não estaria nesse negócio da música, e teria uma vida completamente diferente. Foi um grande desafio para mim entrar na banda, e até mesmo sair do Helloween talvez tenha sido outro momento importante. Talvez não para os fãs, mas para algumas pessoas na banda (risos). Eu estou feliz por estar no negócio da música, com o estúdio e com o Masterplan. As pessoas continuam me escrevendo sobre os anos de Helloween. É um bom sentimento, eu tenho muito orgulho disso!

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14- Como você acompanhou o desenrolar do Rock, da música mais pesada, desde seu início na música até os dias de hoje?

- É uma grande diferença! Eu me lembro que quando entrei no Helloween, no final dos anos 80, era uma época perfeita, com venda de álbuns, com muitas pessoas vindo aos shows. E tudo mudou drasticamente. O negócio da música realmente não é mais tão fácil. Eu acho que somente as grandes bandas fazem bons negócios, como o Metallica, a reunião do Helloween, é claro, Iron Maiden, Kiss, Scorpions…

Todas elas fazem grandes negócios, mas muitas outras bandas de um nível normal… É difícil falar, mas elas lutam, elas lutam muito. Eu acho que para as bandas novas não é nada fácil, porque todos estão fazendo downloads e esse tipo de coisas. Mas você vê que muitas dessas bandas têm o sonho de que dê certo. Algumas estão conseguindo, umas já não tão novas, como Sabaton e Amon Amarth. Essas bandas fazem um negócio incrível, e eles conseguem sobreviver. Eles têm muitas pessoas indo aos shows. Assim como o Nightwish, outra banda não tão nova, e eles são realmente grandes. Mas você vê, muitas bandas fazem grandes negócios, e outras nem tanto, e é difícil para elas sobreviverem. Eu penso que nos anos 80 todas bandas tinham como fazer boas vendas. Muitas pessoas podiam viver da venda dos discos, do merchandising e das turnês. Mas, hoje em dia eu poderia dizer que apenas 10% consegue isso. Para o resto, não é tão fácil.

15- Uma pergunta para descontrair um pouco: Se você pudesse fazer parte de qualquer banda da história da música, qual seria ela e por quê?

- Eu não sei! (risos) Talvez eu não seja o maior fã da banda que estou pensando agora, mas seria divertido fazer parte dos Beatles (risos). Por todo sucesso que eles fizeram nos anos sessenta, as brilhantes composições e produção para aquela época. E eles também eram grandes músicos. Eu penso que seria legal fazer parte disso. Por outro lado, eu já disse muitas vezes, o que talvez tenha sido o comentário mais bobo que eu já fiz, mas eu adoraria fazer parte do Rammstein (risos). É totalmente diferente do estilo de música pelo qual eu sou conhecido, mas eu gosto da energia deles, eu gosto muito das performances ao vivo, e sou realmente um grande fã deles. Mas, eu tenho certeza que não consigo compor músicas assim. Eu sou um cara melódico, e as pessoas conhecem o meu estilo de composições no Masterplan, no Helloween e nos meus discos solo também. Então eu venho de um estilo diferente, mas eu gosto desse tipo de música. Quando eu vi a banda três vezes ao vivo pensei: “Oh, meu Deus, eu quero estar no palco com eles”. Eu conheci os caras no backstage, e eles são pessoas muito legais.

16- Roland, você tem muitos fãs aqui no Brasil. O que você gostaria de dizer a essas pessoas que nos ouvem agora?

- Eles não devem me esquecer. Eu continuo amando o Brasil, eu estive tantas vezes aí. Eu acho que o Masterplan tocou aí há uns dois ou três anos atrás. Eu penso que está na hora de voltar, talvez neste ano de alguma maneira. Eu tenho muitos amigos particulares no Brasil. Eu sinto saudades, e pra ser sincero, é hora de voltar e espero vê-los em breve!

17- Estamos iniciando 2019. Quais seus planos para este ano?

- Nós temos alguns shows já anunciados. Nós não fazemos mais turnês, por causa dos riscos e da situação não tão fácil para algumas bandas, como eu já te falei, e o Masterplan é uma delas. Então, basicamente vamos fazer mais festivais e shows individuais. Mas, definitivamente estamos planejando um novo disco, e talvez algo esteja

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voltando novamente, porque estivemos um pouco lentos nos últimos cinco anos. Apenas lançamos este álbum “Pumpkings” e um DVD ao vivo. Pra falar a verdade eu queria mesmo dar um tempo de todo esse negócio de composições e de pensar em tudo. Mas agora estou com energia positiva novamente, com muita vontade de tocar guitarra, de compor, de cantar mais, porque eu adoro cantar! Eu não me importo se as pessoas pensam que é uma droga, eu acho que estou ficando melhor a cada ano. É hora de mostrar isso, talvez no próximo disco do Masterplan, com alguns vocais meus juntamente com Rick. Estou ansioso para lançar um álbum, possivelmente antes do outono deste ano.

18- Na minha opinião, seu vocal é bem legal!

- Muito Obrigado! Eu estou treinando muito nos últimos dois anos, então vamos ver. Este instrumento não é tão fácil, porque se você se sentir inseguro, fica uma porcaria. Se você se sentir seguro, fica bom. Mas, não é tão fácil tocar guitarra e cantar ao mesmo tempo, essas músicas Heavy que nós fazemos. De qualquer maneira, eu tenho essa paixão, então talvez eu faça alguma parte solo ou algo assim no futuro. Talvez não ao vivo, mas no estúdio de alguma forma.

19- Roland, eu não iria tocar no assunto, mas eu preciso te falar uma coisa: Essa reunião do Helloween é incompleta sem você. 

- Obrigado, obrigado! (risos) Pra ser sincero, foi muito difícil para mim ver todo o sucesso que eles tiveram, com todos os fãs os seguindo tanto, foi tão legal… Mas, agora eu estou realmente tranquilo, para ser honesto.  Eles ainda continuam, eu acho que eles farão um novo disco, eles ainda têm alguns shows. Eu creio que eles farão isso de novo, em um ou dois anos. Eles não vão parar, eles vão continuar, e eu estou realmente feliz pelos fãs. Por que não? Está tudo bem! (risos)    

20- Desculpe por ter tocado nesse assunto…

- (risos) Não, é uma coisa engraçada! Os fãs me escrevem dizendo isso que você falou, e eu fico muito feliz pra dizer a verdade. Eu fico muito feliz de receber essas mensagens privadas. Músicos vêm ao meu estúdio e falam: “Sou um grande fã seu há uns 25 anos, desde que eu era jovem”. Eles continuam jovens, mas eles tinham 16 ou 14 anos de idade, na época do Master Of The Rings mais ou menos, e eu fico realmente feliz com isso. E é isso que devemos aprender, e não ficar dizendo: “Oh, eu sou um frustrado”. Você deve estar feliz com tudo que você fez em sua vida. Não há razão para ficar negativo.

Ninguém que ver isso, ninguém quer ouvir isso. No final isso te deixa doente, isso não é bom para ninguém. Este é apenas um conselho para todos neste planeta: Não seja invejoso, não seja negativo. Se você ler as minhas letras, seja em meu trabalho solo, no Helloween ou no Masterplan, você vai ver esse tipo de esperança e mensagens positivas.

21- Roland, estamos chegando ao final, eu já roubei bastante o seu tempo…

- (risos) Não roube meu tempo! (risos) Não roube meu tempo, eu sou velho demais pra isso. (risos) Eu preciso do meu tempo! (risos) Eu poderia escrever uma nova música para o novo álbum do Masterplan. (risos)

22- Roland Grapow, muito obrigado por mais esta entrevista e o Rock Mania segue sempre à disposição!

- Muito obrigado por mais esta agradável entrevista, foi um prazer!

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Entrevista com Michael Amott

Realizada em 11/10/18

1- Olá, Michael Ammot! É um prazer realizar esta entrevista, seja bem-vindo ao Rock Mania!

- E aí cara! É bom estar falando com você. Obrigado!

2- No final de outubro começa a “Latin America Tour”, e em novembro o Arch Enemy vem ao Brasil. Qual a expectativa para esses shows?

- Estamos realmente ansiosos por isso. Nós sempre tivemos bons momentos tocando na América Latina, e no Brasil, é claro! Grandes shows no passado… Então nós esperamos que as pessoas não tenham se esquecido da gente, e que venham curtir os shows conosco. 

3- Vocês têm muitos fãs aqui no Brasil. Do que você mais gosta por aqui?

 

- Nós adoramos tocar no Brasil! Eu acho que a primeira vez que estivemos aí foi talvez, eu não sei, há uns 10 anos atrás. Mas sempre tivemos ótimas experiências aí.

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    Grandes apresentações, grandes fãs e uma boa atmosfera. Os fãs são realmente apaixonados pelo Metal e pelas bandas que eles gostam. É uma ótima sensação estar aí! É algo que estamos ansiosos.

4- Seu álbum mais recente é o “Will To Power”. Como você vê a repercussão dele ao redor do mundo desde que foi lançado em setembro do ano passado?

- Foi um grande sucesso para nós. “Will To Power”, na Europa, provavelmente é o maior álbum que já lançamos. A banda continua crescendo e se fortalecendo, e “Will To Power” realmente contribuiu para isso. Tem muitas músicas de sucesso nesse disco. Recebemos bons comentários de revistas, tivemos boas vendas e boas reações dos fãs. Então, estamos muito felizes!  

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5- Vamos voltar no tempo agora… Você tinha uma banda chamada Carnage, que inclusive tem um disco lançado em 1990, o “Dark Recollections”. O que você se lembra daquela época?

- Isso foi há muito tempo atrás… Foi minha primeira experiência de gravar um álbum. Antes disso eu só tinha gravado demo tapes, apenas duas ou três músicas. Então esse foi um disco completo que nós gravamos naquela época. Nós estávamos muito animados, é claro! É como quando você faz algo pela primeira vez. Tudo é aprendizado, e eu aprendi muito com essa experiência.

6- Em seguida você tocou no Carcass, onde gravou dois discos, o “Necroticism - Descanting The Insalubrious”, em 1991, e o “Heartwork”, em 1993. Como foi sua experiência com o Carcass?

- Foi uma lição enorme para mim quando entrei no Carcass. Eu tinha uns 20 anos de idade, e não tinha muita experiência. Os caras do Carcass já tinham gravado dois álbuns, já tinham feito turnês e tinham mais experiência. Então eu aprendi muito com eles nessa grande oportunidade, que eu agarrei com as duas mãos.Eu pude sair em turnê pelo mundo. Fiz turnê pelos Estados Unidos com a banda Death. Foi uma grande experiência, e eu tinha apenas uns 20, 21 anos de idade.

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7- Outra banda que você tocou foi o Candlemass, onde gravou o disco “Dactylis Glomerata”, em 1998. O que dizer dessa fase em sua vida?

- Foi meio estranho… Eu sempre fui um grande fã de Candlemass. Eles são uma de minhas bandas preferidas. Na verdade, um dia, há muitos anos atrás, há uns 20 anos atrás, o baixista, fundador e compositor da banda, Leif Edling, me telefonou. De alguma forma ele conseguiu meu número, e me convidou para tocar em uma gravação que ele estava fazendo. Era algo como um disco solo, e é claro que eu disse sim! Mas então quando estávamos gravando ele disse que seria para um disco do Candlemass, por várias razões. Eu realmente não senti que estava gravando um álbum do Candlemass. Mas, ainda assim foi muito legal trabalhar com o Leif Edling, ele é um verdadeiro mestre do Doom.

8- E a banda Spiritual Beggars, como ela está atualmente?

- Na verdade nós não estamos na ativa atualmente, mas você sabe, já gravamos um

monte de álbuns, foram 9 discos ao longo dos anos. Então temos muitas músicas. Eu montei essa banda porque eu queria explorar mais o Hard Rock, o Heavy Metal mais primitivo e essas coisas, como Deep Purple, Uriah Heep e Black Sabbath. Esse é um lado diferente de minha maneira de tocar guitarra, de compor com outros caras, grandes músicos também. Então, é algo que eu curti muito ao longo dos anos, mas agora não estamos realmente na ativa. Todos estão tocando em bandas diferentes, então é difícil com as agendas. E também, o Arch Enemy é uma banda muito ocupada, e está dominando minha vida. A agenda do Arch Enemy é muito difícil.

9- O Arch Enemy já teve três vocalistas diferentes: Johan Liiva, Angela Gossow e Alissa White-Gluz. Como você vê cada uma dessas fases da banda?

- Eu realmente gosto de todas as fases. Eu acho que todas elas produziram boas músicas, e tenho lembranças muito boas de todas as eras, por assim dizer, com esses diferentes cantores. Todos eles são talentosos à sua maneira, e eu tive ótimos momentos trabalhando com todos, com todos os integrantes que passaram pela banda ao longo dos anos. Mas eu estou super feliz de estar trabalhando com a Alissa agora, ela é formidável! Nós vivemos grandes momentos fazendo música e viajando pelo mundo.

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Johan Liiva

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Alissa White-Gluz

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Angela Gossow

10- Uma das coisas que me chamam a atenção no Arch Enemy é a qualidade dos seus videoclipes. Vocês têm uma atenção especial voltada para a produção desse material?

- Isso acontece graças ao nosso diretor de vídeo Patric Ullaeus, que é um verdadeiro fenômeno dos vídeos. Ele já está fazendo nossos clipes há anos. A sua qualidade é muito alta. Os vídeos têm um número incrível de visualizações, como por exemplo o clipe de “The Eagle Flies Alone”, do novo álbum, com mais de 30 milhões de visualizações.É incrível como o youtube e coisas assim são tão importantes hoje em dia, então é bom termos vídeos de boa qualidade.

11- Quais os momentos que você considera mais importantes em sua carreira?

- Os momentos mais importantes... Foram muitos momentos importantes. Um dos maiores talvez tenha sido a oportunidade de ter entrado no Carcass, e sentir o gosto de gravar, de fazer turnês ao redor do mundo.Pude deixar de ser apenas um músico local na Suécia para ser conhecido na cena internacional, na cena underground do Metal. Eu pude realmente dar um sentido para isso tudo, de como essa vida é.Essa experiência de três anos em que toquei com eles foi incrível e mudou a minha vida. Outro momento importante foi ter criado a minha própria banda, especialmente o Arch Enemy, que é uma parte tão importante da minha vida. O Arch Enemy é de fato a banda que eu comecei. Então, eu posso criar músicas do jeito que eu quero ouvir as músicas do Metal, com vocais agressivos, bateria veloz, riffs de Thrash Metal com harmonias clássicas do Heavy Metal nos solos. O que eu quero dizer é que é como se fosse a minha banda dos sonhos. Então, eu provavelmente escolho esses dois momentos.

12- Você que viaja bastante, como vê a cena Metal ao redor do mundo atualmente?

- A cena Metal ao redor do planeta é forte! Eu diria que está mais forte do que nunca em alguns aspectos.Especialmente para bandas como Arch Enemy. Nós tocamos grandes shows o tempo todo. Há novas gerações chegando, muitas pessoas estão entrando na cena Metal, muitas pessoas estão adentrando a música Heavy agora, então eu penso ser um bom momento.Nós fizemos um monte de shows na China este ano, em cidades que eu nunca tinha ouvido falar, cidades realmente grandes, com muitos fãs de Metal lá também. Então existem fãs de Metal em toda parte, em todos os cantos do mundo têm fãs de Metal. É maravilhoso!

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13- O que você não gosta no meio musical?

- Dar entrevistas! (risos) O que eu não gosto no meio musical, eu não sei... Eu realmente gosto do processo de criação e composição de músicas. Eu fico inspirado quando estou escrevendo coisas novas, criando canções a partir do nada. Então vem a inspiração, e você tem alguns riffs e os transforma em uma música, com melodias e letras. Então você entra no estúdio, você produz e adiciona coisas. Isso é muito divertido! Este é um processo do qual nunca me canso. E é claro, fazer os shows, encontrar os fãs e tocar as músicas para eles, vendo a sua reação e pegando aquela energia deles. É incrivelmente gratificante! Então, não sei, eu meio que gosto de tudo. Eu sei que devo dizer algo que não gosto, eu estou tentando pensar em algo agora. (risos) Às vezes os negócios podem ser um pouco entediantes,a parte comercial, os orçamentos e coisas assim de dinheiro. Mas isso é importante também, e eu me interesso pelo lado dos negócios, mas talvez não seja a minha área favorita.

14- Agora, uma questão descontraída: se você pudesse fazer parte de qualquer banda da história da música, qual seria ela e por quê?

- Eu acho que eu gostaria de ser baixista do Jimi Hendrix, porque eu poderia tocar com Jimi todas as noites. Seria ótimo!

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15- Depois dessa turnê que passará pelo Brasil, quais os próximos passos do Arch Enemy?

- Nós vamos dar um tempo de alguns meses após isso tudo. Daí teremos os feriados de final de ano e tudo mais. Então no próximo ano, em 2019, vamos começar outra turnê pela Europa, pela América, por vários lugares. Será como uma continuação da turnê do “Will To Power” basicamente. E você vai compondo algo aqui e ali, e vai tendo novas ideias para um novo material. As pessoas podem nos seguir pelas mídias sociais, pelo nosso site e todo esse tipo de coisas. Elas podem ver o que estamos fazendo, se tiverem curiosidade.

16- O que você gostaria de dizer aos fãs que estão ouvindo agora o Rock Mania?

- Levantem suas bundas e venham para os shows do Kreator e do Arch Enemy. Serão maravilhosas noites de Heavy Metal. Insanidade metálica. Não percam isso!  

 

17- Michael Amott, muito obrigado pela entrevista e o Rock Mania fica sempre à disposição!

- Muito obrigado pelo apoio. Eu agradeço por isso, muito obrigado! Vejo vocês em breve!

Entrevista com Chris Boltendahl

Realizada em 18/09/18

1- Olá, Chris Boltendahl! É um prazer estar realizando esta entrevista, seja bem-vindo ao Rock Mania!

- Olá, meu amigo! Sim, é um prazer para mim também!

2- O Grave Digger acaba de lançar o álbum “The Living Dead”. Como você avalia este trabalho?

- É um trabalho muito bom! Estou muito orgulhoso deste álbum porque ele soa um pouco diferente dos anteriores, e isso é realmente importante para mim, porque não posso gravar o mesmo disco todo ano. Então desta vez fizemos algo diferente e acho que as pessoas vão perceber isso.

3- Vocês estão fazendo shows para divulgar este álbum?

- Sim, nós começamos no início de janeiro pela Europa com alguns shows. Fizemos 24 apresentações pela Espanha, França, Inglaterra e outros países. Eu espero que possamos voltar para a América do Sul em abril ou maio. Estamos planejando essa turnê e espero que voltemos muito em breve.

4- Vamos voltar no tempo agora... Como nasceu o Grave Digger?

- O começo foi em 1980, eu tinha 18 anos de idade. Eu conheci algumas pessoas e decidimos fazer uma banda, e então escolhemos o nome Grave Digger. Todos na banda estavam muito felizes. Primeiro começamos como um trio, e nós nos divertíamos muito tocando algumas músicas do Motörhead. Então eu encontrei um baterista e um guitarrista, o Peter Masson. O nosso primeiro disco foi lançado em 1984, o “Heavy Metal Breakdown”.

5- Em 1986, após três álbuns, o nome da banda mudou para Digger. Por que isso aconteceu?

- Porque a gravadora nos falou que se quiséssemos ganhar mais dinheiro precisaríamos mudar o nome de Grave Digger para Digger. Eles nos falaram que assim venderíamos muitos discos no mercado americano. Nós éramos jovens e seguimos esse conselho, mas foi uma tragédia! Acabamos nos separando depois do álbum com a Digger.

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6- O álbum que vocês lançaram com a Digger é o “Stronger Than Ever”?

- Sim, Stronger Than Ever. Ele não é um disco ruim, só não é um bom álbum para o Grave Digger.

 

7- Depois de Digger vocês voltaram como Hawaii. Como foi essa fase?

- Na maior parte do tempo nós estávamos bêbados e compondo algumas músicas. Então nós tivemos essa ideia completamente maluca de chamar a banda de Hawaii. A maioria das músicas que nós compomos e gravamos naquela época estão no disco “The Reaper”. Isso é bem interessante!

8- Voltando a falar do álbum “The Living Dead”. O que você pensou em passar através de suas letras?

- Eu acho que as letras estão um pouco mais sombrias do que da última vez. O que eu tentei fazer com elas foi colocar um movimento nas imagens nas cabeças dos ouvintes, entende? Em algumas partes ele é mais sóbrio, em outras é mais Metal. Mas é entretenimento, e essa é a coisa mais importante.

9- Uma música muito emblemática do grave Digger, que é um verdadeiro clássico do Heavy Metal é a “Rebellion (The Clans Are Marching)”. Fale-nos um pouco sobre essa canção que faz parte do álbum “Tunes Of War”.

- Essa música significa muito pra mim, porque é um clássico tradicional do Grave Digger. Ela fala sobre as Terras Altas, sobre os jacobitas lutando contra os ingleses. Ele fizeram uma rebelião naquela época, mas perderam a luta. Essa foi uma boa história para colocar nesse tipo de música. Eu adoro essa canção! Muito!

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10- O videoclipe dessa música é muito marcante também…

- Sim! Ele foi gravado em uma turnê promocional, em meio a entrevistas que fizemos com jornalistas na Escócia. Nós saímos a passeio por lá e aproveitamos para gravar alguns vídeos nas autênticas Terras Altas.

11- Chris, você que está na ativa desde os anos 80, como vê a evolução da música até os dias de hoje?

- É uma grande evolução, por que há tantas bandas, tantos estilos diferentes. Para mim é bom ver que o Heavy Metal continua vivo após todos esses anos. Eu também fico feliz que bandas veteranas continuam na ativa, como Kreator, Running Wild e Helloween. Nós criamos algo realmente especial na Alemanha, e eu penso que isso é bom para a cena Heavy Metal, com tantas bandas no mercado.

12- Que momentos você considera marcantes na trajetória do Grave Digger?

- Definitivamente foi quando celebramos nosso 30º aniversário no Wacken, em 2010, quando tocamos o álbum “Tunes Of War” na íntegra. Também quando gravamos em São Paulo, em 2005, foi uma noite maravilhosa! Nós gravamos o álbum “25 To Live” lá.

13- O que você não gosta no meio musical?

- Eu não gosto que hoje em dia existem tantos críticos no meio musical. Todo mundo tem que dizer alguma coisa diferente sobre algum vídeo, ou lyric vídeo. Essas coisas eu não gosto muito... Os comentários. Parece um tipo de esporte, onde se reclama de todos vídeos das bandas.

14- O que você faz para manter sua voz tão poderosa ao longo dos anos?

- É muito simples: eu não bebo, não fumo e jogo golfe.

(Golfe?!?)

- Sim, golf! (risos)

15- Você gosta de futebol?

- Com certeza! Eu treino um time de crianças aqui na Alemanha.

16- Você gosta do futebol brasileiro?

- Eu conheço alguns times de São Paulo e do Rio de Janeiro, mas não conheço muito a fundo os times do futebol brasileiro. Sendo assim, não tenho um time aí.

17- E a Copa do Mundo realizada aqui, em 2014, quando a Alemanha venceu o Brasil por 7 a 1?

- (risos) Isso foi uma tragédia para o Brasil, mas no final, é apenas um jogo.

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18- Se você pudesse fazer parte de qualquer banda da história, qual seria ela e por quê?

- Eu gostaria de ser vocalista do Black Sabbath, porque esse é o meu tipo de música.

19- Que dica você daria a quem nos ouve agora e sonha com algo a mais dentro da música?

- Acredite em si mesmo, não tente copiar nenhuma banda e faça as suas próprias coisas.

20- De agora em diante, quais são os seus próximos passos?

- Na próxima semana voaremos para a Grécia para tocar lá. Eu farei uma turnê em novembro com a “Bonfire And Friends”, com Geoff Tate e Phil Mogg, do UFO, e outros vocalistas. Serão três semanas na Alemanha e em janeiro começaremos a turnê do Grave Digger.

21- Chris Boltendahl, muito obrigado pela entrevista e o Rock Mania fica sempre à disposição!

- Ok, meu amigo, tenha uma boa noite! Eu espero que voltemos em breve, e então nós apresentaremos um set muito bom para as pessoas no Brasil.

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Entrevista com Sascha Gerstner

Realizada em 25/08/18

1- Olá, Sascha, seja bem-vindo ao Rock Mania, é um prazer realizar esta entrevista!

- É muito bom falar com você!

2- O que você anda fazendo atualmente?

- Além das turnês com o Helloween, temos a “Pumpkins United” acontecendo, que é uma turnê muito bem-sucedida até agora. Estamos tocando em festivais de Verão, e nos preparando para uma turnê nos Estados Unidos.

3- Vamos voltar no tempo... Como foi seu início na música?

- Quando eu era criança eu comecei como todo mundo, na escola, quando você tem que fazer aulas de música. Eu comecei cantando muito nos primeiros anos e então eu mudei para os teclados.Eu estava muito interessado em todos os tipos de sintetizadores e em coisas que eu não podia ter quando era pequeno.Eu cresci nos anos 80 e por isso sou um grande fã de música oitentista, e então quando eu tinha 13 anos de idade eu peguei a guitarra. Meu tioé um grande guitarrista, e eu comecei a me interessar por discos de vinil e fitas cassete. Ele me gravava fitas com grandes bandas que eu ainda não conhecia naquela idade, e ia me alimentando com todo essetipo de guitarristas de Hard Rock. O primeiro que ouvi foi Michael Schenker, e havia alguns outros também, e eu fiquei muito animado em tocar guitarra.

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4- Você tocou na Freedom Call, onde gravou dois álbuns. O que você tem a dizer sobre seus tempos nessa banda?

- Isso foi muito especial para mim, porque naquela época, quando Chris (Bay) e Daniel (Zimmermann) vieram me convidar para tocar na banda, eles estavam prestes a assinar um contrato de gravação. Eu tinha acho que uns 18 anos de idade, e aquilo para mim era grandioso: “Oh, é uma banda que assinou um contrato de gravação, e eu vou tocar com eles”.Eu não sabia nada sobre aquele tipo de música. Eles me passaram aquelas canções rápidas e me falaram para aprender a tocá-las e que em poucos dias teríamos de ensaiar para verem se eu conseguiria. Eu consegui, ficamos juntos e gravamos dois álbuns. Devo dizer que eles me introduziram no Power e no Speed Metal, o que é uma loucura pois eu acabei entrando no Helloween. Eu nunca teria entrado em contato com esse tipo de música se não fosse a Freedom Call.

5- Em 2003 você entrou no Helloween. Como isso aconteceu?

 

- Eu não sabia que já havia alguns rumores sobre isso, mas depois eu li em algumas revistas. Haviam esses rumores e a ideia de Charlie Bauerfeind (produtor da banda), que eu conhecia antes do Helloween, ele estava pensando que eu me daria muito bem com Michael Weikath,o que ao final se concretizou. Ele me ligou e disse: “Ei, tenho um trabalho para você, talvez seja somente gravar um álbum, nós precisamos de um guitarrista de estúdio, é com o Helloween. Michael vai te telefonar dentro de alguns dias”. Mas naquela época eu não estava mais nesse tipo de música, eu estava concentrado compondo músicas pop e produzindo outras bandas. Eu pensei algo como: “Ok! Eu não tenho certeza, mas vamos ver o que acontece”. Então 30 minutos depois Michael me ligou. Daquele dia em diante nós conversamos muito, e durante quatro semanas nós saíamos juntos.

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Então eles me convidaram para passar um fim de semana com eles, mas naquela época eu tinha uns 25 anos, e isso era uma grande coisa para mim, voar para algum lugar com novas pessoas, com novos músicos. E foi assim que aconteceu. Então nós gravamos o álbum “Rabbit Don't Come Easy”. E somente quando nós fizemos a gravação de um vídeo e uma sessão de fotos eu percebi que estava na banda, porque eu estava nas fotos.Eles nunca me convidaram oficialmente para entrar na banda. Foi algo como: “Ok, nos demos bem, você pode tocar, você pode escrever músicas”.Eu entreguei algumas ideias de músicas para o primeiro álbum, eles estavam felizes, eu estava feliz, e estamos juntos desde aquele dia. 

6- O que significa para você fazer parte de uma banda lendária do Heavy Metal?  

- Quando era mais jovem eu não sabia o que iria acontecer. Para mim era como se estivesse em uma cena diferente, com visuais diferentes, em que eu estou até hoje. Eu não estava preparado para certas coisas. Para ser honesto, o primeiro álbum que fizemos tinha um prazo para estar pronto, nós tínhamos algumas músicas e devíamos saber tocá-las.Eu não conhecia a banda muito bem, eu conheci o Markus e o resto dos caras quando fomos ensaiar para o álbum. Eu ainda estava me adaptando, eu não sabia a grandeza da banda, eu não sabia que impacto isso teria. Para mim era como: “Ok, essa é uma banda de Heavy Metal“. Eu estava tocando Heavy Metal novamente. Eu não estava realmente ciente do que iria acontecer e do grande impacto na minha vida.Mas naquela época eu não pensava: “Oh, essa banda lendária e eu quero fazer isso”.Eu não tinha certeza no começo, realmente não tinha certeza.

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Eu sei que não é isso que os fãs querem ouvir, eles querem ouvir a história de alguém que é fã da banda e é escolhido para se juntar a ela, como se fosse um sonho se tornando realidade.No fim esse sonho se tornou realidade, devo dizer, porque essa é uma vida privilegiada, fazer turnês, gravar álbuns e tocar em grandes shows. Eu realmente adoro isso! Mas quando você tem 25 anos é muito difícil se adaptar a esse estilo de vida. É uma grande mudança de vida, com muitos países para visitar. E há muita pressão que eu não sabia que haveria quando comecei, sendo comparado a outros guitarristas, em todo esse cenário de competição. Eu não sabia como agir, como interagir com as pessoas. Então,demorou um pouco, com alguns problemas, mas aqui estamos!

7- Agora vamos falar da Palast. Como nasceu essa banda?

- Eu criei este alter ego chamado Pace, Sascha Pace, porque meus companheiros de banda disseram que seria muito legal aparecer com um apelido, porque eu sou multi-atarefado e estava voltando com a fotografia após 10 anos, onde eu fazia muito sucesso.Eu não queria interferir com o personagem do guitarrista de Heavy Metal sendo o personagem do fotógrafo, e quando eu estivesse fazendo diferentes tipos de músicas eu queria utilizar um personagem diferente, algo como um ator. Você muda a cena, muda a aparência, muda o visual, muda a música. Demorou alguns anos, e eu sempre quis fazer algo parecido, mesmo antes de ter entrado no Helloween. No Palast nós somos em três. O Tommy (Apus), por exemplo, eu conheço há muito tempo, e ele já havia me convidado para entrar em estúdio antes de eu entrar no Helloween. Nós já estávamos gravando algumas coisas e ele me disse: “Ei, você é um grande cantor, vamos fazer alguma coisa juntos”. Quando nós começamos a escrever músicas juntos e gravar algumas coisas eu recebi a ligação do Helloween, e então minha vida mudou e perdemos um pouco o contato.Desta forma, agora estamos gravando bandas e produzindo coisas,pois nós temos um estúdio de gravação juntos. Quando eu estava mais relaxado, creio que depois da “Hellish Rock Tour I”, com o Gamma Ray, nós tivemos um tempo livre e começamos a compor novas músicas, com mais tempo para as nossas coisas. Quando não tenho nada para fazer no Heavy Metal, nem com o Helloween, eu componho as minhas músicas.Talvez eu deveria fazer algo com isso. Então, ao longo dos anos eu trabalhei com diferentes músicos, e encontrei esses dois caras, o Tommy novamente e o Marc (Engel), para em 2015 formarmos o Palast. Nós gravamos um EP, tocamos em eventos de moda, fizemos turnê pela Alemanha, e lançamos o álbum oficial no ano passado.E nesse cenário ninguém sabe que sou guitarrista do Helloween, porque eu criei esse personagem.

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8- Como você está vendo a receptividade das pessoas com o álbum do Palast?

- A maioria das pessoas que estão nos descobrindo não são da cena do Metal, eles não sabem quem eu sou ou de onde viemos.Para elas somos apenas uma nova banda de Berlim. Quando o álbum foi lançado nós tivemos reações de fato muito positivas, de diferentes cenas. Do underground, da cena gótica, que é muito forte na Alemanha. Somos muito comparados com Depeche Mode, com Hurts, e esse tipo de bandas. Então entramos nessa cena gótica, e começamos a trabalhar com pessoas do mundo da moda.Para eles o seu trabalho combina com a música. Quanto a receptividade na cena Metal, eu não sei. Eu conheço músicos o tempo todo, e eles me dizem: “Ei, eu descobri o seu projeto, que é legal e eu não te imaginava tocando esse tipo de música”. Tendo em vista que eu nunca fiz um anúncio oficial: “Eu sou Sascha Pace e eu tenho essa banda, Palast”. Mas mais e mais fãs de Heavy Metal estão descobrindo isso, e alguns têm a mente muito aberta, e estão escrevendo coisas muito legais a respeito. Vamos ver onde isso vai parar dentro de alguns anos, eu não sei. 

9- E seus trabalhos como produtor musical, como está essa área de sua vida?

- Hoje em dia eu não estou produzindo muito mais. Eu tenho um pequeno estúdio de mixagem e gravação, e às vezes eu mixo álbuns para algumas bandas. Eu faço principalmente a parte de produção do Palast. Eu e Tommy produzimos todas as músicas juntos. Ao longo dos anos eu estava coletando equipamentos antigos, da década de 80. Eu sou apaixonado pelas coisas antigas, sem usar muito a tecnologia de computadores. Então, todas as técnicas de produção eu uso principalmente nas minhas próprias bandas.

10- Como é seu lado voltado para a arte da fotografia?

- Eu passei a me interessar muito pela fotografia, mas nem sei como isso aconteceu. Quando eu comecei era mais ou menos como um hobby, para passar os dias durante as turnês. Eu comprei uma câmera, e fiquei fotografando as pessoas. Quando voltei da turnê eu mostrei as fotos para alguns amigos, e um deles trabalha com publicidade, e ele disse: “Uau, isso é incrível! Você bateu belas fotos, vamos ver se conseguimos trabalhar em algo juntos”. Alguns meses depois peguei os primeiros trabalhos, produzindo fotos de catálogos e coisas do tipo. A coisa foi crescendo, crescendo e crescendo, e então eu entrei para o cenário da moda, fotografando para catálogos e campanhas. Às vezes eu fotografo bandas também. Mas eu só posso fazer essas coisas quando não estou em turnê. 

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11- O que você não gosta no meio musical?

- Quando eu era mais jovem eu realmente gostava de aeroportos, mas hoje em dia isso está se tornando muito cansativo. Temos pouco tempo para dormir, precisamos ficar correndo de avião para avião. Viajar às vezes pode ser muito cansativo.Mas por outro lado é compensador, pois é uma vida linda, é ótimo! Subindo no palco você pega de volta a energia, é brilhante! Agora que estou ficando mais velho eu posso até aproveitar mais do que quando era mais jovem.

12- Como é para você tocar no Brasil?

- O Brasil sempre foi um destaque. Na verdade, o primeiro show que eu toquei com o Helloween foi no Brasil. Eu vivi momentos muito especiais aí, e os últimos shows que fizemos aí foram maravilhosos, então eu adoro! Eu adoro as pessoas, os seus sorrisos, eles estão felizes a maior parte do tempo. É muito bom!

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13- Agora uma pergunta pra descontrair: Se você pudesse toca em qualquer banda da história da música, qual seria e por quê?

- O primeiro nome que me vem em mente é do Genesis. Genesis é uma de minhas bandas favoritas. De lá vem dois de meus ícones favoritos: um é Peter Gabriel e o outro é Phil Collins. A música deles me influenciou muito quando eu era jovem. Então, fazer um som com o Genesis seria incrível! E tem outra banda que eu realmente gostava quando era jovem, que é a banda Toto. Eu acho eles musicalmente incríveis, e eles compuseram músicas brilhantes. Então seria uma grande experiência tocar com esses caras.

14- Uma pergunta que eu não posso deixar de fazer: O Helloween vai gravar um álbum oficial com Michael Kiske e Kai Hansen?


- Haverá um álbum, sim! Nós tivemos grandes momentos na turnê. Parece que a banda vai ficar junta com os sete integrantes, como se fosse uma mini-orquestra. Sim, nós vamos gravar um álbum e estamos muito animados com isso.

15- De agora em diante, quais são seus próximos passos?

- Primeiro de tudo nós vamos finalizar a turnê tocando nos Estados Unidos, e depois vamos fazer outra trip pela América do Sul, mas infelizmente sem o Brasil. Ainda não, eu não sei se teremos outras datas, mas eu creio que não. Então nós vamos voltar para a Europa, e daí eu vou gravar coisas novas com o Palast. Nós vamos lançar um videoclipe no dia 4 de setembro, que sairá em todos os nossos canais de mídias sociais. E é isso, gravar novas músicas.

16- Quem sabe o Palast venha tocar no Brasil um dia...

- Seria maravilhoso! Eu acho que temos um longo caminho a percorrer, mas nunca se sabe!

17- Sascha, muito obrigado pela entrevista! O Rock Mania fica sempre à disposição!

- Está bem! Paz… Divirta-se! Muito Obrigado!

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Entrevista com Mark Jansen

Realizada em 14/03/18

1- Olá, Mark Jansen! É um prazer realizar essa entrevista, seja bem-vindo ao Rock Mania!

 

- Muito Obrigado!

 

2- Vocês estão no Brasil com a “The Ultimate Principle Tour”. Como está se desenrolando essa turnê?

 

- Está sendo uma ótima turnê até agora, com muitas pessoas nos shows e uma ótima vibração!

 

3- Ao total serão 8 shows aqui no Brasil, uma grande oportunidade para os fãs poderem ir ao show do Epica.

- É a primeira vez que fazemos tantos shows assim. Os fãs pediram isso por anos, e agora está acontecendo finalmente. Nós adoramos tocar no Brasil, e por isso todos ganham com essa situação.

4- Quais as coisas que você mais gosta aqui no Brasil?

 

- A paixão das pessoas, a gentileza, a boa comida, as bebidas e o clima.

 

5- Seu trabalho mais recente é o EP “The Solace System”. Fale-nos sobre esse disco.

 

- Ele contém músicas que normalmente não se encaixariam em nossos álbuns. Mas, como tínhamos muitas delas e muito boas também, para usar apenas como bonus tracks, decidimos fazer um EP com essas canções.

 

6- No começo a banda se chamava Sahara Dust, mas logo depois vocês mudaram o nome para Epica. Por que vocês fizeram essa mudança?

 

- Nós não gostávamos mais do nome Sahara Dust. Nossa primeira vocalista saiu da banda, então era a hora de um novo começo.

7- Em sua opinião, quais foram os momentos mais importantes da sua carreira?

 

- Assinar com a Nuclear Blast e tocar em tantos grandes e famosos festivais.

 

8- O que você não gosta no meio musical?

 

- A parte dos negócios, o dinheiro.

 

9- Se você pudesse fazer parte de qualquer banda na história da música, qual seria e por quê?

 

- Eu acho que seria divertido tocar com Frank Zappa e suas músicas malucas.

 

10- O que você gostaria de dizer aos fãs que estão acopanhando essa entrevista?

 

- Muito obrigado por toda a dedicação ao longo de tantos anos, nós amamos vocês!

11- Após essa turnê, quais serão seus próximos passos?

 

- Gravar meus vocais para o novo disco do Mayan e fazer uma turnê pelo Reino Unido com o Epica, onde faremos o show de número 1000 do Epica em Tilburg, na Holanda. Também sairei em turnê com o Mayan juntamente com a banda Leaves’ Eyes.

 

12- Mark Jansen, muito obrigado pela entrevista ao Rock Mania!

 

- Muito Obrigado, Rock Mania!

Entrevista com Al Atkins

Realizada em 07/03/18

1- Olá, Al Atkins! É um prazer falar contigo seja bem-vindo ao Rock Mania!

- Muito obrigado, Wander!

2- O que você anda fazendo atualmente?

 

- Não ando fazendo tanta coisa quanto eu gostaria, não estou ficando mais jovem, então você apenas faz o que é possível. Estou trabalhando em outro álbum com o guitarrista e produtor Paul May, que será o 4º do "Atkins/May Project", e estou ansioso para voltar ao estúdio novamente.

3- Você começou a cantar na década de 60. Ouvi algo das bandas “The Reaction”, “Blue Condition”, “Sugar Stack”... Como foi seu início na música?

 

- No início dos anos 60 viu-se uma grande mudança na cena musical com bandas como os Beatles, os Stones e o Who, para citar algumas, que estavam se formando. Foi uma época muito emocionante para todos os adolescentes que, assim como eu, também queriam montar uma banda. Comecei tocando bateria e cantando durante os primeiros anos, e depois assumi de vez as funções como vocalista, passando a escrever minhas próprias músicas também.

4- Vamos voltar para os tempos de Judas Priest. O que você se lembra dos anos em que era o vocalista da banda?

- O Judas Priest começou em 1969. Assinamos com a 'Immediate Records', de Londres, e fizemos uma pequena turnê. Tudo parecia promissor para nós, mas a gravadora mais tarde faliu e acabamos nos separando. Eu reformulei a banda no final de 1970, com K.K. Downing (guitarra) e Ian Hill (baixo), quando então caímos novamente na estrada, mesmo sem nenhuma gravadora naquele momento. Tocamos com vários bateristas nos três anos seguintes, e seguimos nos apresentando por todo o Reino Unido. Eu estava escrevendo mais e mais músicas, e mantivemos um set list praticamente com nossas próprias músicas, que era o que queríamos. Ficamos conhecidos como uma banda de Heavy Rock Progressivo... Algumas de minhas músicas foram lançadas nos dois primeiros discos, após eu sair e ser substituído por Rob Halford. No “Rocka Rolla” tem a 'Winter',

a 'Caviar And Meths' e a 'Never Satisfied'. No “Sad Wings Of Destiny” tem a 'Dreamer Deceiver' e a 'Victim Of Changes'. Eles assinaram com a gravadora ‘Gull Records’, que não era realmente o que eles queriam, mas pelo menos conseguiram lançar os álbuns e subir um pouco mais alto na escada.

 

5- Por que você saiu do Judas Priest?

 

- Eu era o único casado e com uma criança para criar, e o dinheiro estava um pouco apertado. Quanto mais conseguíamos lugares maiores para nos apresentarmos, com a ajuda de Tony Iommi e Norman Hood, mais as nossas despesas gerais aumentavam, e o que ganhávamos não era o suficiente. Então chegou um dia em que eu decidi conseguir um trabalho de 8 horas para pagar as contas.

6- Você tem contato atualmente com algum membro do Judas Priest?

 

- Sim, especialmente com o Ian, que é um dos caras mais simpáticos que você poderia conhecer na Terra. Ele tocou baixo no meu último disco solo, "Reloaded", e foi ótimo trabalhar com ele novamente depois de todos esses anos.

 

7- O que significa para você ter feito parte dessa verdadeira lenda do Heavy Metal, o Judas Priest?

 

- Eu tenho muito orgulho de ter participado do início do Judas Priest, e também de ter estado em contato com lendas locais como Black Sabbath e Led Zeppelin em seus primórdios. Eu sempre digo que plantei a semente e a vise transformar em um poderoso carvalho.

Al Atkins e Judas Priest

8- Após sair do Judas Priest, o que você fez ao longo dos anos?

 

- Eu me mantive ocupado ao longo dos anos desde que eu saí do Judas Priest. Minha banda seguinte foi a Lion, que foi uma das minhas favoritas e ficamos juntos por cerca de 5 anos. Recentemente perdi Pete Boot, que era o baterista nesta banda e também na Budgie. Descanse em paz, meu velho amigo... Eu gravei dois discos solo depois, em Berlim, na Alemanha, e desde então, gravei mais 4 álbuns solo, um álbum com a Holy Rage, três com o Atkins/May Project, além de várias participações como convidado. Eu também escrevi um livro intitulado “Dawn Of The Metal Gods”, que é sobre a minha vida começando no Judas Priest.

9- Seu trabalho com a Holy Rage, fale-nos um pouco sobre ele.

 

- Nós éramos uma banda que trabalhava duro e tocávamos em qualquer lugar, mesmo quando fizemos uma viagem da Inglaterra para Hollywood para realizar um único show. Gravamos apenas um álbum auto-intitulado, e como a maioria das bandas, passamos por algumas mudanças nos membros. Essa banda durou cerca de cinco anos.

10-  Na sua opinião, qual foi o momento mais importante da sua carreira?

 

- Eu tive alguns bons momentos, como quando toquei ao lado de Thin Lizzy e conversei com Phil Lynott, quando o Judas Priest abriu para eles uma vez nos anos 70.Outro bom momento foi quando viajei pela Costa Oeste dos Estados Unidos, há cerca de 10 anos, com o ex-guitarrista do Iron Maiden, Dennis Stratton. Mas creio que o momento mais importante foi o lançamento do meu livro 'Dawn Of The Metal Gods', que parece ter levado uma eternidade para ficar pronto, e eventualmente, foi lançado em um programa de rádio da BBC.

 

11- Como você vê a cena roqueira dos anos 70 até os dias de hoje?

 

- Eu amava a cena roqueira dos anos 70, haviam tantos caminhos diferentes para as bandas escolherem e ninguém estava com medo de aumentar o volume e tentar algo novo.Nós tínhamos Black Sabbath, Led Zeppelin, Iron Maiden, Motörhead, Saxon e Judas Priest, para citar algumas das bandas do Reino Unido que se destacaram, eque em sua maioria, ainda estão na atividade. Eu acho que hoje em dia é mais difícil para as novas bandas, muitos clubes fecharam e parece ser cada vez mais difícil de se subir a escada do sucesso.

Al Atkins e Holy Rage

12- O que você não gosta no meio musical?

 

- Das gravadoras. Elas estão sempre tentando tirar o nosso couro. Devemos sempre ler as letrinhas pequenas, ou senão, sofreremos.

 

13- Você já se apresentou no Brasil? Caso não, você gostaria de fazer isso?

 

- Não me apresentei, mas eu gostaria. O Brasil me parece um país fantástico, com o Heavy Metal bastante forte com bandas como Sepultura, Angra e Hibria, para citar algumas.

Al Atkins e Paul May

14- Quais são seus planos para o futuro?

 

- Manter-me vivo.

 

15- Al Atkins, muito obrigado pela entrevista e o Rock Mania fica sempre à disposição!

 

- Muito Obrigado, meu amigo Wander e Rock Mania! Keep It Metal!!!!

Entrevista com Wolf Hoffmann

Realizada em 03/11/17

1- Olá, Wolf Hoffmann, seja bem-vindo ao Rock Mania!

- Olá, é muito bom conversar com você!
 

2- O Accept está vindo para a América do Sul com a turnê “The Rise Of Chaos World Tour”. Qual é a expectativa?

- Quando você sai em turnê, a melhor parte de ser músico está aqui.Nós amamos estar no palco e somos totalmente dependentes da reação dos fãs. Se eles ficam loucos nós ficamos no céu, e acredite, isso é como óleo em chamas – nós retribuímos com o nosso melhor.Isso não se trata de expectativas, mas sim, de satisfação, e acaba indo nos dois sentidos. Estamos bastante confiantes, esses shows são a nossa vida! Será uma loucura!

3- Serão seis shows no Brasil. Esse é um bom número de apresentações para os fãs?

 

- Nós queríamos tocar todos os dias em todos os cantos do Brasil, nós amamos isso! Como vocês podem ver, nós continuamos voltando… Mas o ano tem apenas 365 dias e nós precisamos ir para outros lugares do mundo. Eu acho que estamos em plena forma e muito animados... Então – nós garantimos a vocês – nós voltaremos novamente!

4- Como você está vendo a repercussão de seu último disco, “The Rise Of Chaos”?

- Sempre fico nervoso antes de um lançamento. Eu não sou o tipo de cara que se inclina para trás e diz: “Isso é o que é”. Não! Eu estou muito animado,mas também ansioso – principalmente nas primeiras semanas após o lançamento.Logo nos primeiros dias tive um feedback,

porque alguns jornalistas ouviram o disco em primeira mão e reagiram imediatamente, então você pode ter uma certa ideia. Para ser honesto, o Accept convive com spoilers dos fãs e da mídia desde 2010 – quando nós voltamos após 15 anos de hiato – com Blood Of The Nations, depois Stalingrad, daí Blind Rage e agora The Rise Of Chaos. 

 

5- Desde que retomaram as atividades com “Blood Of The Nations” vocês praticamente não param. Ou estão em turnê, ou estão gravando. Como fazem para ter tanta energia?

- Sim, é isso mesmo! Nós seguimos sempre em frente, sem parar... E seguiremos assim por muito tempo que está por vir. Especialmente porque eu acredito que a minha melhor música ainda não foi composta.

6- Como é fazer parte de uma banda com mais de 40 anos de história?

- Eu não consigo acreditar que estamos com tanto tempo de banda, e também não consigo acreditar no que acontece hoje com a gente... Para mim é um milagre! Tenho muito orgulho de uma coisa: que eu posso dizer para mim mesmo que trabalho me divertindo, e que nunca desistirei. Você obtém aquilo que você quer ouvir quando você compra um álbum do Accept, é assim e sempre será. Nada mudou e nada mudará.

7- Quais serão os seus passos após essa turnê?

 

- Teremos uma turnê de inverno onde passaremos por quase 20 países, depois teremos um verão cheio de festivais... E um outono com outra turnê. Não existe um fim à vista.

 

8- Para finalizar deixo o Rock Mania a sua disposição para você convidar os fãs para os shows do Accept no Brasil.

- Não podemos esperar para vê-los em nossos shows. Vamos pôr as casas abaixo – o que não podemos fazer sem vocês! Vejo vocês em breve!

 

9- Wolf Hoffmann, muito obrigado pela entrevista!

 

- Muito Obrigado pela atenção, Rock Mania! 

Entrevista com Michael Weikath

Realizada em 17/10/17

1- Michael Weikath, a "Pumpkins United World Tour" está prestes a começar. Qual a atmosfera entre os membros da banda?

 

- A atmosfera é muito boa, é emocionante. Dia 19 é o nosso primeiro show, estamos começando nossa “Pumpkins United Tour” no México e continuaremos a partir daqui. Estamos todos ansiosos, mas você pode imaginar que estamos também muito tensos antes de começar. Esperamos que tudo corra bem, que os fãs gostem e que tenhamos grandes shows.

2- De quem foi a ideia de fazer essa reunião com Kai Hansen e Michael Kiske?

- Bem, Kai Hansen falou sobre isso há algum tempo, então eu encontrei Michael Kiske, nós conversamos e concluímos que não tínhamos mais problemas e que estava tudo bem entre nós. Então conversamos mais e todos gostaram da idéia de fazer a “Pumpkins United Tour”. Os empresários fizeram o resto e aqui estamos nós: uma nova jornada.

3- Como foi feita a divisão das músicas entre os vocalistas?

 

- Andi e Michael estão cantando a maioria das músicas, com o mesmo número de partes para cada. Eles também fazem duetos, e vocês ainda ouvirão Kai no microfone. Isso tudo vai ser muito legal!

4- Foi difícil escolher as músicas para a turnê? Quais critérios foram utilizados?

 

- Muito difícil. Nós temos tantas músicas para escolher. Mas nós sabemos o que os fãs querem ouvir, nós temos de tocar de tudo: as velhas, as novas, os clássicos... Eu espero que tenhamos escolhido as músicas certas.

 

5- A nova música “Pumpkins United” teve uma ótima aceitação entre os fãs. Vocês pretendem graver mais músicas juntos?

- Neste momento eu duvido que isso aconteça, mas nunca se sabe. Não teremos tempo para isso, pois ficaremos em turnê quase que até o final de 2018. Somente o tempo vai dizer... Nunca diga nunca!

 

6- No Brasil vocês farão três apresentações, sendo que vocês têm muitos fãs no país. Qual a sua expectativa para tocar aqui?

 

- Os brasileiros sempre foram muito, muito solidários, com fãs enlouquecidos e excelentes públicos. Temos apresentações com ingressos esgotados, isso é formidável! Cada um de nós ama o Brasil, o povo, e é claro, as belas mulheres e a comida. Sem esquecer de suas bebidas incríveis. Estamos todos ansiosos para chegar ao Brasil e até já planejamos uma noite em uma churrascaria.

   

7- Michael Weikath, muito obrigado pela entrevista ao Rock Mania! Estamos esperando por vocês ansiosamente aqui no Brasil…

 

- Nós amamos o Brasil, nós amamos nossos fãs, e somos muito, muito gratos pelo seu apoio. Vocês são os maiores fãs do mundo e estamos muito ansiosos para vê-los em breve nos nossos shows. Vocês, fãs brasileiros, são loucos e maravilhosos. Obrigado pelo seu apoio, nós amamos vocês! Muito obrigado, Rock Mania!!

Entrevista com Tony Moore

Realizada em 04/11/16

1- Tony Moore, você é músico, apresentador de TV e de rádio, está envolvido com produção musical... Como você faz para administrar tantas atividades?Seja bem-vindo ao Rock Mania!

 

- Muito Obrigado! Eu acho que é porque eu tenho uma mente hiperativa,e eu adoro novos desafios.Então, se alguém sugere algo para mim ou me pede para fazer algo, eu tento sempre dizer sim.

2- Como você vê o cenário do Rock atualmente, na Europa e também no mundo afora?

 

- Não importa para que país você vá, não importa para que cidade você vá, você sempre vai encontrar bandas tocando Rock, porque o Rock é o denominador comum entre tantas pessoas diferentes. Eo que eu adoro no Rock é que ele existe mesmo fora da mídia mainstream. Ele não precisa de uma rádio mainstream, ele não precisa de uma TV mainstream, nem de jornais mainstream. O Rock existe porque ele é um estado de espírito, é uma paixão que nós temos. E então, quando as pessoas descobrem uma grande banda, elas a apóiam, elas vão aos shows e se tornam fãs, não importa o que aconteça.

3- Você já veio ao Brasil?

- Eu estive no Brasil apenas uma vez, eu acho que foi em 1995, eu fui para Foz do Iguaçu, na véspera de Ano Novo, onde passei cerca de uma semana. Foi maravilhoso, Foz do Iguaçu tem incríveis fenômenos naturais, como as cataratas.Por algum tempo eu tive uma namorada da Argentina, Marie Claire D'Ubaldo, que é cantora e compositora. Nós fizemos músicas na América do Sul, mas nunca tocamos no Brasil. É uma pena! Eu falo um pouco de Espanhol, mas não Português.

4- E você gostaria então de tocar no Brasil algum dia?

 

- Eu adoraria! Eu acho que o Brasil é um país que abraça a música de uma maneira como nenhum outro país o faz. Vocês nos deram a Bossa Nova, vocês nos deram um Rock fantástico. A sua paixão como um país, que apóia a música de bandas como Queen, Rush e todas as grandes bandas. Algumas das maiores performances foram realizadas no Brasil. Meu sonho é um dia ir ao Brasil para fazer música e conhecer algumas pessoas fantásticas.

5- O que você não gosta na indústria musical?

 

- Assim como muitos outros músicos que estão nisso a muito tempo, eu fico desapontado com tanta atenção que é dada para competições na televisão, como reality shows e programas de competição entre cantores. Eu acho que fica muito fácil para a indústria musical tentar encontrar talentos para o futuro através desse tipo de programas.Nós terminamos com algo muito superficial, onde as pessoas procuram por celebridades, que não construíram seu público. A coisa mais grandiosa que você pode fazer no mundo é tocar ao vivo o máximo de vezes possíveis, e aprender o segredo de como se comunicar com o público e de como se sentir confortável no palco.E se esse processo for encurtado por uma aparição na televisão, para muitas pessoas as carreiras não durarão muito tempo.Eu estou desapontado, mas esta é a natureza dessa indústria que se utiliza da mídia para pegar uma música e tirar vantagem através dela.Nós músicos, compositores e

intérpretes devemos tentar compreender que precisamos atrair o maior número de pessoas possíveis para construirmos uma carreira, mas devemos também manter alguma integridade e honra nas coisas que criamos e na música que tocamos.

6- Tony Moore, você faz parte da história de uma das maiores bandas de todos os tempos: o Iron Maiden. Conte-nos como foi seu envolvimento com a Donzela.

- Vocês têm de entender que eu estive no Iron Maidennosseus primeiros dias, nos primeiros anos de sua carreira.Eles não eram famosos, ninguém sabia quem era a banda.Eu morava em uma pequena cidade no oeste de Londres, chamada Bristol. Eu vi um anúncio em um jornal de música onde procuravam por um tecladista. Então eu fui a Londres e conheci a formação da banda, que era composta por Dennis Wilcock, que era o vocalista, Terry Wapram, o guitarrista, Thunderstick era o baterista, e é claro, Steve Harris o baixista. Eu toquei por cerca de meia hora, eles saíram do quarto e tiveram uma conversa a meu respeito, e então eles voltaram e disseram: “Você gostaria de entrar na banda?”. Eu disse: “É claro, eu adoraria entrar na banda”. A primeira coisa que eu fiz foi me mudar para Londres, e quando eu cheguei, fiquei com Steve Harris e sua avó noleste de Londres. Nos primeiros meses eu passei muito tempo com Steve, conversando sobre música e sobre performances. Nós nos dávamos bem e apreciávamos muitas coisas parecidas. 

Nós adorávamos a música de bandas como Genesis, Yes e Pink Floyd. E Steve tinha um instinto, ele sabia que aquele era o momento para o Rock britânico começar novamente após a era do Punk. Ele estava determinado que o Iron Maiden estaria bem à frente nessa nova era do Rock And Roll. Basicamente, ele disse que haviam três coisas em que acreditava: que o Iron Maiden seria a banda de ponta da nova música Rock britânica; que nós teríamos um espetáculo que seria tão grandioso quanto como um do Genesis; e que a banda seria conhecida em todo o mundo. Ele era muito apaixonado, muito focado, o que para mim era muito atraente, eu fui inspirado pela maneira que ele conduzia sua energia.Essa foi a razão pela qual eu fiquei na banda. E por muitos meses nós trabalhamos realmente duro, ensaiando. Todo material do primeiro disco já estava praticamente pronto, e já estávamos ensaiando alguma coisado segundo álbum também.Eu só me lembro que nós fizemos um show, e não foi dos melhores, nós não fomos muito bem. Então me caiu a ficha de que como um tecladista, aquela não era abanda ideal para mim. Foi difícil tentar encontrar um ajuste entre o que eu estava acostumado a tocar como tecladista e o tipo de arranjos que o Iron Maiden realmente precisava. Então, não ficou um clima ruim, eu segui adiante, e discretamente nos bastidores Steve reorganizou os músicos na banda.

7- Passa o tempo e você sempre é lembrado como um ex-Iron Maiden. Você gosta disso?

- Eu tenho muito orgulho das coisas que fiz em minha vida. Eu tenho muito orgulho de ter feito parte de uma banda lendária como o Iron Maiden, mesmo sabendo que foi bem no seu início. Eu assisto a banda às vezes e tenho uma sensação de orgulho, de que eu fiz parte disso tudo também. Eu acho que para Steve não importa o que fica no seu caminho, ele vai continuar em frente, porque ele tem fé, ele acredita na música e nos princípios que o Iron Maiden representa, e eu acho que essa é uma grande qualidade.

8- Você tem contato com algum membro ou ex-membro do Iron Maiden?

- Sim, eu conheci Bruce muito bem através do vôo, ele me ajudou a aprender a voar. Ele me levava para voar em seu próprio avião, e falávamos sobre voar. Nós temos amigos em comum que também pilotam. Então, por um tempo eu vi muito o Bruce. Na última grande apresentação do Iron Maiden em Castle Donington, no Monsters Of Rock, eu encontrei Steve e pudemos conversar um pouco. Os outros caras da banda eu não conheço muito bem porque eles não estavam por perto quando eu estava na banda. Mas eu sou muito próximo do empresário do Iron Maiden, Rod (Smallwood). Ele tem um filho que é um músico maravilhoso, e tem uma banda chamada White Room.Eu os venho acompanhando e apoiando, e tentando ajudá-los com sua carreira. É um som bem diferente de Iron Maiden, é mais Rock And Roll.

9- Tony, conte-nos como foram seus tempos de banda Radio Java.

- Depois de sair do Iron Maiden eu comecei a trabalhar com o guitarrista Brian James, que era guitarrista e compositor de uma das primeiras bandas britânicas de Punk, chamada The Damned.Ele compôs duas músicas, uma chamada "NeatNeatNeat", e a outra “New Rose”, ambas hinos do Punk. Eu toquei com ele por cerca de um ano. Depois eu entrei em outra banda, chamada England, que era mais de Rock Progressivo. Eu deixei Londres com a banda por cerca de três anos. Quando eu voltei a Londres eu não tinha nenhum dinheiro, e tive de começar outra vez. Como eu estava compondo algumas músicas, decidi montar uma banda para tocá-las, e botei o nome de Radio Java. Nós conseguimos um contrato de gravação com um selo francês, e eles nos deram a oportunidade de gravar um álbum no Abbey Road, o que foi absolutamente emocionante. Eu pude falar com muitas pessoas que trabalharam com os Beatles, pude viver um verdadeiro sonho trabalhando em um estúdio tão maravilhoso.Quando chegamos para lançar o disco, infelizmente nosso selo ficou sem dinheiro, e ele eventualmente fechou. Então a Radio Java quase teve grande sucesso, mas depois que o selo entrou em colapso nós não tivemos como continuar como uma banda.

10- Outra banda em que você tocou foi a Cutting Crew. Como foi aquela época?

- Eu toquei na Cutting Crew de 1986 a 1988, e foi realmente emocionante estar em uma banda onde tínhamos grandes hits de sucesso. "(I Just) Died in Your Arms" foi a número um nas paradas musicais em cerca de 15 países, incluindo os Estados Unidos e países da Europa. Eu tive a oportunidade de sair em turnê com a banda, onde abrimos para a Starship, para Huey Lewis And The News, para The Bangles. Foi realmente uma época emocionante.

11- Um momento marcante em sua vida foi em 2007, quando você realizou a “The Acoustic Airwaves Tour”. Conte-nos como foi essa experiência.

- Eu estava aprendendo a voar em pequenos aviões, de hélice mono-motor. Isso foi na época que conheci Bruce... Eu estava realmente inspirado para voar, mas eu me sentia como um iniciante: eu decolava, voava por cerca de uma hora e aterrissava novamente. Eu queria ter um propósito maior do por que de estar voando.Eu sempre apoiei diferentes instituições de caridade durante a minha vida, e um importante fundo que eu estava apoiando na época era o “Teenage Cancer Trust”. Então tive a ideia de colocar um sistema de PA’s, guitarra, microfones e um teclado na parte de trás de um pequeno avião, com o qual poderia voar para outros aeroportos e fazer shows. Eu planejei uma turnê com 15 aeroportos que eu nunca havia estado antes. A minha licença eu havia tirado há umas três ou quatro semanas antes de iniciar a turnê. Quando olho para trás eu vejo que foi uma grande loucura, porque foi muito difícil. Houveram vários momentos em que eu quase morri. Mas eu chegava nos aeroportos, levando todo o equipamento e o montava. Eu convidava a imprensa local e os jornais para fazerem a cobertura. Então eu me apresentava, fazia a coleta para a caridade,

atendia a imprensa e depois botava todo o equipamento atrás do avião e voava para o próximo show. Eu fazia tudo sozinho, não tinha ajuda de ninguém, não tinha roadies, não tinha co-piloto, tinha de me virar. Foi uma das coisas mais difícies que eu já fiz, mas isso gerou uma publicidade muito grande para a campanha, e tive a oportunidade de levá-la para outras partes do país, pelo qual eu estava voando. Eu consegui algum dinheiro, então foi uma grande coisa, mas não tenho certeza se eu faria isso de novo, foi tão difícil.

12- Tony Moore, você tocou no Iron Maiden, você voou de aeroporto em aeroporto fazendo shows. As suas vivências com a música são realmente memoráveis...

- É verdade! Se eu pudesse fazer apenas uma coisa em minha vida inteira, seria tocar música.Isso é especial para mim.Todos os dias eu tento passar um pouco de tempotocando piano ou violão,compondo e trabalhando, mesmo que não produza nada comercial. Então, eu sou muito apaixonado por tocar onde quer que seja. Se as pessoas me convidam para tocar em

algum lugar,se eu puder agendar isso eu vou adorar ir lá e tocar.Eu tento ajudar no que eu posso, seja com um programa de música ou fazendo um concerto, criando músicas e oportunidades.

13- Tony, você que vive a música todos os dias de sua vida, que conselho daria aquelas pessoas que almejam algo mais dentro desse universo musical?

- Há três coisas que eu sempre digo para as pessoas: você tem de ser original, inovar e não se desviar. Isso significa que você tem de ser original no que você faz. Mesmo que você toque Rock, e o Rock já venha sendo tocado nos últimos 50 anos, seja original na forma como você soa. A próxima coisa que você deve fazer é ser inovador. Com os tempos mudando você tem de encontrar novas maneiras de apresentar o que você faz. Seja criando vídeos para o youtube, seja fazendo como eu fiz, uma turnê pelos aeroportos... Encontre uma maneira diferente e inovadora de mostrar a sua originalidade. E finalmente, o mais importante: não se desvie! Uma vez que você é apaixonado por algo, você deve seguir em frente e fazer acontecer. Às vezes algumas coisas ficarão no seu caminho, às vezes os desafios vão tentar te parar, e você terá de trabalhar para contorná-los. Uma coisa que eu aprendi é que as pessoas com um talento autêntico, e com uma paixão genuína, elas apenas seguem adiante. E quando o momento certo aparecer, elas estarão prontas para ele, e poderão começar a viver os seus sonhos.

14- Quais são seus planos para o futuro?

- Minha prioridade é trabalhar com a nova artista Ilona. Eu a conheci há cerca de cinco anos atrás, e ela nunca havia feito nada na indústria musical, mesmo tendo uma voz maravilhosa. Então, todo esse tempo estou trabalhando muito próximo dela, compondo juntos, fazendo shows e orientando sua carreira musical.Então a minha prioridade agora é levar Ilona ao próximo nível, para as pessoas conhecerem ela, compreenderem e curtirem a sua música. E quando for possível nós adoraríamos passar um tempo no Brasil, fazer shows e conhecer as pessoas.

15- Tony Moore, muito obrigado pela entrevista e seja sempre bem-vindo ao Rock Mania!

- Muito obrigado! Eu agradeço a cada um que ouve, apoia e faz parte do Rock Mania. Vocês estão fazendo algo grandioso ao manter o espírito do Rock no coração de todos. Um dia, em um futuro próximo, eu espero ir para o Brasil, e levar Ilona comigo. As pessoas são bem-vindas para me encontrar no twitter, no facebook ou no meu site, que é tonymooremusic.com, ou então o site da Ilona, que é ilonamusic.com. Obrigado por falar comigo e fazer ótimas perguntas. Bye, bye!

Entrevista com Al Pitrelli

Realizada em 26/01/17

1- Olá, Al Pitrelli! Seja bem-vindo ao Rock Mania, é um prazer realizar esse trabalho contigo!

- Muito obrigado por me receber. É um prazer fazer parte do programa de hoje. Obrigado!

2- O que você está fazendo nesse início de 2017?

- Estou sempre envolvido com a Trans-Siberian Orchestra, isso já há muitos anos. Eu diria que desde 1999, talvez 2000 ou 2001, que se transformou em meu trabalho em tempo integral, não apenas fazendo turnês, mas gravando com Paul O’Neill e Jon Oliva durante o ano todo.

3- Pitrelli, fale-nos sobre como foi que você despontou para a música? 

- Eu comecei no “New York Studio”, fazendo diferentes gravações, demos, gravando com um monte de pessoas... O primeiro show de verdade que eu fiz, acho que foi em 1985, com Michael Bolton, quando ele era um cantor mais Rock And Roll, e então fazia sentido. Se você ouvir Michael Bolton hoje é um pouco mais “contemporâneo”, mas naquela época ele era um verdadeiro roqueiro. Por isso, foi bastante divertido. A partir dali eu trabalhei com vários outros artistas, como John Lynn Turner, com quem passei algum tempo. E então, em 1989, eu consegui meu primeiro grande trabalho como diretor musical com Alice Cooper.

4- Já que você tocou no assunto, como foi trabalhar com Alice Cooper?

- Eu trabalhei na turnê do disco “Trash”. Nós gravamos um DVD da apresentação ao vivo na Inglaterra. E então eu trabalhei com ele no disco “Hey Stoopid”. Eu fui seu diretor musical por cerca de dois anos. E isso foi muito divertido, eu aprendi muito com Alice, que é um grande cara, um grande professor e obviamente grande artista. Então essa foi a primeira vez que eu viajei o mundo, estando realmente em uma grande banda de Rock, tocando em arenas. Foi um sonho que se tornou realidade. Foi a muito tempo atrás, mas eu me lembro como se fosse ontem.

5- E você tem contato com Alice Cooper atualmente?

 

- Não muito. Nós nos cruzamos de vez em quando, o mundo é bem pequeno hoje em dia. Eu vi um show dele há alguns anos atrás, em alguma arena no Norte. Eu toquei em uma noite, e ele na noite seguinte, e tivemos a felicidade de ficar no mesmo hotel. Tomamos um café juntos e conversamos um pouco. No facebook nós nos perguntamos como estão as famílias. Mas nós não mantemos tanto contato porque ele está sempre tão ocupado quanto eu.

 

6- Agora relembrando seus tempos na banda Asia, com a qual você gravou dois discos, Aqua e Aria. Como foi esse período?

 

- Foi incrível, porque eu pude trabalhar com alguns dos meus herois. Trabalhar com Steve Howe, Geoff Downes e Carl Palmer. Foi maravilhoso gravar no Advision Studios, em Londres, que é um estúdio muito lendário. Esse foi outro sonho que se tornou realidade. Tocar com os caras que eram do Yes, do Emerson, Lake & Palmer, do King Crimson, e então

gravar um disco com eles... Simon Phillips veio e tocou bateria em algumas faixas. Então, me senti, como dizem: “como uma criança em uma loja de doces”. Eu estava muito feliz.

7- E como foi tocar com Dee Sinder, na banda Widowmaker?

-Foi muito divertido, porque Dee tinha apenas o Twisted Sister, e eu estava apenas com Alice Cooper. Nós morávamos na mesma parte de Nova York, começamos a compor músicas juntos e ficamos muito amigos. Então nós começamos a banda juntos. Gravamos dois discos, fizemos turnês... Tivemos bons momentos juntos. Eu acho que fiquei uns 4 ou 5 anos com Dee, e hoje continuamos em contato. Ele é um grande cara, um ótimo cantor e compositor, e realmente uma boa pessoa para se ter ao redor. Ele trabalha muito sério e eu aprendi muito com ele.

8- Deve ser realmente muito prazeroso poder trabalhar com lendas do Rock como Alice Cooper, Dee Snider...

- Sim, e essa é a melhor parte, porque às vezes eu estou no palco e olho ao redor, e penso dentro da minha cabeça: “Oh, meu Deus, esse é Alice Cooper, esse é Dee Snider. Eu cresci ouvindo suas músicas e agora estou tocando suas músicas com eles, ou então uma música nova que escrevi com eles”. É uma grande conquista, eu sou realmente muito orgulhoso de poder continuar trabalhando e tocando com essas lendas. E foram tantas que eu já estive junto... A mais recente foi quando trabalhei com Paul Rodgers, que veio para tocar com a Trans-Siberian Orchestra no mês passado, em nosso último show. Estar no palco com ele e tocar sua música, que eu tocava há 40 anos atrás na casa de minha mãe... Foi a mesma coisa quando trabalhei com Joe Walsh, tocar “Life's Been Good” e “Rocky Mountain Way”, com Joe Walsh cantando, e não com uma banda cover, foi muito emocionante.

9- São tantos artistas e bandas que você já tocou junto. Outra delas é o Megadeth. Como foi tocar com Dave Mustaine e companhia?

 

- Foi ótimo! Novamente, poder trabalhar com alguém que você admira musicalmente, que você respeita. Eu aprendi muito com Dave Mustaine, ele é um músico tão talentoso, um grande compositor e um ótimo guitarrista. Toda a banda, formidável. Foi a primeira vez que estive em uma banda onde todos tínhamos a mesma idade, não havia 15 ou 20 anos entre nós. Ele trabalha tão duro! Ficamos entre turnês e gravações por quase dois anos sem parar. Fizemos o “Capitol Punishment”, onde eu toco em uma música (nota do editor: este disco é uma coletânea, e a única música inédita nele é “Kill The King”). E então, o “The World Needs A Hero” e o “Rude Awakening”. É muito trabalho em dois anos, e nós fizemos turnês por toda parte. Fomos a lugares que eu nem sabia que existiam, mas haviam grandes fãs do Megadeth por todo o mundo. Era muito divertido. Isso fez de mim um guitarrista melhor, me fez apreciar muito mais esse estilo de música, que é muito difícil de

tocar. Nós fizemos a primeira turnê da Trans-Siberian Orchestraem 1999, e assim que ela terminou eu fui tocar com o Megadeth por dois anos. Então foi um ponto interessante em minha vida, que foi bom para mim naquela época. Eu tive de trabalhar com músicos diferentes e explorar diferentes estilos de música, que eu não tive oportunidade antes. Tudo é uma experiência de aprendizado, todos os dias eu acordo e quero aprender algo novo, e eu aprendi muito trabalhando com David Ellefson, Dave Mustaine e Jimmy DeGrasso.

10- Você teve uma missão nada fácil de substituir Marty Friedman...

- Provavelmente foi uma das coisas mais difíceis que já tive de fazer como guitarrista, porque ele é um grande guitarrista, com um estilo bastante único e diferente. Eu não estava muito familiarizado com isto. Eu o ouvi tocar, mas aprender suas músicas, aprender seus solos de guitarra, foi muito desafiador. Realmente me tornou muito mais disciplinado e muito mais focado no meu trabalho. E Dave não queria ouvir uma versão, ele queria ouvir o solo exatamente do jeito que foi gravado. Eu cresci praticando Jazz e Blues, onde você não toca a mesma coisa duas vezes. Megadeth e Dave Mustaine tocam exatamente da mesma maneira todas as noites, porque é isso que as pessoas na plateia querem deles.

11- E o Savatage, nos fale como está essa banda que tem muitos fãs mundo afora...

 

- Eu comecei com eles em 1995, e não muito tempo depois nós lançamos o disco “Dead Winter Dead”. Então imediatamente começou a nascer a Trans-Siberian Orchestra. Então as duas bandas continuaram por um tempo, mas a TSO ficou tão grande que tomou toda a nossa atenção. Então o Savatage ficou inativo por um tempo... Nós nos apresentamos no Wacken em 2015 como headliners, e foi ótimo tocar com os caras novamente. Eles estão falando em pegar a estrada novamente, ou talvez gravar um novo disco, mas eu não tenho certeza quando.

12- O Savatage que já viveu bons momentos no Brasil, não é mesmo?

 

- Sim, sim! Eu lembro que tocamos no Monsters Of Rock há alguns anos atrás (nota do editor: em 1998). Foi formidável tocar nossas músicas para tantas pessoas, foi emocionante para nós seis estarmos juntos no palco novamente, e nós realmente adoramos. Foram muitos shows, muitos bons amigos, e muita diversão. Nós devemos voltar para o Brasil, nós adoramos tocar aí, vocês são loucos.

 

13- Nos anos 90, com você na banda, foram gravados dois discos: “Dead Winter Dead” e “The Wake Of Magellan”. O que você acha desses álbuns?

 

- Ambos tiveram momentos muito especiais. “Dead Winter Dead” foi a primeira vez que gravei com a banda. No “The Wake Of Magellan” eu compus algumas músicas, o que eu tenho muito orgulho. Eu acho que foi ótimo tocar nesses dois álbuns, os dois têm músicas formidáveis, e foi um momento em que a banda estava muito forte.

14- Como é seu relacionamento com Jon Oliva?

- Ele é uma das pessoas mais agradáveis e felizes que eu conheço, ele é como um irmão. Nós nos divertimos muito juntos, e também enfrentamos alguns problemas juntos. Ele é um músico brilhante, compositor, pianista, cantor... Ele é definitivamente um em um milhão.

15- Como é seu trabalho como diretor musical?

- Como um diretor musical você faz um monte de tudo. Você tem de ser o chefe, você tem de ser o cara mau às vezes. Você precisa conhecer as partes do seu instrumento, e as partes de todos os outros instrumentos também. Você tem que ser capaz de falar a linguagem musical fluentemente. Às vezes você precisa não falar numa linguagem musical, porque algumas pessoas na banda podem não entender. Você precisa ser capaz de se comunicar não apenas com um cantor, mas com vários cantores. Você tem que ter certeza de que em cada noite, todo show seja um show perfeito. Eu preciso me comunicar com a equipe, e conduzi-la. Por exemplo: se algo der errado eu tenho de resolver ali mesmo, porque as pessoas na plateia querem um grande show, e não importa se algo tecnicamente deu errado. Meu trabalho é reagir as circunstâncias e resolvera situação calmamente. É quase como ser o treinador de uma equipe de futebol. Você tem um monte de gente ao seu redor e eles são apenas uma orientação e eles querem fazer um bom trabalho e meu trabalho é ajudá-los a aprender a fazer um bom trabalho.

16- O que você não gosta no meio musical?

- Eu não sei... Às vezes você ouve coisas ruins sobre as gravadoras, às vezes você ouve coisas ruins sobre os músicos. Eu acho que o mais importante é você aprender a viver com os dois lados. A única coisa que eu realmente não gosto é ter de ficar muito tempo longe de minha família. Se você tem uma boa vida em casa você não quer perder nenhum momento com sua esposa, suas crianças, sua família. E às vezes, você sendo músico precisa ficar longe disso tudo. Você tem que aprender a equilibrar isso.

17- Você já tocou em várias bandas, com artistas diferentes, sei que as experiências são muitas em sua vida. Mas conte-nos algum momento marcante em sua carreira, algum que lhe venha na mente agora.

 

- Eu acho que o momento mais interessante foi na época que tocava com Alice Cooper. Nós estávamos fazendo um show em Londres, e quando olhei para baixo, Jimmy Page estava na plateia, assistindo nossa apresentação. Desde garoto, cresci ouvindo Led Zeppelin, e isso é algo que vai ficar comigo para sempre.

18- Que dicas você daria aos músicos que estão nos ouvindo nesse momento, e almejam algo mais dentro da música?

- Trabalhem muito duro, vocês precisam amar isso mais do que tudo, porque para fazer algo por muito tempo e não fazer nenhum dinheiro, vocês precisam estar apaixonados por isso. Vocês têm de amar isso mais do que o ar que respiram, ou mais do que o sangue em suas veias. Vocês têm alguns dos melhores lutadores do mundo em seu país, e eu adoro MMA, eu treino todos os dias para lutar. Eu aprendi do Jiu-Jitsu brasileiro que você deve amar isso, porque é doloroso, é incômodo, é horrível enquanto você está fazendo, mas a cada dia você vai ficando um pouco melhor. Você não está fazendo isso pelo dinheiro, você está fazendo isso porque você ama essa forma de arte que é a música. Você precisa ter foco, ser melhor do que todos, e querer isso mais do que qualquer outra coisa. Não se preocupe com dinheiro, apenas se preocupe em ser grande em algo.

19- Daqui pra diante, quais são seus próximos passos?

- Eu tenho um pouco de tempo livre agora, e então eu vou voltar a trabalhar com Paul O’Neill e Jon Oliva em outro disco da Trans-Siberian Orchestra. Nós estamos sempre criando novos discos, fazendo novas músicas... E lá se vão 21 anos de Trans-Siberian Orchestra, desde que eu, Paul e Jon começamos isso tudo. E espero fazer isso por outros 21 anos mais. Além disso, o que eu comecei a fazer agora é ensinar. Eu estou pegando estudantes do mundo todo, que queiram aprender algo sobre a guitarra, ou sobre os negócios. Eu tenho discursado em muitas faculdades, porque eu gosto de devolver o máximo que eu posso para essa forma de arte que foi tão boa para mim por tantos anos.

20- Al Pitrelli, muito obrigado por conceder essa entrevista ao Rock Mania, e seja sempre bem-vindo!

- Muito obrigado pela entrevista! E todos vocês, ouvintes, acessem minha página no facebook: Al Pitrelli. Podemos manter contato dessa maneira, eu sempre respondo a todas as perguntas e a tudo o que vocês querem saber. Estou sempre disponível para falar sobre isso.

Entrevista com Roland Grapow

Realizada em 24/01/17

1- Olá, Roland Grapow! É um prazer realizar esta entrevista contigo, seja bem-vindo ao Rock Mania!

- Muito obrigado, eu estou muito feliz de fazer parte do Rock Mania!

2- No que você está trabalhando nesse início de ano?

- Eu realmente estou sempre muito ocupado em meu estúdio aqui na Eslováquia. Muitas pessoas sabem que eu vivo há cerca de 12 ou 13 anos aqui, e eu tenho um estúdio. Para ser honesto eu estou trabalhando apenas no álbum do Masterplan, que é um disco especial. Não é um disco de estúdio, são minhas velhas canções dos tempos de Helloween, que eu escrevi para a banda e estou agora mixando ele. Eu estou muito, muito perto de finalizar esse álbum, talvez no final dessa semana. O engraçado é que eu ainda tenho de cantar algumas partes, o que é um pouco estranho. Mas eu sempre deixo pra captar isso no final, porque Rick (Altzi, vocalista do Masterplan) estava cantando essas partes há seis meses atrás, em Julho, Agosto, algo assim. E eu estava tentando melhorar minha performance para as partes vocais, porque eu queria fazer uns vocais limpos, tipo da época de Michael Kiske, das músicas antigas que eu escrevi para o “Pink Bubbles Go Ape” ou “Chameleon”, apenas para obter timbres diferentes. Então, teremos dois cantores nesse disco.

3- Teremos então um disco do Masterplan somente com músicas do Helloween?

 

- Sim, é um disco do Masterplan. Eu acho que vou falar isso pela primeira vez: o nome do álbum é “Pumpkings”. É apenas uma palavra, não é “Pumpkin”, é “Pumpkings”. É uma brincadeirinha, por causa do “Time To Be King”, do Masterplan. Eu queria ter dado outro nome a ele no começo, mas a gravadora não gostou... Eu tive a ideia de chamá-lo “Smashing Pumpkins”, e agora o álbum se chama “Pumpkings”. Nós não temos uma data de lançamento, mas eu estou certo de que quando eu entregar a fita e a mix, em uma ou duas semanas, talvez depois de três ou quatro meses ele será lançado.

4- Conte-nos um pouco sobre seu trabalho como produtor musical...

- É difícil falar, porque quando eu entrei para os negócios na cena musical... Bem, todos sabem que antes de entrar no Helloween eu tinha uma vida normal como músico amador. E no Helloween eu tive uma vida boa. Eram 4 ou 5 horas por dia gravando ou estudando guitarra, praticando e tendo bastante tempo livre. Mas agora estou trabalho muito. Eu estou trabalhando muito e me divertindo muito. Eu estou trabalhando nos 7 dias da semana, na maioria deles das 10 ou 11 horas da manhã, até às 8 ou 9 horas da noite. Então, é muito mais do que as pessoas comuns normalmente trabalham, e eu adoro isso. Eu mixo, gravo, tenho um monte de trabalhos, mas eu estou muito feliz, estou bastante ocupado.

5- Roland, vamos voltar no tempo, para a época em que você tocava na banda Rampage. Fale-nos sobre aqueles tempos...

- Eu vou falar rapidamente sobre antes do Rampage... Quando comecei eu tinha 12 anos de idade, e apenas tocava covers de Grand Funk Railroad. Eu ainda não estava em uma banda, eu estava aprendendo a tocar guitarra e a cantar ao mesmo tempo. Então, aos 16 anos eu tive minha primeira espécie de banda, e foram vários nomes estranhos e loucos... E então eu acho que fiz meu nome em Hamburgo, onde todos os jovens me reconheciam como um dos melhores músicos da cidade. Daí me convidaram para entrar na banda Rampage. Foi realmente excitante, em pouco tempo nós tínhamos um disco, eu acho que eu tinha 19 anos de idade.

Nós trabalhamos no primeiro álbum em um estúdio realmente profissional. Isso pode não parecer muito para as pessoas atualmente, mas nos anos 70 ir para um estúdio era algo muito especial. Hoje em dia todos têm seus “home studios”, e podem gravar em suas próprias casas, basicamente. Mas naquela época era impossível. Então nós fizemos dois álbuns com o Rampage, e nós tocamos bastante na região de Hamburgo. Nós nunca tocamos mundo afora ou coisa parecida, ou mesmo por toda a Alemanha, apenas em Hamburgo e região. Nós todos tínhamos empregos normais. Mas naquela época Michael Weikath me viu tocando em uma apresentação do Rampage, e por isso que muito mais tarde eu fui para o Helloween.

6- E seus discos solo, “The Four Seasons Of Life” e “Kaleidoscope”, o que eles representam para você?

- Eu penso que precisava fazer aquilo. É difícil de explicar agora depois de tantos anos, porque eu lancei o primeiro disco solo há cerca de 20 anos atrás. Oh, meu Deus, o tempo está correndo... Eu entrei no Helloween e era bastante conhecido em Hamburgo, como já te disse, e como um bom guitarrista eu sempre tive meus herois. Eu acho que todos os músicos têm. No início eu tinha Michael Schenker, Uli Roth... Mas então, depois que entrei no Helloween eu vi que precisava de alguém mais especial, talvez um pouco mais para Yngwie Malmsteen. E quando eu fiz meu primeiro disco solo eu quis pegar esse estilo neoclássico, não tanto quanto ele, mas esse estilo me influenciou muito. Por outro lado, eu também estava tentando cantar, e pensava que seria mais fácil, mas não foi tão fácil, porque fiz tudo em casa, em meu realmente pequeno estúdio naquela época, e eu era muito inexperiente como engenheiro de gravação, produtor e mixagem. Então eu fiz tudo por minha conta e pensava que seria fácil, mas não foi. Muitas pessoas adoraram, e eu fiquei muito feliz. Dois anos depois eu gravei o disco “Kaleidoscope”. Então eu decidi ter uma bateria de verdade, uma diferente produção e um cara na mixagem como Michael Wagener. Eu continuava fã de Yngwie, e então eu peguei Mike Terrana, Barry Sparks no baixo, e Michael Vescera no vocal (nota do editor: todos eles já haviam tocado com Malmsteen). Eu adoro esse disco! Eu acho que as músicas dele soam melhor, mas o primeiro disco é mais como eu, mais pessoal. Se eu tivesse a oportunidade de regravá-lo agora eu o faria, mas os métodos antigos não funcionam mais. Meu primeiro disco solo foi há muito tempo atrás, eu usava um monte de velhas técnicas, mas isso já se foi! Eu realmente tenho muito orgulho disso, mas eu acho que naquela época eu passei mais tempo junto do Helloween...

7- Após sair do Helloween você criou o Masterplan, lançando o disco que leva o nome da banda. Como se sucedeu tudo isso?

- Eu acho que foi o disco mais especial da minha vida, não me entenda errado, todos os discos que fiz no passado realmente exprimem minhas possibilidades, minhas habilidades. Eu era uma grande fã de muitos gêneros, e eu queria mostrar isso as pessoas. Às vezes eu não estava feliz com uma música, às vezes eu estava ok, mas eu nunca estava realmente feliz. Mas, quando gravamos o disco “The Dark Ride”, do Helloween, com Charlie Bauerfeind e Roy Z... Eu acho que Roy Z foi um dos caras que mudou minha direção musical.

Nós tivemos muitos problemas naquela época no Helloween, todos sabem o que “Dark Ride” significa na história da banda, a montanha-russa daquelas circunstâncias, nós tivemos muitas discussões. Os membros da banda me disseram que não gostavam mais do meu estilo de tocar guitarra, o “estilo Yngwie”. Eu deveria voltar a ser o Roland Grapow dos tempos de Rampage, e tocar o básico. Então, em “The Dark Ride”, quando eu escuto meus solos, eles estão diferentes, totalmente diferentes de antes, menos neoclássicos. E aí quando nós saímos da banda, Uli Kusch e eu, nós começamos o Masterplan e compreendemos: este é um novo começo, não podemos parar por aqui, por isso devemos produzir algo a partir desta experiência com o Helloween, com o amor dos nossos herois, como Rainbow, Deep Purple...

Eu era um grande fã de Toto, Styx, Foreigner, Journey... E então foi feita uma fusão de toda a experiência com o Helloween no Masterplan. Quando você toca 12 anos em uma banda de Power Metal, que eu posso dizer que foi inventado basicamente pelo Helloween... Esse é o meu ponto de vista. Então tudo no Masterplan no primeiro e no segundo disco foi incrível. Nós encontramos um vocalista como Jørn (Lande), que tem um estilo totalmente diferente. A guitarra e a bateria estavam mais ou menos em um nível seguinte ao que fizéramos antes, e Jørn pegou isto e colocou em um nível mais elevado. Eu fiquei muito orgulhoso quando começamos o Masterplan como banda.

8- Grapow, como foi tocar com Ingo Schwichtenberg, que faleceu em 1995? Vocês que gravaram dois discos juntos, o “Pink Bubbles Go Ape” e o “Chameleon”.

- Foi difícil, não para gravar, mas o começo... Porque ele nunca gostou de mim como pessoa, e eu sou honesto com você, ao entrar em uma banda você é o novato. Algumas pessoas me trataram com mãos e braços abertos, como é claro, Michael Weikath e Michael Kiske. E o Markus (Grosskopf), é claro! Markus é o cara mais legal do planeta, ele é um cara muito legal. Mas Ingo sempre foi um defensor de Kai (Hansen), e ele nunca me deu muita chance. Então eu tive tempos realmente difíceis nos primeiros dois, três anos. Quando eu escrevi as primeiras canções para o “Pink Bubbles” foi depois desses anos, imagine... Eu entrei para a banda no final de 1988, no Natal, e então nós saímos em turnê em 1989. Em 1990 nada aconteceu por causa dos problemas que tivemos com a Noise Records. E então, escrevi as primeiras músicas para o “Pink Bubbles” e ele disse: “Wow, isso é bom!”. Ele realmente adorou “The Chance”, “Someone’s Crying”, “Mankind”. Foi quando eu percebi que finalmente ele me respeitou. Mas realmente, de qualquer modo, não foi nada fácil estar na banda, não apenas por causa dele. A situação, ser o novato mesmo sendo o mais velho da banda... Sempre ouvi que eu era muito inseguro, inexperiente. E então eu pensei: “o que está acontecendo com esses loucos?”. Muitas pessoas perguntavam por que eu, sendo substituto de Kai, compunha as canções mais Heavy Metal, e o resto da banda não. Você pode imaginar a situação... Ingo era um cara bondoso, mas não era tão fácil de lidar como as pessoas podem pensar.

9- Você viveu duas fases marcantes na história do Helloween, uma com Michael Kiske e outra com Andi Deris. Você tem preferência por alguma delas?

- É difícil dizer porque eu acho que ambos têm partes realmente fortes, os dois têm diferentes papeis. Muitos fãs dizem “A” é certo, “B” é certo. Eu penso que os dois são ótimos! É a mesma coisa com os guitarristas, as pessoas podem preferir Kai ou eu, ou Sascha. Mas Michael Kiske começou a banda para mim. Para mim ele começou. Ok, os fãs diriam: “Kai era o vocalista”. Mas para mim não. Quando escuto “Walls Of Jericho” eu nunca gosto do som. “How Many Tears” é ótima com Michael Kiske. Michael Kiske foi pra mim como “Wow!”.  Quando o ouvi eu disse que era realmente um dos motivos para eu entrar na banda. Ele tem uma voz muito boa e eu adoro ele cantando. Mas Andi Deris tem qualidades diferentes. Ele é um grande compositor, eu adoro suas canções. Algumas das minhas músicas preferidas do Helloween foi ele quem escreveu, especialmente as baladas ou “If I Could Fly”, esse tipo de música eu adoro. Então, como eu disse, ele tem características diferentes. Talvez não seja o melhor para reproduzir as músicas antigas, mas tudo que ele compôs, pra mim é perfeito. Se Michael Kiske tivesse de cantar “If I Could Fly” ou outro material de Andi Deris, não funcionaria tão bem. Eu penso que cada cantor, cada músico, tem os seus pontos fortes, e eles nunca devem copiar outras pessoas. Então acho que os dois são ótimos, e eu adoro os dois.

10- Roland, você tem contato com algum membro ou ex-membro do Helloween atualmente?

- Nós não telefonamos uns para os outros, mas eu vi o Unisonic dois anos atrás com Kai Hansen e Michael Kiske. Nós apenas conversamos. Kai esteve no meu estúdio ano passado, me visitando, porque ele vem bastante para a Eslováquia. Eu fui a dois shows do Helloween, um na Eslováquia e um na Finlândia. E tive alguns encontros com Michael Weikath, foram pequenas conversas, nada especial, nada sobre os problemas dos velhos tempos. Eu não

quero mais falar sobre isso. Para mim acabou, eu não quero esse tipo de sentimentos ruins. Eu quero apenas falar bem das pessoas que já trabalhei, e não ficar procurando assuntos ruins, porque não há razão para isso.

11- Vamos mudar de assunto agora. Você gravou o disco “As Daylight Breaks”, com a banda Serious Black. Como foi esse trabalho?

 

- Foi algo bem espontâneo, porque os caras me perguntaram se eu queria entrar na banda, e eu disse: “ok, vamos tentar”. Hoje em dia muitas pessoas tocam em várias bandas. Kai toca no Unisonic e no Gamma Ray, e agora ele toca no Helloween. Então eu disse: “vamos tentar”. Mas eu percebi rapidamente após as gravações... Eles queriam sair em turnê por 6 semanas, e todo esse tempo eu ficaria longe do Masterplan, porque eu tinha muito trabalho no estúdio, gravando e mixando bandas do mundo todo.

Então eu disse que não era possível para mim, era demais. Sair em turnê faz sentido quando você ganha bastante dinheiro, mas quando você é a banda de apoio do Hammerfall com Serious Black, numa turnê de 6 semanas, você volta para casa e constata que fez menos dinheiro do que se tivesse ficado em casa. Isso não faz muito sentido. Mas é uma grande banda, e eu adoro suas músicas, especialmente o primeiro disco em que eu gravei todas as bases de guitarra, e cerca de 60% dos solos. Foi muito divertido, e ficou bom, são boas músicas.

12- Outro trabalho seu é com a banda Level 10. Em 2015 vocês lançaram o álbum “Chapter One”. Teremos por acaso o “Chapter Two”?

- Eu não sei, mas eu adoraria fazer isso, porque sou um grande fã e amigo de Russell Allen. Foi Mat Sinner quem me convidou. Ele me escreveu e eu fiquei muito feliz por ele ter me “colocado na foto”. Então eu respondi a Russel que sim. Era realmente como um trabalho em equipe, usando mais a Internet como conexão. Eles me mandaram os arquivos, eu toquei as guitarras, mas eu nunca via eles. Eu adoraria se fosse como as gravações “old school”, mas... Level 10 é muito legal, mas eu adoraria poder estar mais próximo dos caras, falando sobre o que poderíamos fazer. Eu adoraria trabalhar mais de perto. Mas é claro que vou ficar feliz se gravarmos a segunda parte.

13- Grapow, o que você não gosta no meio musical?

 

- Os negócios da música não são mais tão fáceis. Como eu disse, eu trabalho basicamente muito mais no estúdio agora, e não toco mais muito a guitarra, para ser honesto. Eu sou famoso porque toquei guitarra no Helloween e no Masterplan, mas na maior parte do tempo eu não toco mais meu instrumento. Quando eu toco eu me sinto como: “Oh, o que está acontecendo?”. Me sinto um pouco estranho após alguns meses sem tocar. Eu vivo da música, eu amo música, música é tudo pra mim! Eu comecei, como já te disse, quando tinha 12 anos de idade. Eu me sinto um pouco frustrado ao ver que temos de trabalhar muito mais duro para alcançar o mesmo nível de reconhecimento ou dinheiro de outrora. Nós temos de conviver com os

downloads, um problema que começou há alguns anos atrás. Nós pensávamos: “Ah, quem se importa?”. E hoje todos são afetados, todos no mundo, pessoas famosas... Para ser honesto, esse é um dos motivos para todos estarem fazendo essas turnês de reunião das bandas clássicas: é para fazer algum dinheiro. Mas não é somente o Helloween que está fazendo algo assim, muitas outras bandas também. Talvez nós façamos o mesmo. Quem sabe façamos uma reunião do Masterplan, com Jørn, Uli... Nós não sabemos. Todos nós continuamos amigos, todos nós gostamos uns dos outros. Mas essa é a razão principal, e eu acho que a gente cansa de ver tudo isso. Os Scorpions anunciaram sua última turnê há 5 anos atrás e continuam tocando. Eles falaram que era a última turnê, e ela continua acontecendo. Eu acho que é tudo sobre negócios, sobre dinheiro e sobreviver. E essa é a diferença: nos anos 90, ou 80, tivemos talvez o melhor momento do Heavy Metal.

14- Roland, você como produtor musical, que conselhos daria às bandas que queiram buscar algo a mais dentro da música?

- Eu acho que é muito importante para os músicos estarem focados quando tocam. Se você toca muito bem ao vivo, você também deve tocar muito bem em estúdio. Eu percebo que muitos músicos que vêm ao meu estúdio nunca tiveram uma banda juntos. Eles apenas fazem projetos. Por exemplo: um grande guitarrista que nunca tocou com um baterista, que apenas tocou com bateria eletrônica, ele vem e cria algo em meu estúdio. Nos velhos tempos nós tocávamos juntos, tínhamos o “feeling” juntos, observando um ao outro. Era dinâmico. E eles não têm mais isso hoje em dia, e isso acaba dificultando meu trabalho. Essas pessoas não têm a mesma experiência que a gente teve, crescendo com Hendrix, Deep Purple, Uriah Heep, Sweet e todas essas grandes bandas. Todas elas seguem tocando, e tocando bem ao vivo, e alguns dos seus músicos já têm 70 anos de idade... Eu estou perto de completar 60 anos em breve, estou um pouco preocupado que o tempo está correndo tão rápido. Pois bem, quando as pessoas tocam apenas para o computador o tempo todo, eu acho que esse não é o caminho certo.

15- O que você pensa sobre o Brasil?

- O que eu poderia dizer? Há alguns anos atrás eu tinha uma namorada no Brasil. Eu tenho bons amigos aí, como o Samir, de São Paulo. Eu não sei se ele está ouvindo isso mas tudo bem. O músico Renato Tribuzy continua a me escrever todo Natal, e nos aniversários. Esses tipos de pessoas gentis, e também muitos fãs e antigos amigos eu tenho aí. Eu adoraria voltar logo. É como voltar para casa.

16- Daqui para diante, quais são seus próximos passos?

- Vamos lançar esse disco em breve, como te disse no início, das minhas músicas dos tempos de Helloween com o Masterplan, chamado “Pumpkings”. Nós não sabemos se vamos fazer uma turnê, nós precisamos ver a reação das pessoas, e o que a gravadora está planejando. Mas eu também vou tocar com alguns projetos, como com uma banda chamada Kreyson. Esse cara é um cantor muito bom, tem clássicos dos anos 80 e 90. Ele canta alto, e me convidou para me

juntar a essa banda para fazermos alguns shows juntos. Ainda não é público, mas eu acho que posso dizer que Mike Terrana estará conosco. E vamos tocar em alguns festivais neste verão com essa banda “old classic”, Kreyson. Mais coisas estão vindo, temos alguns shows do Masterplan confirmados, e vamos ver o que acontece.

 

17- Roland Grapow, muito obrigado pela entrevista e o Rock Mania fica sempre à disposição!

 

- Muito obrigado pela entrevista, foi ótimo! Espero vê-lo em breve... Tchau, tchau!

Entrevista com Tim Ripper Owens

Realizada em 11/10/16

1- Olá, Ripper! É um prazer realizar essa entrevista seja bem-vindo ao Rock Mania!

 

- Obrigado, obrigado! É bom estar aqui!

​2- Ripper, como você viu sua última turnê que também passou pelo Brasil?

 

- Essa turnê é um pouco diferente, nós tocamos um pouco acústico, e também com a banda completa. Eu quero apenas fazer algo diferente. Toda vez que venho para a América do Sul eu toco diferentes setlists, então provavelmente este é mais um set raro. Eu adoro vir para cá, eu adoro o Brasil. E este foi um set diferente, um pouco mais divertido, algo especial que em outros lugares eu não fiz.

 

3- Como você vê a reação da plateia com a parte acústica do show?

 

- Geralmente quando eu faço o show acústico eu tenho o meu próprio guitarrista que se apresenta comigo na América. Mas aqui eu tenho o Kiko (Shred), e os dois são um pouco diferentes. Eu sei que algumas pessoas não gostam de apresentações acústicas, mas é como desligar e tocar um pouco acústico. E é realmente mais difícil de cantar um acústico do que com a banda. Mas então nós paramos, e voltamos com a banda. Esse não é nosso tipo de set normal, mas é divertido, é divertido de fazer. Mas eu realmente prefiro tocar com a banda inteira.

4- Eu gostaria que agora você falasse sobre a banda Charred Walls Of The Damned.

- Nós acabamos de lançar um novo disco, ele saiu em 23 de Setembro. É uma excelente equipe, com Richard Christy na bateria, ele que já tocou no Death e também no Iced Earth, e agora está no “The Howard Stern Show”. E aí nós temos Steve DiGiorgio no baixo e Jason Suecof na guitarra, ele que é produtor e engenheiro musical de bandas como Trivium e Death Angel. Então, são grandes músicos, excelentes músicas... O novo álbum é mais curto, nós fomos direto ao ponto, com coros cativantes. Eu realmente acho que é o melhor, é o meu disco preferido do Charred Walls Of The Damned. Nós temos três discos, e esse é o meu favorito.

5- Com sua banda solo você gravou o disco “Play My Game”, em 2009. Existem planos para gravar um novo trabalho com a banda Tim Ripper Owens?

- Sim, eu pretendo gravar um novo disco solo. Eu tenho algumas canções que escrevi com meu guitarrista John Comprix, que gravou comigo no disco do Beyond Fear. Provavelmente nós não vamos gravar um novo álbum do Beyond Fear, mas sim, usar essas canções para um novo disco solo. E eu tenho outra banda chamada Project Rock, que tem Rudy Sarzo, Keri Kelli e James Kottak. Mas, o disco está praticamente terminado e pronto para sair, e vai soar mais como um Hard Rock direto.

6- Já que você citou Beyond Fear, como está esse projeto?

- O problema é que é difícil gravar um novo disco do Beyond Fear, porque custa dinheiro para fazer isto. E fazermos uma turnê com a banda não está acessível, é difícil fazer uma turnê. O meu dilema é que eu sigo como artista solo, não estou na música atualmente para gastar com as coisas, e quando saio em turnê eu ganho dinheiro. Então, fazer algo com o Beyond Fear continua difícil. As gravadoras não pagam mais para fazer música, você mesmo tem que pagar para fazer música, e eu não posso pagar para sair em turnê com a banda, isso não é possível.

7- O que você não gosta no meio musical?

- Eu acho que fazer download de uma música, não o download em si, mas roubar uma música e pegar ela de graça. Eu também não sou um grande fã de streaming de música, eu sei que você paga um pouco por isso. Mas o download ilegal é uma coisa que eu não gosto. Eu atualmente faço download de músicas, eu uso o iTunes e eu provavelmente compro 75% mais músicas por causa do iTunes, porque quando eu estou viajando eu compro música o tempo todo. Mas, eu que estou na indústria da música, não recomendaria a algum jovem garoto para entrar nela, não hoje em dia. Eu tenho sorte de poder ganhar a vida como músico. Mas quando as pessoas tentam me dar conselhos, como “Tim, você deveria ficar apenas com uma banda”, elas não conhecem a indústria musical, você não ganha dinheiro. A indústria da música provavelmente fez isso a si própria, os selos e as lojas de discos vendendo tudo muito caro... Ainda está lá, as pessoas continuam consumindo música e novas bandas estão surgindo, então significa que está lá.

8- Ripper, vamos agora lembrar um pouco dos tempos de Iced Earth. O que você tem a nos dizer?

- Foi bom, gravamos ótimos discos, fizemos grandes turnês. Tive muita sorte de ir do Judas Priest para o Iced Earth. Eu gosto mais do “Framing Armageddon”. Mas no final não deu certo, Jon (Schaffer) só ficava pensando em como trazer Matt (Barlow) de volta... E foi melhor para todos, e definitivamente foi melhor para mim depois que tudo acabou. Mas foi ótimo, e eu tive bons momentos.

9- E como foi trabalhar com Yngwie J. Malmsteen, um dos maiores guitarristas do mundo?

- Eu tive bons momentos com Yngwie, ele é um cara divertido. Cara, ele ama tocar guitarra. Eu nunca conheci ninguém antes que ame tocar tanto quanto ele. Eu nunca anunciei ao mundo que eu parei de cantar com Yngwie, mas é que eu estou sempre muito ocupado com meu trabalho solo. Ele me pediria para fazer um show, e eu diria: “olha, eu estou em turnê”... Então eu meio que saí silenciosamente. Mas eu adoro ele e cantaria com ele novamente.

10- Ripper, eu não poderia deixar de te perguntar sobre o Judas Priest. Como foi estar na banda, e gravar os discos Jugulator e Demolition?

- Eu amo os discos. Eu amo eles mais agora do que quando os gravamos. Eu fiquei um bom tempo sem ouvi-los muito, apenas as músicas que eu teria de cantar. Mas eu botei pra tocar o disco Demolition e tem tantas ótimas músicas nele. O Judas Priest cada vez grava discos diferentes, eles mudam, e é por isso que eu amo Judas Priest. Mas foram ótimos tempos, eu adoro os caras. Eu tive o melhor momento da minha vida. Continuamos grandes amigos, e sou amigo de Rob e de todos eles. Nós fizemos aquilo quando o Heavy Metal estava em uma fase muito ruim, de 1996 a 2000, o Heavy Metal estava mau à beça. Então, lançar esses discos na época foi um grande esforço. No final, a decisão certa, Rob voltou pra banda, eu saí, mas eu te digo: eu amo os discos, eles são fantásticos!

11- Você viaja bastante se apresentando, como você a cena Metal ao redor do mundo?   

- Eu acho tudo bastante parecido. O que é engraçado na América é que as pessoas me veem fazendo uma turnê mundial e dizem: “Cara, a cena na América é que é boa”. E realmente é! Eu faço turnês pela América, mas eu não faço isso muito. Uma das razões é que todo mundo faz turnês hoje em dia, muitas bandas, muitas pessoas... Mas o público é incrível em toda parte, seja uma centena ou dez mil pessoas, os shows são diferentes e é ótimo! Eu acho que a cena Metal é muito legal atualmente.

12- Você tem algum tipo de cuidado com a sua voz?

- Todos os cantores fazem coisas diferentes, eu tento não falar muito. Durante o dia eu não converso muito. Eu tento dormir. Não que eu durma o dia inteiro, eu tento ter meu sono normal. Quando eu volto para o hotel depois dos shows eu geralmente durmo. Eu bebo bastante água. Eu tento cuidar da minha voz. Quando estou em casa eu vou à academia toda manhã... Minha voz é muito estranha, porque alguns cantores podem ficar acordados até tarde e fazer o que quiserem, e continuam cantando bem. Mas eu tenho de observar minha voz e ter muito cuidado, e não posso fazer qualquer coisa. Uma coisa que eu tento fazer é andar no palco e cantar o melhor que eu posso em cada show, esse é o meu trabalho. Eu adoro tentar cantar exatamente como eu canto na gravação, ou ainda melhor.

13- Tim Ripper Owens, muito obrigado pela entrevista e o Rock Mania fica sempre à disposição!

- Muito obrigado, e eu espero pela próxima vez que faremos isso de novo. Obrigado, cara, eu gostei! Muito Obrigado!

Entrevista com Blaze Bayley

Realizada em 21/06/16

1- Olá, Blaze Bayley, você está em turnê pelo Brasil novamente, como ela está acontecendo? Seja bem vindo ao Rock Mania!

- Olá, obrigado! Está indo muito bem, é a turnê do "Infinite Entanglement”, que é meu novo CD. E ele é um disco conceitual, é o primeiro disco de três. Essa é a parte 1, e todas as músicas contam histórias. A parte 1 é uma história cem anos no futuro, sobre um homem que tem que sair de casa em uma missão só de ida para encontrar um novo mundo. Mostra os questionamentos que ele faz a si próprio. Então, ano que vem sairá a parte 2, e em seguida, a parte 3. Até agora todos os meus fãs realmente gostaram a ideia do álbum conceitual, e ele está indo muito bem. As novas músicas, algumas delas estão no Youtube, e definitivamente eles parecem realmente estar gostando. Então, está indo muito bem e eu estou muito feliz de estar aqui no Brasil. Agora é inverno, e eu normalmente venho no verão. E esse é um dos invernos mais frios no Brasil em muitos anos, e eu estou muito surpreso, está muito frio. Mas eu adoro ver meus fãs brasileiros, que me dão tanto apoio há tantos anos. Mesmo quando ninguém acreditava em Blaze Bayley, ou quando as pessoas dizem que acabou para Blaze Bayley, os fãs brasileiros ficam do meu lado, ele ficam juntos a mim, e me fazem sentir que realmente vale a pena vir para o Brasil. E não importa como esteja minha vida, eu venho para o Brasil e vejo meus fãs e me sinto muito bem.

Foto: Julian Gray

2- Como está repercutindo seu novo disco “Infinite Entanglement” ao redor do mundo?

- Eu tenho muita, muita sorte, pois meus fãs ao redor do mundo, muitos deles dizem que este CD é o melhor que eu já fiz desde o Iron Maiden. Então eu tenho muita sorte, eu estou muito feliz por ter essa reação. Eu fiz uma turnê por toda a Europa, e a reação de meus fãs na Europa é realmente, muito, muito boa! E é incrível a sensação de ouvir eles cantando as músicas novas, e todos conhecem as letras, cantam comigo, é uma sensação fantástica. Então, eu estou muito feliz! A turnê segue até o dia primeiro de Outubro. É a última data da turnê do “Infinite Entanglement”. Este é o CD, e este é o personagem principal (Blaze pega o CD e mostra a capa dele). E todas as músicas são sobre este homem, que não sabe se ele é humano. Esse é o questionamento que ele faz a si mesmo. “Human”, essa é uma das principais músicas desse álbum.

3- Este é você? (eu pergunto a Blaze apontando o personagem na capa do CD)

- Sim, é uma versão. É um pouco parecido comigo, a forma. É para as pessoas lembrarem de mim, no futuro, quando meu corpo humano tiver ido e eu tiver um corpo de máquina, será assim que eu parecerei.

4- Blaze, os fãs de Heavy Metal gostam bastante de discos conceituais. Você disse que esse disco é o primeiro de uma trilogia. O que você pretende passar com essa obra?

- Bem, eu penso que eu tenho muita sorte, e esse é o momento certo. Eu achava que era uma ideia perigosa dizer às pessoas: “eu quero lhes contar uma história em três partes, vocês não terão a história toda agora”. Mas todos disseram: “sim, eu gostei disso, e agora eu vou esperar pela segunda parte”. Então, eu tenho muita sorte, eu estou muito feliz! Eu já tenho algumas músicas que estou trabalhando para a parte 2 e para a parte 3.

Quando nós começamos, nós tínhamos mais tempo para compor. Em Agosto e Setembro nós fizemos alguns ensaios, e eu estou muito animado com isso tudo.

5- Nesse disco temos muitas partes faladas, como se fosse um diálogo. Eu particularmente achei isso muito bacana! Fale-nos sobre o porquê dessas narrativas?

- Obrigado! Eu tenho a sorte de ter um amigo ao qual eu disse: “eu preciso de algumas vozes de atores, mas não tenho nenhum dinheiro, porque eu sou independente e tenho pouco dinheiro para fazer o álbum”.  Então, um de seus amigos, chamado Rob “Too Good”, que é um ator profissional, veio e gravou o álbum de graça. Eu tive muita sorte que ele ajudou com sua voz, ficou muito bom.

6- Blaze Bayley, voltando agora aos tempos de Iron Maiden, aos discos “The X Factor” e “Virtual XI”, nos fale um pouco sobre aquela época.

- Para mim, vir ao Brasil com o “The X Factor” e fazer a turnê do disco foi fantástico, nós tivemos o apoio dos fãs por todo o país. Nós nos apresentamos no “Monsters Of Rock”, que foi um dos maiores shows que já fiz em minha vida. E realmente, a coisa mais importante foi que as pessoas no Brasil me acolheram com o coração. E é por isso que para mim esse é um lugar especial para vir e cantar. Então, eu tenho muitas boas lembranças do “The X Factor” e do “Virtual XI”.

Em meu set list atual eu toco uma música do disco “Best Of The Beast” chamada Virus, com meus próprios arranjos nessa canção, e os fãs parecem realmente gostar dela, porque eles nunca a ouviram ao vivo com o Iron Maiden. Eu continuo tocando músicas do Iron Maiden em meus shows, mas eu toco também um monte de músicas próprias, porque eu tenho oito discos de minha carreira solo. Mas... Aqueles foram dias muito bons para mim, e eu continuo amigo dos caras do Iron Maiden. Eu os vi no Download Festival, na Inglaterra, esse ano... Então, realmente aquela foi uma época muito boa para mim, com recordações que vou guardar com carinho, por fazer parte de uma lenda, e por fazer parte de algo que define o que é o Heavy Metal. Isso é uma coisa muito especial para mim. Quando eu era jovem comprava os discos do Iron Maiden, eu os ouvia quando estava no trabalho. Quando eu era jovem eu vi o Iron Maiden três vezes. Então é muito especial para mim, pois todo fã de Heavy Metal e de Iron Maiden, sabe os nomes de cada ex-membro do Iron Maiden. Todos os fãs sabem quem eu sou. Alguns deles não gostam de mim, tudo bem, e outros gostam. Mas essa foi uma grande época para mim, e parte de minha história na música que eu tenho muito orgulho.

7- Após a sua saída do Iron Maiden você lançou o disco “Silicon Messiah”. Creio que este seja um álbum muito importante em sua carreira... 


- Sim! Porque muitas das ideias do disco “Silicon Messiah” foram trabalhadas para serem do próximo disco do Iron Maiden, mas eu saí. Então, Born As A Stranger, Silicon Messiah, Ghost In The Machine, The Launch e Stare At The Sun, são músicas que eu iria trabalhar com Steve Harris e Dave Murray, mas não tive oportunidade.

8- Blaze, você falou durante seu show em Pomerode, que agora você está vivendo o seu sonho, está vivendo da sua própria música. O que isso significa para você?

- O que significa é que existem milhares de músicos que amariam viver compondo e tocando música em tempo integral. E eu tenho muita sorte de compor, gravar, tocar, sair em turnê. Eu ganho dinheiro suficiente para pagar meu aluguel, e isso é muito legal. Muitas pessoas têm de trabalhar em um emprego que não gostam apenas pelo dinheiro. Quando eu era jovem eu tinha o sonho de ser um cantor e viajar pelo mundo, e hoje eu sou um cantor e viajo pelo mundo. Então, eu sou muito afortunado, eu estou vivendo meu sonho. Foi preciso um longo tempo para chegar nesse posto. Já se vão 30 anos desde que comecei isso tudo. Então, é muito tempo, e um longo caminho para chegar aqui. Mas eu estou vivendo o meu sonho, e as pessoas que fazem isso ser possível são todos os meus fãs ao redor do mundo, todos os meus fãs que acreditam em mim, e compram os ingressos para os shows, compram camisetas, compram CD’s. Eles fazem isso ser possível para mim, para que eu continue sendo um cantor profissional, e por isso, eu me sinto muito honrado que as pessoas me incluam em suas vidas.

9- E a banda Wolfsbane, como está? Vocês continuam juntos?

- Nós continuamos juntos, mas nós todos estamos muito, muito ocupados. Então é difícil arranjar tempo. Temos algumas ideias para o próximo álbum, e nós esperamos conseguir tempo este ano para escrever alguma coisa, e esperamos ter um novo disco no ano que vem.

10- Como você faz para escolher as bandas que tocam com você em cada continente? Vocês ensaiam?

- Na Europa Ocidental eu trabalho com uma banda chamada Absolva, que por muitos anos era chamada de Fury UK. Eu os conheço há muitos anos. E eu não quero ter uma banda em tempo integral novamente, é muito estressante para mim. Eu gosto de cantar, eu gosto de realizar, mas eu não sou um homem de negócios, é muito estresse ter uma banda. Eu tentei muitas vezes fazer isto, mas é demais pra mim. Enão, eu gosto de trabalhar com bandas diferentes. A banda na Europa é a Absolva. Eles gravaram o álbum comigo, e vão gravar os próximos dois também. E ao vivo, no Brasil, eu trabalho com os caras da The Best Maiden Tribute. Eu conheço eles há bastante tempo, eles gostam das minhas músicas, e nós fazemos alguns ensaios, tudo flui muito bem. Na Rússia, o promotor seleciona os melhores músicos de Heavy Metal, e nós temos alguns ensaios, e é muito bom! Então é assim que eu trabalho. Sempre que posso eu gosto de estar com minha banda europeia, mas também gosto muito de vir para o Brasil, eu sou amigo dos caras e é muito legal tocar com eles e vê-los.

12- Ao final desse clipe vocês ficam conversando sobre a música, isso me lembrou do seu disco “Soundtracks Of My Life”, onde no encarte você fala sobre cada canção. Você gosta de fazer isso?

 

- Não, na verdade não. Mas meus fãs têm interesse nisso. Eu acho que às vezes é melhor falar sobre as músicas para que as pessoas entendam a ideia, porque às vezes as pessoas podem pegar a ideia errada, e eu não quero isso. Então eu falo sobre as músicas para as pessoas entenderem os sentimentos, e de onde as ideias vêm.

11- Recentemente eu assisti um clipe seu com o violonista Thomas Zwijsen, onde você canta a música “Blood Brothers”, do Iron Maiden. Como surgiu a ideia de gravar essa canção?

- A última vez que estive em turnê pelo Brasil, no ano passado, Thomas Zwijsen tinha “Blood Brothers” em seu set list. Eu ficava apenas ouvindo, ao lado do palco, eu já conhecia a música do “Brave New World”. E eu disse para o Thomas: “se você quiser gravar isso em um estúdio, nós podemos fazer”. E nós fizemos. Eu realmente gosto dela, ela me lembra muito a música “Sign Of The Cross”, os sentimentos, as emoções e impressões poderosas,  e também a “Judgement Of Heaven”. Ela me lembra essas músicas que eu realmente gosto, e é uma sensação muito boa cantá-la. Steve Harris é um grande compositor desse estilo. E eu acho que o sentimento é muito forte, o mundo está louco, louco, louco. Mas realmente, se pudermos nos tornar irmãos e pensar em nossos filhos, e não deixar os políticos controlar tudo, então, se nos considerarmos irmãos talvez nós possamos eliminar a violência, eliminar o mal. Então, é um sentimento muito forte.


 

Muitas de minhas músicas são sobre encontrar dentro de si a força para continuar mesmo em difíceis circunstâncias. Isso é uma coisa que faz parte do meu trabalho, e eu acho que é importante, pois às vezes, quando o Inglês não é o seu idioma principal, você pode entender mal. Mesmo quando o Inglês é o seu primeiro idioma, as pessoas continuam entendendo errado. Então essa é a ideia, fazer com que as pessoas entendam, é uma experiência positiva.

13- Após essa turnê, quais serão os próximos passos de Blaze Bayley?

- Bem, são três álbuns, essa é a parte um. Eu estou escrevendo o tempo todo, tentando pegar as letras, tentando pegar as melodias. E em boa parte do tempo eu estou em turnê. Eu continuo a trabalhar e tentando fazer um álbum que seja tão bom quanto “Infinite Entanglement”. Eu preciso, e é uma grande tarefa fazer isso, porque eu tive muita sorte, em muitas circunstâncias, coisas loucas aconteceram. Mas, mesmo com muitos problemas, muitas coisas boas aconteceram entre os erros e os acidentes. É um grande desafio tentar encontrar as palavras e as músicas para fazer um disco tão bom quanto este, é um grande desafio para mim.

 

14- E no próximo ano virá para o Brasil novamente?

- Eu espero que sim, eu espero voltar para o Brasil no ano que vem.

 

15- Blaze Bayley, muito obrigado por esta entrevista, o Rock Mania fica sempre a sua disposição!

- Obrigado, obrigado a você e a todos os meus fãs no Brasil pelo apoio! Muito, muito obrigado!

Foto: Julian Gray

Entrevista com Warrel Dane

Realizada em 06/02/16

1- Olá, Warrel Dane! É um prazer estar realizando esta entrevista contigo, como você está? Seja bem vindo ao Rock Mania!

 

WD- Olá, é um prazer para mim também, como vai? Eu atualmente estou na América do Sul, em um país muito, muito escuro... Não, é claro que estou brincando, estou no Brasil agora.

 

2- Voltando no tempo diretamente para os anos 80, para os discos do Sanctuary “Refuge Denied” e “Into The Mirror Black”. Fale-nos a respeito dessas duas obras primas da história do Metal…

 

WD- Bem, “Refuge Denied” foi uma experiência muito especial, porque eu tive meu primeiro encontro com Dave Mustaine, que é realmente uma pessoa muito agradável, uma pessoa muito boa, que recebe uma reputação muito ruim na imprensa. E eu sempre darei a ele meu respeito, pois ele me deu a oportunidade de começar no meio musical… “Refuge Denied” é muito interessante, porque nós éramos praticamente crianças quando gravamos aquele disco. E no “Into The Mirror Black” nós estávamos muito mais maduros, e eu acho que “Into The Mirror Black” é o meu favorito.

Mas talvez o mais novo disco, “The Year The Sun Died”, que nós gravamos 25 anos depois, seja meu preferido também, eu não tenho certeza.

 

3- Eu gostaria que você falasse a respeito do vídeo de “Future Tense”, que tocou muito aqui no Brasil, na época do Fúria Metal, na MTV. Esse clipe marcou muito minha adolescência. Como ele foi gravado? Fale-nos sobre ele...

 

WD- Nós gravamos aquele vídeo no dia em que Stevie Ray Vaughan morreu. E naquele época nós trabalhávamos na mesma companhia dele. Então foi uma gravação muito, muito estranha. Nós gravamos nas colinas, em algum lugar em Hollywood, onde todas as árvores haviam sido queimadas. E nós estávamos todos assustados, porque, obviamente éramos todos grandes fãs de Stevie Ray Vaughan, e aquele era o dia que ele morreu, bem no dia que aquele vídeo foi gravado.

4- Você citou o “The Year The Sun Died”, nos fale mais a respeito desse disco, lançado 25 anos após “Into The Mirror Black”...

 

WD- A melhor explicação que posso dar é que é como ir para a cama com sua ex-namorada, você já sabe como vai ser, mas você espera que aconteça algo novo. Mas é assim que eu vejo, eu sabia onde eu estava me metendo e tenho muito orgulho desse disco. Mas, eu preciso te contar que já temos duas músicas novas, e elas estão sendo gravadas, e são maravilhosas. Nós vamos continuar com a banda, e eu vou continuar com minha carreira solo também, e esse é meu foco agora. “The Year The Sun Died” é muito especial para mim porque, é realmente mais do que apenas reencontrar sua ex-namorada, é como se você reencontrasse quatro ex-namoradas que você nunca tivesse feito sexo com elas. Eu acho que essa é a melhor maneira de comparar isso.

 

5- Voltando mais ainda no passado, nos fale sobre seu trabalho com a banda Serpent's Knight, que você gravou o disco “Released From The Crypt”...

 

WD- Era na verdade demo tape, que foi lançado sem meu consentimento, e eu nunca vi um centavo das vendas daquele disco. E eu tenho vergonha daquela gravação, se você realmente quer saber a verdade. Eu estava cantando como merda, como se estivesse sugando gás hélio. E nós aparecíamos nas fotos como o Mötley Crüe, e o guitarrista queria desesperadamente seus 15 minutos de fama, e ele conseguiu que o disco fosse lançado por causa do meu nome. Eu não podia fazer nada sobre isso, e eu ainda estou chateado, eu odeio esse disco e acho ele uma merda.

6- Nos fale agora a respeito de sua banda solo, e de seu disco "Praises To The War Machine".

 

WD - "Praises To The War Machine" foi lançado há alguns anos atrás, e agora estou no Brasil trabalhando em meu novo disco solo com minha banda brasileira, com o Thiago, Fábio, Jhonny e Marcos. Nós estamos trabalhando em algumas músicas cover, e também em algumas músicas originais. O disco se chamará "Shadow Work" e deverá ser lançado neste ano.  

 

7- Agora falando em Nevermore, o que essa banda significa em sua vida?

 

WD- Nevermore é meu bebê. Eu comecei o Nevermore três dias após o Sanctuary terminar. Nós começamos como uma banda de Power Metal, e então nos transformamos em uma espécie de pseudo-banda de New Metal. Nós começamos usando guitarras de 7 cordas, o que inicialmente não me deixou muito contente. A porta não está fechada. Vou apenas dizer-lhe que a porta não está fechada para o Nevermore. Nevermore não quebrou. Dois membros sairam da banda, Jeff Loomis e Van Williams, e isso é tudo que eu posso dizer sobre isso.

 

8- Você estudou técnicas vocais? Se preparou para ser um vocalista? E atualmente, você cuida da sua voz?

 

WD- Sim, eu tive 5 anos de treinamento de voz com uma professora de ópera em Seattle. E eu tento cuidar de minha voz o máximo que eu posso. Quando eu estou em turnê, quando estou longe de casa, essa não é a coisa mais fácil do mundo. Mas eu tive uma grande professora, no Cornish Institute Of Arts, em Seattle. E às vezes eu volto para visitá-la. Ela é a melhor professora que eu poderia ter.

 

9- Warrel Dane, você é formado em Filosofia, Teologia e Sociologia. Você usa os conhecimentos adquiridos com esses estudos nas letras de suas músicas?

 

WD- Eu realmente tenho experiência em todos esses campos que você mencionou, e é claro que isso tudo vem a minha mente quando estou escrevendo as letras. Eu só quero que as pessoas saibam que há algo mais profundo nas letras, mais do que apenas um “Fuck, Kill, Die”, e porcarias como essas. Eu sei que muitas pessoas não se importam com as letras, mas sei também que muitas pessoas se importam com elas, então eu levo muito tempo quando estou escrevendo. Eu tenho esperança que funcione, mas eu não sei.

 

10- Você também é um chef de cozinha. Você gosta de cozinhar? Quais as comidas brasileiras que você mais gosta?

 

WD- É claro que eu amo feijoada. E sim, eu adoro cozinhar. Eu costumava ir a um restaurante de comida italiana em Seattle, então eu tenho muita experiência com comida italiana. Eu venho fazendo minha massa especial, com molho de gorgonzola cremosa, para muitos de meus amigos aqui, e eu acho que ainda não tive nenhum comentário negativo. Esse é um de meus pratos favoritos. E eu adoro fazer nhoque, adoro fazer lasanha, e estou trabalhando em um plano secreto para fazer uma lasanha gorgonzola, que eu nunca tentei fazer antes, mas eu estou sempre pensando em coisas novas para experimentar quando estou cozinhando, e sim, cozinhar é minha segunda paixão. Eu fui treinado por um cara de Nápoles, Vincenzo Motla, que me ensinou tudo sobre comida italiana. Depois de meu pai morrer, ele foi meu mentor e um de meus melhores amigos, me ensinou muita coisa sobre cozinhar, sobre a indústria dos restaurantes. Depois de um tempo, eu e Jim Sheppard, baixista do Nevermore, compramos o restaurante dele, porque ele queria se livrar dele.

Quando voltamos de uma turnê, os funcionários estavam se aproveitando de nós, porque eles pensavam: “ah, eles são roqueiros, são Metalheads, nem vão perceber nada”. Mas nós percebemos, e demitimos todos eles. Eu me diverti muito demitindo eles. Eu botei a música “Walk”, do Pantera, em alto volume no cd player da cozinha. Eles não sabiam o que estava por vir. Quando chegou no trecho da música “Walk on home, boy”, eu disse: “vocês estão demitidos, dêem o fora daqui”. Eu acho essa uma história interessante, é meio doentia, mas eu gostei.

11- Quais foram até hoje os shows mais marcantes em sua carreira?

 

WD- Eu acho que um dos shows, que eu posso considerar, mais memoráveis, foi o Dynamo Festival, com o Nevermore, por volta de 1995, eu não tenho certeza em que ano foi exatamente. Mas, nós fomos a primeira banda, começamos ao meio-dia, então nós éramos a banda do almoço, e todos estávamos muito nervosos, porque havia cerca de 110 mil pessoas naquele show. Mas acabou sendo um show incrível, até que descobrimos que alguns dos membros da banda tinham comido bolinhos de cannabis antes do show, mas tudo continuou bem. Somente depois as palavras ficaram um pouco estranhas.

 

12- Como você vê a cena Metal atualmente?

 

WD- Eu vejo a cena Metal em Seattle sendo realmente revivida agora. Há um monte de boas bandas underground lá. Death Metal, Thrash Metal, todos os tipos de Metal, para ser honesto. E durante a explosão do Grunge foi muito difícil para todas essas bandas, porque ninguém respeitava a gente. Eles nos olhavam com desprezo, como se fôssemos músicos inferiores. E permaneceu esse tipo de sentimento a respeito do Metal em Seattle. Mas o cenário está mudando nesse momento, tem um monte de bandas realmente boas. Vamos ver o que o futuro nos reserva. O que eu sei é que eu recebo muito apoio dos meus amigos, que tocam em bandas de lá, como Silent Ended, Drawn And Quartered e Ghost Ship Octavius, obviamente, porque Matt Wicklund está tocando nessa banda também. Então tem Metal muito bom em Seattle. E quanto ao resto do mundo... Dane-se! O Metal continua grande. Está sendo emocionante poder fazer turnês solos ao redor do mundo, mesmo sem o Nevermore, e às vezes atraindo mais público do que os shows do Nevermore. É “estranho e belo”, para citar o nome do disco do Crimson Glory.

 

13- O que você não gosta no meio musical?

 

WD- Cara, essa é uma questão pesada. Eu não vou dizer exatamente o que eu não gosto, eu posso lhe dizer os meus estilos musicais preferidos, que são o Heavy Metal e o Rock. Eu não sou muito fã de Rap, mas gosto um pouco de Eminem. Eu amo Lana Del Rey, e nós estamos trabalhando com a banda atual em um cover da música dela, “Dark Paradise”. Quando eu procuro por músicas para fazer cover, eu sempre olho para as letras antes da música, obviamente porque eu sou um letrista. Não é segredo que sou um grande fã de música gótica. Eu adoro The Sisters Of Mercy, e eu realmente adoro Bauhaus.

Eu fiz covers dessas duas bandas, em meu disco solo gravei “Lucretia, My Reflection”, e com o Nevermore “Silent Hedges” e “Double Dare”. Eu amo todos os tipos de música, mas você sabe, basicamente eu sou um Metalhead. Mas eu mantenho minha mente aberta, e quando eu gosto de música, eu gosto de música, não importa se seja uma música de Britney Spears, “Oops!...I Did It Again”. Foi Max Martin, um cara brilhante da Suécia quem escreveu essa música. Aquela garota não consegue cantar ao vivo, mas ela tem boa aparência. Há um monte de garotas como ela. Eu tenho muito respeito por Lady Gaga, e eu adoro sua música, porque ela escreve todas suas músicas, ela escreve todas suas letras. Ela pode não ser super quente e nem teenager, mas você tem de ter respeito por alguém que faz isso na indústria da música.

14- Daqui pra diante, quais são seus próximos passos?

 

WD- Meus próximos passos... Atualmente estou no Brasil trabalhando em um novo disco, e estamos fazendo covers de algumas de minhas músicas preferidas, como “Hanging Garden”, do The Cure, que estamos transformando em uma canção brutal de Death, de Thrash, soando quase como Behemot, que a propósito, é uma de minhas bandas preferidas. E nós também estamos fazendo músicas próprias, estamos trabalhando neste disco que se chamará “Shadow Work”. E é isso que estamos fazendo.

 

15- Warrel Dane, muito obrigado pela entrevista, e o Rock Mania fica sempre a disposição. Um grande abraço!

 

WD- Um grande abraço de volta para você, e para todos ouvintes e leitores do Rock Mania! Muito obrigado pela entrevista, muito obrigado pelo seu tempo! E eu só quero dizer a todos que estão ouvindo: Comecem sua própria religião, porque as que temos atualmente não estão funcionando.

Entrevista com Kobra Paige

Realizada em 01/08/15

1- Kobra Paige, é um prazer para mim realizar esta entrevista, seja bem-vinda ao Rock Mania!

 

- Muito Obrigada! Eu estou muito feliz de estar aqui.

 

2- Kobra, o que você está fazendo atualmente?

 

- Nós acabamos de terminar uma turnê no Reino Unido, e já vamos começar outra turnê pelos Estados Unidos. E no outono vamos estar na Europa. Então, são muitas viagens.Eu sou um parágrafo. Clique aqui para adicionar o seu próprio texto e editar-me. Sou um ótimo lugar para você contar sua história e para que seus visitantes saibam um pouco mais sobre você.

 

3- Como foi formada a banda? Fale-nos sobre o início de tudo...

 

- Bem, eu queria começar um projeto, então procurei por músicos no jornal e encontrei alguns caras para tocar. Começamos a escrever nossas próprias músicas, e em 2009, nós lançamos nosso primeiro álbum e seguimos em frente.

 

4- Seu primeiro disco, “Out Of The Pit”, conte um pouco sobre ele.

 

- “Out Of The Pit” é nosso primeiro álbum, e é muito diferente dos outros, porque foi a primeira vez que eu tentei me expressar, e identificar quem eu era como artista e cantora. Então, quando você ouve ele você pode perceber diferentes características, ele é um disco mais Glam Metal na verdade.

 

5- Qual a origem do nome da banda?

 

- Bem, a cobra é uma protetora muito feroz da humanidade e está por trás de muitos símbolos, em muitas histórias da mitologia e muitos livros. E a lotus é uma linda flor que cresce em um lugar muito lamacento, que eu penso ser como o Metal.

 

6- Qual a ligação de Gene Simmons do Kiss com Kobra And The Lotus?

 

- Nós nos encontramos com Gene quando estávamos procurando um selo. Ele nos encontrou através da “Universal Music Canada”, quando estava procurando por novos talentos, e ele realmente gostou da gente. Então nós mostramos nosso novo álbum para Gene e nosso relacionamento começou. Ele se tornou parte do projeto, e ficou disponível a nos dar todas informações que ele tem sobre a indústria musical. E foi um grande negócio, porque ele está há um bom tempo na indústria musical e é muito bom nisso.

 

7- Nos fale agora sobre seu segundo álbum, “Kobra And The Lotus”.

 

- “Kobra And The Lotus” é nosso álbum auto-intitulado, e mostra a primeira evolução no som da banda. Meus vocal está bem limpo, a música está mais Metal. O som tornou-se um pouco mais complexo, com riffs mais trabalhados, um som mais polido. Ele representa bem como eu queria que fosse a nossa música. É um contundente álbum clássico de Metal.

8- Aqui no Brasil esse disco é bem conhecido...

 

- Oh, que legal! É maravilhoso ouvir isso! E qual sua música preferida nesse álbum?

 

9- Minha música preferida nesse álbum é “Forever One”.

 

- Oh, isso é muito legal! Eu adoro saber as músicas que as pessoas gostam. E essa música foi feita para todos.

 

10- Eu também gosto muito nesse disco da música “Calm Before The Storm”.

 

- Uauu! Cara, nós não tocamos essa música há um bom tempo. Isso é muito legal!

 

11- Como funciona a composição das músicas e letras da banda?

 

- Eu escrevo as letras, o tempo todo, quando não estou fazendo nada estou escrevendo algo. Ou então aparece um tema que eu realmente queira escrever sobre ele. Às vezes escrevo uns trechos e vou juntando, às vezes escrevo tudo de uma vez só. E em termos de músicas, elas vêm junto com as letras, mas às vezes as letras vêm depois que a música está pronta, porque ela

 

soa de uma maneira específica para se falar de determinado assunto. E as músicas são escritas por mim, ou por algum guitarrista. Eu gosto de compor com muitas pessoas, justamente para coletar várias boas ideias, e no final utilizar a mais forte.

 

12- Você tem muitos fãs ao redor do mundo, como é seu contato com eles, nos mais variados países?

 

- É bom, mas é muito difícil ter contato com cada um porque o mundo é tão grande. Até para fazer uma turnê é difícil ir a todos lugares. Eu acho que nós temos sorte em ter as redes sociais. Nós temos uma geração que só conhece o mundo digital, então nós podemos ter contato com qualquer um ao redor do mundo simultaneamente, e isso é incrível. Temos Facebook, temos Twitter… Mas eu acho que nós precisamos nos encontrar fisicamente, é muito improtante. Fortalecendo o contato com nossos fãs, que nos apoiam, e mostrar que nos importamos e voltaremos para visitar a todos.

 

13- Recentemente você esteve no Brasil no Metal All Stars. Como foi essa experiência?

 

- Foi incrível! Foi realmente uma experiência maravilhosa, e eu realmente quero ir com a banda para o Brasil. Esse show foi inacreditável! Tocamos “Symphony Of Destruction”, com David Ellefson. E nós nos reunimos 5 minutos antes do show começar, e foi como conheci o guitarrista que está com a gente atualmente, porque ele tocou essa música. A gente não se conhecia, e ele perguntou se eu sabia a letra, eu disse que sim, e ele disse ok, você vai cantar essa música. Então eu realmente tive uma experiência maravilhosa, e pude olhar um pouco ao redor, a cidade parece incrível, o país parece incrível.

 

 

14- Kobra, e seu mais recente álbum, “High Priestess”?

 

- Foi um álbum muito divertido de se fazer. É mais um disco de Metal clássico, exceto por algumas músicas que são um pouco mais, não sei como dizer, mas elas têm seu próprio estilo, como a “Soldier” e a “Hold On”. Tem também um pouco de “Viking” em algumas músicas, como por exemplo na “Lost In The Shadows”, onde há um pouco de som do Norte, pois nós somos do Norte, e isso tudo acaba fazendo sentido. E tem um pouco de “Thrash”, um pouco de outras coisas… Sendo assim, não podemos rotulá-lo como um álbum clássico de Metal. Meu vocal também está diferente, antes era bem limpo, mas nesse álbum há mais textura, sussurros, harmonias vocais com os outros músicos, está mais dinâmico.

 

15- Qual foi seu show mais importante até hoje?

 

- Oh, meu Deus! Eu não sei se consigo escolher o mais importante show que já fiz, foram muitas experiências maravilhosas. Tudo está sendo incrível. O show no Brasil foi incrível para mim, uma experiência que eu nunca pensei que teria. E agora quero ir com minha banda, pois sei que eles irão adorar. E tem outros shows que me vêm em mente, como quando abrimos para o Judas Priest em 2012, no lendário Hammersmith Apolo, em Londres, na Inglaterra. Foi realmente o auge para mim, porque foi a primeira grande banda que nós tocamos juntos, e foi justamente com a banda que me colocou no Metal.

 

16- Como você vê a cena Metal ao redor do mundo? 

 

- A cena Metal é muito leal! E isso não muda. Quando as pessoas amam o Metal, elas realmente amam o Metal pela vida toda, crescem junto com as bandas. Elas encontram as bandas e passam a amar as bandas, e ficam ao seu lado até o final. Isso é o que diferencia esse estilo musical dos outros.

 

17- Quais são suas bandas preferidas?

 

- Eu realmente amo Led Zeppelin, então eu ouço suas músicas o tempo todo. E eu realmente amo Iced Earth. É tanta música boa… Tem uma nova banda sueca que eu comecei a ouvir, ela é mais pesada e se chama Deals Death. Eu estou sempre tentando encontrar novas bandas, para me inspirar. E também tem excelentes bandas no Canadá, que estão começando a aparecer.

 

18- Conte-nos um momento que você considera inesquecível em sua vida, em sua carreira.

 

- Tem uma ocasião que eu vivi no ano passado. Foi no último show da turnê do Metal All Stars, e nós tocamos em Moscou, na Rússia. Eu cantei “50 Shades Of Evil”, com a banda que estava lá, e quando terminou, foi melhor do que as músicas do set, que não eram de minha autoria. Então esse foi um momento que me fez acreditar mais em mim, que me deu mais coragem. Então nunca me esquecerei desse momento: Moscou, Rússia, na última primavera.

19- O que você não gosta no meio musical?

 

- Há muitas pessoas tentando roubar ou pegar coisas que não pertencem a elas. Todo mundo está lutando para ganhar dinheiro, e por isso, há uma grande quantidade de negócios sujos e você pode ser facilmente enganado se você não souber o que está fazendo ou não ter um advogado.

    

20- Vamos agora “viajar” um pouco… Se você pudesse fazer parte de qualquer banda da história, qual seria e por quê?

 

- Iron Maiden! Mais por eu e Bruce termos o mesmo alcance vocal, então é muito fácil para mim cantar suas músicas, porque meu alcance é o mesmo que o dele.

 

21- De agora em diante, quais são os próximos passos seus e da banda?

 

- Nós realmente temos muito planos pela frente. Vamos sair em turnê pela Europa no outono. Vamos tocar na França, Finlândia, Suécia, Itália, Polônia…

Vai ser uma extensa turnê por cerca de um mês. E em fevereiro vamos entrar em estúdio para gravar um novo álbum, é o que temos pela frente.

 

22- Kobra Paige, muito obrigado pela entrevista, e o Rock Mania fica sempre à disposição!

 

- Eu amo o Rock Mania! Muito obrigado por nos apoiar e muito obrigado por ser tão amável. Eu realmente gostei. Aproveite o resto do seu final de semana. Até mais!

 

 

Entrevista com Brittney Slayes

Realizada em 16/07/15

 

- OLÁ, BRITTNEY SLAYES! SEJA BEM-VINDA AO ROCK MANIA! EU GOSTARIA QUE VOCÊ APRESENTASSE A BANDA "UNLEASH THE ARCHERS" PRA GENTE...

 

- Muito obrigado pela entrevista! A banda começou há uns 7 ou 8 anos atrás, comigo, que sou vocalista, e meu namorado Scott Buchanan, baterista. Ele tocava em uma banda com nosso primeiro guitarrista, Brayden. E quando essa banda terminou, nós começamos o Unleash The Archers juntos, nós três. Nós começamos originalmente em Victoria, uma pequena cidade em uma ilha na costa da Colúmbia Britânica, no Canadá. Então depois nós nos mudamos para a grande e bela Vancouver . Agora nós temos dois guitarristas, Grant Truesdell e Andrew Kingsley, e Kyle Sheppard no baixo. Então eu e Scott somos os únicos membros originais da banda, e seguimos firmes em frente.

 

- COMO É TOCAR EM UMA BANDA JUNTAMENTE COM SEU NAMORADO?

 

- Na realidade é ótimo! E é muito simples, nós somos o melhor amigo um do outro. As turnês com ele são muito agradáveis. Ele é programador de computadores, e por isso, às vezes ele não pode deixar o trabalho, e então nós utilizamos um baterista suplente. Não é que eu não curta quando ele não pode estar presente, mas é diferente... Mas nós sabemos separar as coisas entre nós e a banda, e apenas com o olhar nós sabemos a direção que queremos seguir. E nós temos praticamente as mesmas esperanças e sonhos, então é muito simples.

 

- QUAL A ORIGEM DO NOME DA BANDA, “UNLEASH THE ARCHERS”?

 

- Na verdade nós tivemos um grande debate para escolher o nome da banda, o que durou cerca de 3 meses, porque todos nós temos gostos diferentes dentro do Metal, e também quanto ao nome que queríamos. Então, éramos cinco indivíduos tentando encontrar um nome que agradasse a todos. Isso foi muito difícil! Nos íamos para frente e para trás, trocamos muitos e-mails, fizemos muitas anotações, documentos, sugestões... Então finalmente alguém apenas disse: “Que tal Unleash The Archers?”. Eu realmente gostei porque eu adoro história, fantasia, a era medieval... Então eu realmente gostei, eu acho que foi uma boa escolha. Penso que este nome reflete bem o que queremos passar com nossas músicas.

 

- BRITTNEY, FALE-NOS A RESPEITO DO SEU MAIS RECENTE ÁLBUM, “TIME STANDS STILL”.

 

- Ele acabou de ser lançado, no final de junho, é basicamente sobre ser uma banda de Metal no Canadá. A primeira faixa, “Frozen Steel”, é sobre os metalheads e nossos fãs aqui no Canadá, que enfrentam as tempestades de inverno para vir aos nossos shows, e nos apoiam, mesmo com loucas nevascas do lado de fora. Esse álbum também marca a saída de nosso guitarrista original e principal compositor. Então é nosso primeiro trabalho com o novo guitarrista e definitivamente há uma pequena mudança no som, mas estamos bastante satisfeitos com o que estamos fazendo. Nós tocamos um pouco de Prog, um pouco de Death, um pouco de Power, um pouco de Heavy Metal Tradicional. Então eu acho que está realmente evidente neste disco que nós não nos preocupamos com os rótulos que os metalheads estão acostumados a colocar. Há um monte de coisas boas nele, e na verdade, eu acho que é o primeiro álbum que o Grant realmente colocou as suas ideias. Ele está conosco desde o pré-lançamento do “Demons Of The AstroWaste”, mas ele não havia composto nada, e agora ele realmente deixou sua marca no novo disco do Unleash The Archers, e isso é muito emocionante.

- E VOCÊS ESTÃO FAZENDO SHOWS PARA DIVULGAR ESSE ÁLBUM?

 

- Sim, nós começamos fazendo shows pela Colúmbia Britânica, e também ao redor de nossa cidade, e isso foi muito legal. Em setembro vamos pegar a estrada para o restante da América do Norte, nos Estados Unidos, e também o leste e a região central do Canadá, e então na próxima primavera vamos para a Europa. Então nós esperamos descer para a América do Sul no ano que vem, isso é realmente uma coisa que queremos fazer e estamos abertos para isso se a oportunidade aparecer. Nós amamos estar na estrada, e estar em turnê é uma das coisas mais legais quando se está em uma banda. Então nós vamos estar na estrada para divulgar esse álbum por um bom tempo, assim eu espero.

 

- SERIA LEGAL SE VOCÊS VIESSEM PARA O BRASIL...

 

- Sim, nós iríamos amar. Há tanta cultura aí, e nós ouvimos falar coisas muito boas sobre a cena Metal, e para nós seria uma enorme honra tocar para todos vocês.

 

- VOCÊ JÁ VEIO AO BRASIL ALGUMA VEZ?

 

- Não, nunca. Na verdade, meus pais tiveram sua lua-de-mel aí há muito tempo atrás, e eu vi as fotos, e eles adoraram o Brasil, sempre falaram coisas muito boas daí. Então, talvez um dia, mas não, eu nunca estive aí.

 

- E VOCÊ CONHECE ALGUMA BANDA DO BRASIL?

 

- Bem, nós vamos estar em turnê com uma em setembro, o Hibria vai cair na estrada com a gente, e estamos muito animados com isso, eles são incríveis, muito talentosos.

 

- BRITTNEY, NOS FALE SOBRE O PRIMEIRO DISCO DE VOCÊS, “BEHOLD THE DEVASTATION”.

 

- Nós o lançamos em 2009, há bastante tempo atrás, e nós éramos muito jovens, foi a primeira vez que entrei em estúdio. Nós começamos a banda em 2007, e fizemos vários shows, escrevemos muitas músicas, e então decidimos que precisávamos entrar em estúdio imediatamente para termos nosso CD, para mostrarmos às pessoas o nosso trabalho. Então nós gravamos “Behold The Devastation”, que basicamente foi escrito durante um ano e meio que estávamos juntos. Nós o gravamos com um amigo nosso aqui da Colúmbia Britânica, chamado Jason, no Omega MediaCorp Studios. O estúdio ficava basicamente em um porão, e era muito bom, ele tinha ótimos equipamentos lá. Então era realmente um ambiente aconchegante, havia muita diversão, foi uma ótima maneira de gravarmos nosso primeiro disco, com certeza. Com esse álbum nós fizemos uma turnê por alguns lugares do Canadá, e conquistamos um monte de fãs aqui. E ele soa mais como um disco de Death Metal, e não como Power ou Speed Metal, como no material novo. Se você é mais fã de Death Metal esse pode ser um bom disco para você. Naquela época nós estávamos ouvindo muito As I Lay Dying, All That Remains, As Blood Runs Black, e outras bandas de Deathcore e coisas assim. Eu ainda gosto das músicas desse álbum, e algumas nós tocamos, isso é parte do nosso passado, mas nós definitivamente crescemos muito desde que lançamos “Behold The Devastation”.

- E SEU SEGUNDO DISCO, “DEMONS OF THE ASTROWASTE”...

 

- O Demons foi escrito quando nos mudamos todos para Vancouver, em 2010. Basicamente nós vivíamos em um apartamento hilário, que era como um velho escritório, e nós o transformamos em dois quartos, instalamos a cozinha, o banheiro... Nós o transformamos em nosso pequeno refúgio. Nós vivíamos juntos, como uma banda, não tínhamos uma sala de estar, nem móveis, apenas nossos equipamentos. Nós batíamos na porta um do outro e falávamos: “Ei, vamos fazer um som hoje?”. Então nos reuníamos e compúnhamos juntos. Foi realmente uma época muito divertida, e tenho ótimas recordações da criação desse disco, foram bons momentos.

Esse álbum tem muitas músicas, são 12 faixas. E ele é na verdade um disco conceitual, a história toda é sobre um mercenário no espaço que fica possuído pela espada que encontra, e basicamente ele arruína sua vida. A história toda você pode conferir em nosso canal no youtube, e acompanhar através das faixas. Então, nós lançamos este disco em 2011. Ele recebeu muitas críticas positivas, e conquistou muitos fãs ao redor do mundo. Nós gravamos um clipe para a música “General Of The Dark Army”, que fez bastante sucesso no youtube e nós ficamos muito orgulhosos. Então esse álbum foi nossa porta de entrada para o resto do mundo. Com o “Behold” nós conquistamos o Canadá, e com o “Demons” nós conquistamos a América do Norte e a Europa, e esperamos que com o próximo conquistemos o mundo.

 

- QUAIS FORAM SEUS SHOWS MAIS MARCANTES ATÉ HOJE?

 

- No último verão nós tocamos no Festival Hell And Heaven, no México, abrindo para o Angra, Kiss, Rob Zombie e outras bandas fantásticas. Então foi muito emocionante, e nós ficamos honrados em estar no cartaz com todos esses caras. Então esse provavelmente foi um de nossos maiores shows. Nós também abrimos para The Iron Maidens, cover feminino do Iron Maiden. Nós tocamos com elas em Obregon no México, e foi um grande show, foi muito divertido. Também teve um show em Victoria uns dias atrás, e foi incrível, lá estávamos nós em um pequeno bar com nossos fãs e velhos amigos, que nos acompanham desde que começamos. Foi uma atmosfera tão amorosa que eu não consigo nem explicar, eu queria explodir de tanta felicidade. Foi realmente um show maravilhoso!

 

- COMO É A CENA METAL NO CANADÁ?

 

- É ótima, mas estamos todos espalhados, pois nosso país é muito grande. Ao mesmo tempo temos muitas cidades pequenas, e sendo assim, nos separamos em seletos grupos. Mas você acaba conhecendo as bandas do outro lado do país, e se tornando amigos. Então trocamos informações sobre o que está acontecendo em várias partes do Canadá, sobre como cada um está vendo a cena Metal aqui. Eu amo fazer turnês pelo Canadá, amo meu país, e amo fazer shows em cidades pequenas. Recebemos sempre muito apoio, e eu penso que aqui é muito underground. Você nunca vai ouvir Heavy Metal em uma rádio aqui, nunca! Você tem que ouvir rádios universitárias, só que os programas vão ao ar à meia-noite. Ou então ouvir em rádios na Internet, é o que tem para nós. Por causa disso acabamos nos unindo muito, um ajudando o outro, e eu amo isto, apesar de termos de trabalhar tão duro para ver a luz do sol. Mas é um ótimo lugar para se tocar, se você não se importar em fazer longas viagens.

Foto: Reprodução

- BRITTNEY, QUAIS SÃO SEUS ARTISTAS E BANDAS PREFERIDOS?

 

- Definitivamente Iron Maiden, Bruce Dickinson é uma enorme influência para mim. Principalmente por causa de sua presença de palco, onde ele é tão ativo e selvagem. Ele é um verdadeiro showman e ele sabe como animar e cativar o público. Então muito do que eu faço no palco é inspirada nele e em sua energia. Mas eu também ouço muito Lost Horizon. O seu vocalista, Daniel Heiman, é outra inspiração para mim. Ele tem um incrível alcance e controle, e sabe realmente como usar sua voz. Eu também ouço muito Soilwork, Iced Earth, Dragonland, Judas Priest... Eu gosto de ouvir muita coisa, mas definitivamente Bruce e Daniel são os maiores para mim.

 

- O QUE VOCÊ NÃO GOSTA NO MEIO MUSICAL?

 

- Eu tento não ser negativa para as coisas, e realmente acho que a maior parte das coisas é boa. Mas às vezes você, que tem que trabalhar duro, vê bandas que não fazem isso e não fazem a sua parte para a cena. Hoje em dia, da maneira que a mídia social se encontra, qualquer um pode divulgar seu material para fora, pode ser ouvido. Será que essas bandas já criaram alguma coisa de verdade, será que podem fazer isso ao vivo, será que conseguem fazer uma turnê de oito semanas e estar detonando no último show? É esse tipo de coisa que realmente me incomoda.

 

- VAMOS VIAJAR UM POUCO AGORA... SE VOCÊ PUDESSE FAZER PARTE DE QUALQUER BANDA DA HISTÓRIA, QUE BANDA SERIA?

 

- Nossa, eu não sei... Eu sempre quis ser guitarrista, então talvez eu poderia ser o quarto guitarrista do Iron Maiden, provavelmente eu adoraria isso... (risos)

 

- BRITTNEY, DE AGORA EM DIANTE, QUAIS SÃO OS PRÓXIMOS PASSOS DO UNLEASH THE ARCHERS?

 

- Por agora nós vamos focar em fazer turnês e estar na estrada o máximo que pudermos. Nós também vamos fazer um vídeo para alguma das músicas do “Time Stands Still”. Talvez até dois vídeos, um pode ser um lyric video, que é bem popular atualmente. Então definitivamente faremos um novo vídeo. E nós já estamos escrevendo para o próximo disco, já estamos compondo coisas novas. Creio que entraremos em estúdio no ano que vem. Mas, o foco principal agora é estar na estrada, em turnê.

 

- BRITTNEY SLAYES, MUITO OBRIGADO PELA ENTREVISTA E O ROCK MANIA FICA SEMPRE À DISPOSIÇÃO!

 

- Muito obrigada! Eu realmente fico muito agradecida pela sua atenção. Obrigada!

Entrevista com Dennis Stratton

Realizada em 18/04/15

- DENNIS STRATTON, É UMA HONRA ESTAR REALIZANDO ESTA ENTREVISTA, SEJA BEM VINDO AO ROCK MANIA!

 

- Olá, aqui é Dennis Stratton, guitarrista original do Iron Maiden, falando com vocês da Inglaterra para o Brasil, com Wander Verch.

 

- DENNIS, O QUE VOCÊ ANDA FAZENDO ATUALMENTE? ONDE MORA? É CASADO? TEM FILHOS?

 

- Eu moro em uma fazenda, eu tenho uma parceira, e todos meus filhos já estão crescidos, como você pode imaginar. Eu basicamente viajo pela Europa fazendo convenções do Iron Maiden. Eu tenho feito isso na Itália pelos últimos 8 ou 9 anos. Tenho feito muito disso... E eu também toco com três bandas na Inglaterra e um dueto. Eu estou ocupado o tempo todo, como você pode perceber pela minha voz. Eu vim de quatro shows: quinta, sexta, sábado e domingo... E cantando... E hoje é segunda-feira de manhã, então minha voz está um pouco cansada.

 

- VOCÊ ESTÁ ETERNIZADO NO PRIMEIRO DISCO DO IRON MAIDEN, E OS FÃS AQUI NO BRASIL NUNCA TE ESQUECERAM. ISSO TE DEIXA FELIZ?

 

- É muito legal você comentar sobre o primeiro álbum do Iron Maiden! Eu sei que tenho muitos amigos, "família" e fãs no Brasil. Eles nunca vão me esquecer e eu levo isso no meu coração, muito, muito legal... E como eu disse, estar no primeiro álbum e trabalhar no segundo álbum foi um grande passo para mim, foi muito bom. E eu nunca vou esquecer o povo brasileiro, porque vocês são muito importantes para mim.

Foto: Maele Finger

- POR QUE VOCÊ SAIU DO IRON MAIDEN?

 

- Era muito legal no início… Eles eram jovens e eu era um pouco mais velho, eu já havia feito turnê com o Status Quo no início dos anos 70, eu já tinha mais experiência com turnês e gravação. Eu não saí completamente, a banda apenas foi ficando pequena para mim e Rod Smallwood, a gente não conseguia mais olhar um para o outro. Isso por conta das músicas que eu escutava. Tocar na banda não era um problema, tudo parecia tranquilo... Mas Rod parecia que não gostava que eu escutasse Eagles e bandas como essa. Ele não gostava mesmo disso. Na turnê com o Kiss que os problemas se agravaram um pouco... Uma pena, porque estávamos apenas começando.

 

- VOCÊ GOSTA DE SER LEMBRADO COMO EX-GUITARRISTA DO IRON MAIDEN?

 

- É legal ser lembrado como guitarrista do Iron Maiden, porque foi há muito tempo atrás. Eu fico contente e satisfeito que as pessoas ainda se lembrem de mim. Então, sim, é muito legal!

 

- VOCÊ TEM CONTATO COM ALGUM MEMBRO OU EX-MEMBRO DO IRON MAIDEN?

 

- Eu não tenho nenhum contato com algum ex-membro do Iron Maiden agora que Clive se foi... Eu ainda falo com Steve Harris o tempo todo. Basicamente, porque somos fãs do West Ham, e nós amamos o West Ham. E nós conversamos por telefone se ele está longe. Então, sim, eu ainda falo com Steve a maior parte do tempo.

- DENNIS, VAMOS AGORA VIAJAR UM POUCO: COMO VOCÊ IMAGINA QUE SERIA SUA VIDA AGORA SE TIVESSE SEGUIDO COM O IRON MAIDEN?

 

- Se eu tivesse ficado no Iron Maiden, eu não sei... Eu estava um pouco louco naquela época. Eu não tenho certeza se eu ainda estaria vivo. Eu não sei, eu sei que eu teria mais dinheiro. E eu teria tido a chance de ir para o Brasil. Mas eu não tenho certeza. Eu acho que teria pirado... Não tenho certeza.

 

8- APÓS O IRON MAIDEN VOCÊ TOCOU COM A BANDA LIONHEART. NOS FALE SOBRE ESSA BANDA, FORAM CERCA DE 7 ANOS QUE VOCÊ TOCOU COM ELES...

 

- Sim, depois do Maiden, em 1980, 81, o Lionheart era uma banda fantástica! Eu, Rocky Newton, Steve Mann... Costumávamos fazer um monte de trabalho de estúdio para outras bandas, uma vez que não tínhamos um contrato de gravação na época. Nós fizemos um monte de álbuns para pessoas do Def Leppard, do Girl... Um monte de trabalhos de gravação... Mas, felizmente em 1984 nós fomos para Los Angeles e gravamos o primeiro álbum do Lionheart. Foi uma época boa, com bons amigos, boas músicas, bons cantores, bons músicos... É uma pena que as gravadoras nos decepcionaram quando voltamos dos Estados Unidos. Eles nos disseram que sairíamos em turnê com bandas diferentes, algo que nunca se concretizou. Então, infelizmente, a banda meio que fracassou.

 

- E A BANDA PRAYING MANTIS. NOS FALE SOBRE SUA EXPERIÊNCIA NESTA BANDA, EM QUE VOCÊ TOCOU POR CERCA DE 15 ANOS...

 

- Então, me pediram para ir para o Japão em 1990, com Praying Mantis. Quem diria naquela época, em 1990, que iria durar 15 anos... Fomos convidados a gravar um álbum com a gravadora Pony Canyon, o que nós fizemos. Foi muito bom, tirando a parte do vocal. Mas eles queriam seguir com a gente, e ficamos com a gravadora. Por 15 anos nós fizemos um monte de álbuns. Tivemos diferentes vocalistas para diferentes álbuns. Basicamente, por estarmos tentando encontrar o vocalista certo, é que não estava funcionando. Mas por 15 anos foi ótimo. Mais uma vez, fomos nós três: eu , Tino e Chris... Três irmãos. E eu ainda vejo eles atualmente, o que é muito bom. Então, sim, foi uma ótima época, antes e depois do Japão. Bons tempos...

- E COMO FOI SEU TRABALHO REALIZADO COM PAUL DI’ANNO NOS ANOS 90?

 

- Eu nunca me dei bem com Paul Di’Anno. Eu nunca me dei bem com ele, e nunca vou dar. Eu tive que fazer isso num álbum ao vivo em 1990, “Live At Last”, porque a gravadora queria. Mas tirando isso, eu nunca trabalharei com Paul. Nunca mais, nunca! O The Original Iron Men é ele e Lea Hart, que eu penso ser o maior trapaceiro do mundo. Então, eu realmente não quero falar sobre Di'Anno, Lea Hart, ou The Original Iron Men.

 

- COMO VOCÊ VÊ A SITUAÇÃO DE BRUCE DICKINSON, ENFRENTANDO UM CÂNCER DE LÍNGUA?

 

- Eu soube de Bruce com o câncer, que foi mantido em silêncio desde o Natal. Depois apareceu nas notícias, e ele está se recuperando bem. Eles estão trabalhando em um novo álbum. Eu espero que quando o Bruce terminar com o seu tratamento, ele esteja de volta e cante tão bem como sempre... Esperamos! Deus abençoe Bruce, e tudo vai ficar bem! 

 

- E COMO VOCÊ VÊ A CENA DO ROCK ATUALMENTE AO REDOR DO MUNDO?

 

- Eu não tenho certeza sobre a cena Rock em todo o mundo. Eu só posso dizer o que acontece aqui na Europa. Eu acho que é saudável. Neste país há um monte de boas bandas saindo. A cena do rock é boa no momento. E também, eu gosto da ideia de algumas bandas como Queen e Led Zeppelin relançando material ou remixando. Isso as mantém vivas. Então, eu estou muito satisfeito com a forma como o Rock está na Inglaterra e na Europa.

- DENNIS, NOS CONTE UM MOMENTO QUE VOCÊ CONSIDERA INESQUECÍVEL EM SUA CARREIRA...

 

- O momento mais inesquecível da minha carreira foi por volta de 1976. O RDB, Remus Down Boulevard, estava tocando na região de Londres, no Marquee. Quando assinamos contrato com a Quarry Management, que trabalhava com Status Quo e Rory Gallagher. E então começamos a fazer shows maiores, como o Marquee. Daí fomos convidados a fazer uma turnê pela Europa e Escandinávia com o Status Quo. Você estava tocando para um público de 400 a 500 pessoas na plateia, e de repente se tornaram 60 a 80 mil, juntamente com o Status Quo. E o momento mais inesquecível foi quando eu entrei no palco do primeiro show na França com o Quo, e com o RDB, Remus Down Boulevard, e todas as luzes se apagaram e o roadie de guitarra me levou para o equipamento com uma tocha. E como eu disse, você estava tocando para 500 pessoas que de repente viraram 60, 80 mil, e o barulho era ensurdecedor.

E ele me levou para o amplificador. E lá estava eu com a guitarra principal em uma mão e com o plug na minha mão esquerda. E a minha mão esquerda estava tremendo tanto, o roadie teve que pegar minha mão e plugar a guitarra, porque eu estava tremendo tanto que não conseguia plugar a guitarra. Mas no minuto que a guitarra estava ligada eu fechei os olhos e saímos para o nosso primeiro show com o Status Quo. E foi absolutamente fantástico. Eu me lembro de outro momento inesquecível, quando eu estava andando no palco do Reading Festival com o Maiden, com toda aquela multidão. Muitas memórias boas...

 

- QUAIS SÃO SEUS ARTISTAS PREFERIDOS?

 

- Meus artistas favoritos... Bem, os meus vocalistas favoritos são Paul Rogers, David Coverdale, Dio... Todos os grandes vocalistas. Mas quanto a outros músicos, a minha maior influência é Steve Lukather, guitarrista do Toto. Todos na banda são músicos simplesmente fantásticos. Mas eu tenho admiração por muitas outras bandas que estão na ativa. As minhas bandas favoritas são Journey, Foreigner, Toto, Eagles... Eu adoro o Foo Fighters, e a empolgação dessas bandas novas.  

 

- O QUE VOCÊ NÃO GOSTA NO MEIO MUSICAL?

 

- Eu não gosto de pessoas de duas caras. Eu não gosto de gente que puxa o saco dos outros. Se você fala o que pensa, você está sendo sincero. Se você disser a alguém como você se sente, você está sendo sincero. Mas se você mentir para agradar alguém, só porque é isso que essa pessoa quer ouvir, então você estará sendo um puxa-saco. E no mundo da música há um monte de gente assim. Então, eu gosto de pessoas sinceras.

- VOCÊ JÁ VEIO ALGUMA VEZ AO BRASIL? SE NÃO VEIO, GOSTARIA DE VIR? O QUE VOCÊ SABE SOBRE NOSSO PAÍS?

 

- Eu nunca fui ao Brasil, já me perguntaram isso outras vezes, então eu sempre respondo: “sim, eu adoraria ir ao Brasil”. Mas, nunca finalizamos um acordo. Eu não tenho certeza se são os promoters apenas me testando... Mas eu gostaria de ir ao Brasil. Gostaria muito de tocar no Brasil. Tudo o que sei sobre o país é que é um belo lugar com pessoas encantadoras. Então, se há um promoter por aí, sim, eu gostaria de ir tocar aí... Por favor, vamos nessa!

 

- DENNIS STRATTON, MUITO OBRIGADO PELA ENTREVISTA, E TENHA O ROCK MANIA SEMPRE À DISPOSIÇÃO!

 

- Ok, Rock Mania... Eu apenas quero dizer: Amor a todos! Bye, bye!!

 

Tradução: Gabriel Villain

Entrevista com Thomas Zwijsen

Realizada em 05/03/15

- OLÁ, THOMAS! COMO VAI VOCÊ? SEJA BEM-VINDO AO ROCK MANIA!

 

- Olá, tudo bom, e você? Muito obrigado, eu estou muito bem e animado para esta entrevista.

 

- VOCÊ RECENTEMENTE ESTEVE EM TURNÊ COM BLAZE BAYLEY, QUE TAMBÉM PASSOU PELO BRASIL. COMO FOI ESSA TURNÊ?

 

- Foi realmente muito legal, foi a terceira vez que eu realizei uma turnê no Brasil. A receptividade do público é sempre muito boa no Brasil. É realmente o melhor país no mundo para se apresentar ao vivo. Eu fiz um vídeo legal da turnê, e está no youtube, quem quiser ter uma ideia de como foi a turnê pode assisti-lo, eu dei o nome de “Ride 666”, em alusão ao “Flight 666” do Iron Maiden. Mas nós infelizmente viajamos de van e não em um boeing. Então, eu fiz um pequeno documentário dessa turnê, que foi muito legal, e serviu para eu apresentar meu novo cd ao público brasileiro.

Foto: Maele Finger

- VOCÊ TRABALHOU COM BLAZE BAYLEY NO DISCO "THE KING OF METAL". COMO FOI ESSA EXPERIÊNCIA?

 

- Bom, foi uma experiência muito legal, é claro! Eu conheci Blaze alguns meses antes de gravar o “The King Of Metal”, quando eu estava gravando meu primeiro álbum “Nylon Maiden”, e eu pedi para Blaze ser o convidado no álbum para gravar The Clansman. Então eu o convidei para vir ao meu estúdio na Holanda, que é onde eu moro. A esposa dele é belga, então fica bem perto de minha casa. Então quando ele estava visitando sua família veio até meu estúdio, e nós nos demos muito bem, gravamos Clansman e ele gostou muito. Alguns dias depois eu estava comemorando a noite de ano novo, então é claro, eu estava bebendo e festando, então Blaze me ligou e disse: “Eu realmente gostei de estar no estúdio com você. Você pode vir à Inglaterra, para trabalhar no ´King Of Metal`?” Então, é claro que eu fiquei muito feliz e viajei para a Inglaterra e nós compusemos o álbum em sua casa em Birmingham. Então nós viajamos para a Itália e gravamos a maioria das músicas, e depois nós viajamos para a Holanda e gravamos mais algumas músicas... 

 

E o mais legal de tudo foi que ao final da gravação do álbum, nós não tínhamos mais dinheiro para finalizá-lo. Então nós ligamos para Steve Harris, e ele disse: “É claro que vocês podem usar meu estúdio”. Então nós fomos até a casa de Steve Harris na Inglaterra, e usamos seu estúdio para terminar a mixagem do álbum, com Tony Newton, que também trabalha como engenheiro de som do Iron Maiden. Então nós finalizamos o álbum na casa de Steve Harris, o que para mim era como um lugar de peregrinação, e foi muito legal ter feito isso lá.

 

- QUANDO VOCÊ COMEÇOU A TOCAR AS MÚSICAS DO IRON MAIDEN NO VIOLÃO?

 

- Quando eu estava na faculdade eu estudei violão clássico. Mas eu estava um pouco entediado com o repertório das aulas, porque elas têm muitas músicas antigas, que servem para melhorar a técnica, mas não são muito legais para se ouvir, na minha opinião. Eu era um grande fã de Iron Maiden, que se tornou minha banda preferida desde o momento em que a conheci. Então um dia, quando eu estava em uma loja testando um violão com cordas de nylon. Eu toquei a intro de Wasted Years, então eu pensei que poderia fazer uns arranjos nas bases e tocar músicas inteiras com apenas um violão. E deu certo, eu botei um vídeo no youtube, e ele teve muitos views, e eu nunca tinha publicado nada no youtube antes, e foi muito legal o feedback que eu tive dos fãs do Iron Maiden. E é uma coisa nova, ninguém fez isso antes. E isso acabou trazendo os jovens para os concertos, que geralmente atraem somente as pessoas mais velhas. E hoje em dia estou com mais de seis milhões de views no youtube, então eu creio que foi uma boa escolha.

 

- VOCÊ JÁ TRABALHOU COM ALGUM OUTRO MEMBRO OU EX-MEMBRO DO IRON MAIDEN?

 

- Eu iria recentemente para São Paulo tocar com Bruce Dickinson no LAMEC (Latin America Meeting & Events Conference), eu havia sido convidado para abrir o show de Bruce, no mesmo palco, então eu estava muito empolgado por voltar ao Brasil para fazer isso... Mas, dois dias antes do evento, os organizadores me ligaram e falaram que Bruce infelizmente estava no Hospital, e sua apresentação havia sido cancelada. E agora nós sabemos que é por que Bruce está lutando contra um câncer, e as notícias são boas, de que ele está se recuperando muito bem, e eu tenho certeza de que ele ficará ótimo. Mas é claro, eu fiquei muito triste, pois poderia me encontrar com meu herói, e tocar para ele. Mas então, eu nunca toquei com outros membros do Iron Maiden, apenas com membros do Europe, Dream Theater, Ayreon e outras bandas mais.

 

- QUANTOS DISCOS VOCÊ JÁ GRAVOU? NOS FALE SOBRE ELES...

 

- Ok, deixe-me pensar... Eu vou falar cronologicamente para ficar mais fácil. O primeiro foi Nylon Maiden, um disco somente com músicas do Iron Maiden, em que eu fiz os arranjos para o violão clássico. Eu tive alguns músicos convidados nesse álbum, como Blaze Bayley e Tony Newton, baixista do Voodoo Six. Então, esse disco tem grandes hits do Iron Maiden, músicas como The Trooper, Aces High e Wasted Years. Depois eu lancei um livro de tablaturas, com um EP bônus, chamado Fear Of The Opera, em que mesclei os nomes das músicas Fear Of The Dark e Phantom Of The Opera para o título. São apenas 4 músicas. 

Depois lancei um vinil com duas músicas: The Evil That Men Do e Run To The Hills. Isso tudo porque eu queria ter um vinil, pois acho muito legal. E depois disso eu lancei Nylonized, que não tem apenas músicas do Iron Maiden, mas também músicas do Dream Theater, Rainbow, Deep Purple e Alice Cooper, bandas que eu realmente gosto. Então eu convidei vários músicos, como Derek Sherinian, que já tocou teclado para o Dream Theater, Billy Idol, Alice Cooper e Kiss. Ele é um dos meus ídolos na música, seu trabalho solo é muito legal, é um músico bastante progressivo. Ele tocou piano no meu disco. Chamei também Kee Marcello, da lendária banda Europe, que muita gente conhece apenas a música The Final Countdown. Ele gravou a guitarra solo no final do álbum. E tem o vocalista Damian Wilson, da banda de metal progressivo Threshold. Ele também cantou no projeto de metal opera Ayreon, juntamente com Bruce Dickinson. Ayreon é um projeto de metal opera de Arjen Lucassen. Também canta no álbum David Readman, vocalista do Pink Cream 69, uma banda alemã de hard rock. Também contou com Ben Woods, um violonista flamenco de Los Angeles, que eu irei sair em turnê novamente este ano. 

Então este é um disco com diferentes estilos musicais, de diferentes bandas e também com minhas próprias músicas. A música mais legal é Perfect Storm, uma flamenco metal opera de nove minutos, com todos os convidados nessa canção. E depois disso tudo eu lancei, recentemente, Nylon Maiden II, novamente com músicas do Iron Maiden e algumas músicas próprias. As músicas do Iron Maiden que escolhi não são grandes hits, mas são as que eu mais gosto, como Journeyman, Alexander The Great, These Colours Don’t Run, Different World, Revelations, que são minhas favoritas. E entre todos esses trabalhos eu também gravei The King Of Metal com Blaze, e mais o EP acústico Russian Holiday, que tem uma música inédita, a própria Russian Holiday. 

E tem a Sign Of The Cross, a Stealing Time e outras músicas já gravadas por Blaze. Nós fizemos arranjos com violino, com a holandesa Anne Bakker, que também fez uma turnê com a gente pelo Brasil, e os brasileiros gostaram muito dela.

 

- QUANDO VOCÊ COMEÇOU A TOCAR? ESTUDOU BASTANTE?

 

- Meu pais me botaram numa escola de música quando eu tinha 9 ou 10 anos de idade. E eu realmente não gostava muito daquilo. Mas quando eu comecei o colegial eu tocava Iron Maiden no violão, e eu tinha um professor legal, que me mostrou algumas músicas flamencas, latinas e também brasileiras, como Tom Jobim, Benito Di Paula e Villa Lobos. Então eu realmente comecei a gostar de violão clássico, e passei a tocar bastante. Também comecei a tocar guitarra em uma banda de heavy metal. Então eu comecei a estudar bastante quando eu tinha uns 16 anos de idade. Antes eu tocava, mas não gostava muito. E meu pai fazia, ele mesmo, violões clássicos, então eu podia escolher entre vários violões em minha casa, e sempre tive violões bons para tocar, e isso é importante na minha opinião.

 

- VOCÊ NASCEU NA BÉLGICA E VIVE NA HOLANDA. POR QUE ESSA MUDANÇA DE PAÍS?

 

- Não é bem uma mudança de país, pois é como se fosse um país apenas, Bélgica e Holanda. E eu vivo bem perto da fronteira. Todos os dias eu atravesso a fronteira. Quando eu vou tomar uns drinques, atravesso a fronteira, quando volto para casa, atravesso novamente. Eu nasci na Bélgica e vivo na Holanda, mas eu sinto como se fosse apenas um país.  

Foto: Maele Finger

- QUAIS SÃO SUAS MAIORES INSPIRAÇÕES MUSICAIS?

 

- Eu tenho várias, mas nesse momento, a maior de todas é Vicente Amigo, um violonista espanhol, que toca música flamenco, mas não a tradicional. Ele toca a música flamenco misturada com jazz, com música latina e irlandesa. Ele utiliza em suas músicas instrumentos como violino e flauta. Ele tem um disco muito legal chamado Tierra, seu mais recente álbum. É tão bom que eu escuto todos os dias, e nunca me canso. Além disso, eu gosto de algumas bandas de heavy metal, como, é claro, Iron Maiden. E também gosto muito do trabalho solo de Bruce Dickinson, de Dream Theater, Helloween, Edguy, Avantasia... E Deep Purple, é claro, que é uma de minhas bandas preferidas. Steve Morse é um dos melhores guitarristas que eu já vi tocar.

 

- COMO VOCÊ VÊ A CENA DO ROCK ATUALMENTE, AO REDOR DO MUNDO?

 

- Ao redor do mundo eu vejo muitas diferenças, como entre a Europa e o Brasil. No Brasil o Iron Maiden continua sendo mainstream. Você pode ouvir Iron Maiden no rádio. Ou quando você sai na noite e vai a um clube, como o Manifesto, em São Paulo. No Rio de Janeiro você pode ir ao Teatro Odisseia, em Pomerode tem um clube muito legal, o Wox. São lugares que tocam rock e heavy metal. Na Europa os clubes tocam músicas de merda como Kanye West e Rihanna, essas porcarias. O legal na Europa é que temos clubes no underground, eles não são muito famosos, e são locais menores, mas os fãs acham muito legal. Os lugares que mais gosto de tocar na Europa são Alemanha, República Tcheca e Bulgária. E é claro, como eu toco violão clássico, posso tocar em lugares como teatros ou bares de jazz, ou seja, tenho mais opções do que apenas os clubes de rock. 

 

- NOS FALE SOBRE MOMENTOS INESQUECÍVEIS EM SUA CARREIRA...

 

- Tem alguns shows, especialmente no Brasil, que são inesquecíveis para mim. Minha primeira turnê aí foi muito legal, eu nunca tinha visto fãs tão loucos antes. Em Vitória, onde foi um dos meus primeiros shows no Brasil, os fãs vinham ao hotel me trazer presentes, pedindo autógrafos. Em Santo Ângelo toquei um show acústico para mais de mil pessoas, o que na Europa provavelmente não seria possível. E tive muitos outros shows inesquecíveis, como o de lançamento de meu álbum em Dubai, nos Emirados Árabes, que é um lugar bastante surreal. E é claro, é inesquecível para mim ter tocado com todos esses músicos fantásticos que sempre fui fã, como Derek Sherinian, Blaze Bayley, Kee Marcello... Isso com certeza é inesquecível! Também foi inesquecível ser convidado pela Ortega Guitars, uma marca alemã, para ir a sua fábrica testar seus violões e guitarras e escolher o que eu mais gostasse. E eles me pegaram como endorser, então posso utilizar seus violões, e levá-los comigo ao redor do mundo, e conhecer pessoas fantásticas. Tudo isso é inesquecível!

Foto: Maele Finger

- O QUE VOCÊ MAIS GOSTA NO BRASIL? SUA NAMORADA VIVE AQUI...

 

- Sim, sim... Eu acho que todos sabem que as garotas brasileiras são muito bonitas. E essa também é uma diferença entre a Europa e o Brasil. No Brasil, muitas garotas bonitas vão aos shows de metal. Na Europa, não vão muitas, e as que vão, não fazem o meu tipo, com todo respeito. Mas então, além disso, a comida no Brasil é maravilhosa, eu gosto muito de frutas. Eu gosto de tudo no Brasil, mas, exceto, eu odeio as estradas, elas são terríveis, muito perigosas.

 

- E VOCÊ VÊ SUA NAMORADA COM QUE FREQÜÊNCIA?

 

- Eu estive no Brasil em novembro, dezembro e janeiro. Agora eu estou na Europa, e eu acho que ela virá pra cá muito em breve. E eu vou voltar ao Brasil no final de maio. E vou fazer algumas apresentações aí novamente, e também algumas clínicas de violão.

 

- O QUE VOCÊ NÃO GOSTA NO MEIO MUSICAL?

 

- Eu não gosto do fato de muitas pessoas acharem que a música e tudo tem ser de graça. Eu não me importo que elas pensem assim, mas elas não podem reclamar quando um artista para de lançar discos. Porque fazer um álbum é muito caro, você tem de pagar o estúdio, o engenheiro de som, a prensagem do disco, você tem de pagar licenças, você tem de pagar as plataformas digitais, como o iTunes, etc. Então algumas pessoas pensam que eu sou um mercenário quando eu cobro pela minha música, ou quando eu lanço livros de tablatura de minhas músicas. Algumas pessoas adoram, e compram os livros, e me enviam e-mails muito bacanas me agradecendo, e ficam realmente muito felizes. 

 

Mas algumas pessoas comentam em meus vídeos no youtube: “Ei, você é um mercenário tentando ganhar dinheiro com essa música”. Bem, em minha opinião, você não vai a um supermercado e pede por comida de graça. Quando as pessoas realizam um trabalho, você geralmente paga por esse trabalho. Então, eu penso que com a música é a mesma coisa, pois você tem de trabalhar duro. Eu trabalho dia e noite nisso, praticando, gravando, marcando meus shows, dirigindo até os concertos, preparando vídeos para meu canal no youtube. É um trabalho muito difícil, e algumas pessoas pensam que isso tem de ser de graça. Eu acho que elas estão erradas, e por causa dessas pessoas alguns artistas deixam de gravar álbuns, porque eles não têm dinheiro para fazer isso. Até mesmo Blaze Bayley trabalhou em uma fábrica alguns anos atrás, porque ele não tinha mais dinheiro, pois as pessoas não pagam mais por música. É uma vergonha!

Foto: Maele Finger

- QUAIS SEUS PRÓXIMOS PASSOS?

 

- Atualmente eu estou trabalhando em minha escola de violão online, que começou a cerca de um mês atrás. É a “King Of The Strings”, no site kingofthestrings.com. E eu estou fazendo um livro que ensina como tocar no meu estilo, tocar Rock em um violão. Então eu ensino as pessoas a tocar violão sem precisarem praticar aqueles tediosos exercícios de quinhentos anos atrás. E eu também estou trabalhando em um álbum de canções próprias, apenas músicas de minha autoria. E eu estou trabalhando na Master Guitar Tour, uma turnê que começou ano passado, juntamente com Ben Woods, um violonista flamenco de Los Angeles. Ele tem o projeto “Flametal”, que mistura música flamenca e Metal, onde ele toca músicas do Ozzy, do Megadeth, do Yngwie Malmsteen, no violão flamenco. E eu é claro, toco Iron Maiden, Dream Theater e Alice Cooper também no violão flamenco. E nós dois tocando juntos é um show acústico de Metal muito louco. Bem, são nessas coisas que eu estou trabalhando atualmente.

 

- THOMAS ZWIJSEN, MUITO OBRIGADO PELA ENTREVISTA E O ROCK MANIA FICA SEMPRE A SUA DISPOSIÇÃO!

 

- Ok, muito obrigado por esta entrevista, pelo tempo dado a mim e por todos os ouvintes do Rock Mania. Espero ver vocês novamente em breve no Brasil, muito em breve.

 

Entrevista com Blaze Bayley

Realizada em 12/02/15

- BLAZE BAYLEY, PRIMEIRAMENTE, SEJA BEM VINDO AO ROCK MANIA, É UM PRAZER PARA MIM REALIZAR ESTA ENTREVISTA...

 

- Obrigado, tudo bem? Eu espero que todos os ouvintes estejam bem. Eu estou muito feliz de estar aqui pela 1ª vez, muito empolgado para o show. Muito obrigado por estar participando de seu programa!

 

- COMO VOCÊ ESTÁ VENDO ESTA ATUAL TURNÊ POR VÁRIAS CIDADES DO BRASIL E DA AMÉRICA DO SUL?

 

- Eu tenho estado em mais cidades do Brasil do que qualquer outro artista internacional e mais lugares até do que alguns artistas brasileiros. Eu tento encontrar lugares que ninguém ainda esteve, e eu tento levar o meu heavy metal para esses locais. Então todos os fãs do Brasil tem a chance de ouvir a minha música, sem precisar pegar um voo ou dirigir por oito horas. Então é isso q eu estou tentando fazer. Eu acho que isso para alguns fãs é importante, não importa de onde eles são. E não importa se você é de São Paulo, Rio de Janeiro ou Brasília. Se você é um fã de heavy metal e gosta da minha música, não importa pra mim onde vc mora, é tudo igual. Eu tenho muita sorte, que eu tenho muito apoio dos fãs do Brasil inteiro. E eu gostaria de dizer Muito Obrigado a todos meus fãs brasileiros!

 

 

- ONDE VOCÊ BUSCA ENERGIA PARA TANTOS SHOWS, VIAGENS, ENTREVISTAS?

 

- Bem, esse é o meu trabalho, e eu tenho muita sorte por conseguir fazê-lo. Minha paixão é cantar Heavy Metal! Então meu trabalho é fazer o que eu gosto, eu tenho muita sorte. Não são muitas pessoas que podem fazer o que eu faço, então eu me sinto muito sortudo por poder cantar e estar em turnê. Não há muitos músicos profissionais fazendo heavy metal, então eu sou muito sortudo.

 

 

- VOLTANDO AOS TEMPOS DE IRON MAIDEN... NOS FALE SOBRE O DISCO “THE X-FACTOR”, UM GRANDE ÁLBUM...

 

- Eu acho que o Brasil, a Finlândia, a Suécia e a Noruega, parecem ser os lugares que mais gostam desse álbum. Algumas pessoas não gostam do The X-Factor, e dizem que é o pior disco do Iron Maiden, enquanto outras pessoas acham ele o melhor disco do Iron Maiden. Então, eu não sei, mas eu botei meu coração, botei minha alma em tudo que fiz neste álbum, eu escrevi letras e canções, com Steve Harris, Janick Gers, Dave Murray e eu sinto que foi uma grande e importante fase de minha vida, a do disco The X-Factor. E quando eu canto essas músicas atualmente, minha voz está diferente. Sinto que 20 anos depois, minha voz está melhor. Então por isso eu gosto de cantar as músicas do The X-Factor e do Virtual-XI em meus shows, pois sinto que agora eu as canto melhor do que quando foram lançadas. Eu sinto que agora posso interpretar as histórias das canções de uma maneira muito melhor.

 

- E O SEU DISCO SEGUINTE COM O MAIDEN, “VIRTUAL ELEVEN”, NOS FALE SOBRE ELE...

 

- Tem muitas músicas boas nele. Quando gravamos Virtual Eleven, nós não havíamos feito muitos ensaios e algumas músicas são muito longas. Mas The Clansman é um clássico, Futureal também é um clássico. Eu faço minha própria versão de 2 Worlds Colide, que os fãs dizem curtir. Então em cada turnê eu toco minhas próprias músicas, e faço as minhas versões de músicas do Virutal XI e do X-Factor, e até agora as pessoas têm gostado.

 

- VOCÊ TEM CONTATO COM ALGUM MEMBRO DO IRON MAIDEN?

 

- Eu continuo em contato com Steve Harris ás vezes. E em meu último disco, King Of Metal, eu fiquei sem dinheiro e ele me deixou finalizar meu álbum em seu estúdio.

 

- SEU PRIMEIRO DISCO PÓS-IRON MAIDEN, O "SILICON MESSIAH", QUE CAUSOU UM IMPACTO BASTANTE POSITIVO ENTRE OS FÃS. NOS FALE SOBRE ELE...

 

- Eu fiz 5 músicas no Silicon Messiah que estavam prontas para serem trabalhadas junto com steve harris e dave murray, mas eu estava fora do Iron Maiden, então eu as fiz para mim mesmo... Born As A Stranger, The Launch e Stare At The Sun estavam sendo trabalhadas para o Iron Maiden. Mas, para mim é um grande álbum, que está comemorando 15 anos. Então resolvi lançar Silicon Messiah em vinil duplo, e também em cd de edição especial para comemorar meu primeiro álbum, pq eu percebo que algumas pessoas me conhecem apenas pelo Iron Maiden e não conhecem o Silicon Messiah. Então eu realmente quero dizer: "Olhem, é aqui que eu comecei depois do Iron Maiden!"

 

- NOS FALE AGORA SOBRE SEU TRABALHO COM O WOLFSBANE, SUA BANDA ANTES DE ENTRAR PARA O IRON MAIDEN...

 

 

- Nós continuamos juntos, nós voltamos, nós lançamos um álbum chamado Wolfsbane Save The World, é realmente um bom disco, e vc pode encontrá-lo no site wolfsbanehms.com. Nós faremos mais alguns shows. É uma loucura, é muita diversão, é difícil nos encontrarmos para fazer shows, porque todos estão fazendo coisas diferentes o tempo todo. Mas nós realmente curtimos qdo podemos nos encontrar. Nós começamos do nada, e é isso. Nós éramos apenas quatro jovens, vivendo por conta própria, querendo tocar nossas músicas, e nós tínhamos muita ambição. Bandas iniciantes são todas iguais, a maioria é como a gente, quando iniciamos o Wolfsbane. 

 

- O QUE VOCÊ GOSTA DE FAZER ALÉM DA MUSICA, QUAIS SÃO SEUS HOBBIES?

 

- Eu gosto de escrever, e muitos fãs me convidam para cantar como convidado em seus discos. Alguns deles me enviam as músicas, e me levam ao estúdio, e me pedem para fazer parte do álbum. Fui convidado especial da Doro Pesch, cantando com uma orquestra na “Classic Diamonds Tour”, cantando Fear Of The Dark, e foi muito bom! Então agora eu faço um monte de coisas diferentes, e a minha própria música, então é muito legal fazer um monte de coisas diferentes.

 

- NOS FALE AGORA SOBRE SEU ÚLTIMO ÁLBUM DE ESTÚDIO, O "THE KING OF METAL"...

 

- Bem, são ótimas letras. Eu fiz uma longa turnê do King Of Metal. E são musicas realmente importantes. Eu fui numa direção diferente, não é tão Heavy Metal, é mais Hard Rock, pois naquele momento eu realmente precisava fazer alguma coisa diferente, e tenho muita sorte pelos fãs terem me apoiado e muitos deles realmente gostaram.

 

- BLAZE, COMO FOI O SHOW AO LADO DE UDO DIRKSCHNEIDER, RIPPER OWENS E MICHAEL VESCERA, NO PROJETO METAL SINGERS?

 

- Foi muita diversão, muita diversão... Apenas loucuras, sem estresse, sem pressão, e estar no palco juntos foi realmente muito divertido. E devemos fazer isso novamente, porque foi realmente muito legal, com ótimo retorno do público. Depois do show a gente tomou alguns drinques, nos divertimos, foi algo fora do comum.

 

- O QUE VOCÊ MAIS GOSTA AQUI NO BRASIL?

 

- Bem, eu gosto da cerveja gelada, gosto do churrasco. Em muitos lugares que eu vou no Brasil, a comida é simples, mas as pessoas prezam bastante pela qualidade, então isso é muito bom! Eu gosto de arroz, de feijão, frango a passarinho, bolinhos de bacalhau, coxinha de frango... Tudo isso são coisas daqui que eu gosto. Eu gosto de vir aqui, mas o problema é que o Brasil é muito grande! Às vezes temos de viajar e ficar por 15 horas numa van para ir até o próximo show. O Brasil é muito grande! Então, se o Brasil fosse menor seria formidável!

 

- O QUE VOCÊ NÃO GOSTA NO MEIO MUSICAL?

 

Bem, eu sou independente, eu não tenho um contrato de gravação. As pessoas que me dão suporte são meus fãs. Eu tenho minha própria gravadora, junto com minha esposa. Ela cuida dos negócios e eu me preocupo em cantar, escrever e gravar. E a única razão de eu poder vir ao Brasil é pq meus fãs aqui compram os ingressos para os shows e compram meus CDs. É isto! Não tem empresários. É apenas eu e os fãs! Por muitos anos eu fazia parte de uma gravadora, e eles me tratavam mal, me tratavam como um tolo, como um estúpido, e eles queriam me dizer o que eu devia fazer. E agora eu sou completamente independente, totalmente livre, e eu faço a música que eu quero. E agora eu faço mais shows, em um monte de lugares menores. Então eu posso conhecer meus fãs, bater fotos com eles. É muito melhor para mim!

 

- QUAIS SEUS PRÓXIMOS PASSOS, PLANOS PARA O FUTURO, NOVO DISCO?

 

- Eu agora estou escrevendo letras para o novo álbum, para 2016. E eu tenho algumas idéias de músicas, e deverá ser como o Silicon Messiah e Tenth Dimension, mas com um novo conceito. Então eu estou trabalhando em uma história, estou falando com diferentes músicos, e o álbum deve ser lançado em março de 2016, com um bom vídeo clipe. E até agora está muito bem. Então ele segue a linha do Tenth Dimension. Eu quero fazer um álbum conceitual interessante, sobre ir ao espaço, descobrir novos planetas e sobre a conexão psico-telepática entre seres humanos, que eu acredito que exista. É sobre isso que será o novo álbum. E após esses shows no Brasil eu irei para os Estados Unidos, e após os shows nos EUA eu irei tirar um tempo para começar a escrever. Então terei uma tour europeia, e somente depois dela poderei me dedicar em tempo integral ao novo disco. Até agora eu acho que está tudo bem, e eu espero que meus fãs gostem.

 

- BLAZE BAYLEY, MUITO OBRIGADO PELA ENTREVISTA E SEJA SEMPRE BEM-VINDO AO ROCK MANIA!

 

- Muito, muito obrigado ao Rock Mania!!

HEHEHE

Fotos: Maele Finger

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